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Reflexão: Estamos envelhecendo o mercado de instrumentos musicais e áudio‪?‬ Música & Mercado

    • Entrepreneurship

Se você não tem paciência para dialogar ao vivo com seu consumidor final, sua empresa tem um problema.

Uma reflexão sobre nossos olhares saturados e como interagimos com jovens cheios de vigor.

A venda de instrumentos musicais, em sua maior parte, é destinada ao público jovem e amador, o que temos feito para estar perto deste público?

Após a pandemia e com a virtualização das vendas e do marketing, temos visto boa parte do mercado terceirizar a relação marca x  consumidor para a interface digital.

Extasiados com altos números de alcance que se obtém no digital, parte destes empresários esquecem que o digital é um meio, o que se publica nas redes sociais é normalmente fruto de um acontecimento no plano físico. Desde um prato de comida que se tira foto, a uma viagem, até um acidente.

Por outro lado, o digital é um plano só, do visual e auditivo, e o ser humano é composto por cinco sentidos. O digital é efêmero, dura segundos, a concorrência é imensa e a maior parte informa, não causa emoção.

Emoção e sua marca

Quem lê este texto, um dia foi um jovem que ficou encantado com algum presente. Provavelmente ganhou algo e não desgrudou dele, talvez ainda até dormiu com este presente. Eu mesmo me lembro da emoção que foi a primeira vez que toquei com uma Fender, mas e agora? O que ocorre é que conforme o tempo passa não nos emocionamos como antes, e crer que o jovem pensa como um adulto é um erro grave.

Veja, nós estamos mais acostumados com tudo, mas o jovem não é assim. O jovem sempre vai sonhar com de forma diferente de um adulto.

Neste ínterim, a pergunta: você está trazendo brilho da sua marca para os jovens ou se concentra somente no negócio, em eventos comerciais?

A indústria do videogame

Em contrapartida, ouço gente do mercado da música dizer enfaticamente que estamos perdendo o mercado para o video game. Claro! A indústria do videogame trata o jovem como jovem, congrega o jovem, o excita, convida o jovem para jogar sozinho, on-line e ao vivo. Sim, ao vivo. Somente do dia 21 de julho de 2022, quando escrevo estas linhas, até o final do ano teremos mais de 15 eventos de games, ao vivo. Ah! De fato, esta indústria gosta de seus clientes.

Feiras? Somente de negócio

O mercado da música está direcionando a experiência da marca ao B2B, somente negócios. E o pensamento tem sido: “Encontrar pessoas? Só se elas derem o dinheiro, pagarem”.

Sua empresa perdeu a paciência em encontrar o consumidor?

O mercado da música tem ignorado o sentimento do jovem. Todo dia, um menino ou menina inicia a música em casa. As empresas, quando terceirizam o vínculo emocional da sua marca na maior parte para a internet e voltam seu interesse no relacionamento presencial somente para o varejo, cortam o motivo real de existirem: servirem para o consumidor.

Sem gerar a emoção presencial e conexão pessoal com seu consumidor, o mercado da música está se equiparando às empresas que vendem no AliExpress, por exemplo. Com um diferencial, os marketplaces chineses têm uma vantagem de preço imensa.

Que venha a maior relação com os consumidores, vamos gerar emoção, vitalidade para os jovens. Eles são nosso futuro.


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Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/musicaemercado/message

Se você não tem paciência para dialogar ao vivo com seu consumidor final, sua empresa tem um problema.

Uma reflexão sobre nossos olhares saturados e como interagimos com jovens cheios de vigor.

A venda de instrumentos musicais, em sua maior parte, é destinada ao público jovem e amador, o que temos feito para estar perto deste público?

Após a pandemia e com a virtualização das vendas e do marketing, temos visto boa parte do mercado terceirizar a relação marca x  consumidor para a interface digital.

Extasiados com altos números de alcance que se obtém no digital, parte destes empresários esquecem que o digital é um meio, o que se publica nas redes sociais é normalmente fruto de um acontecimento no plano físico. Desde um prato de comida que se tira foto, a uma viagem, até um acidente.

Por outro lado, o digital é um plano só, do visual e auditivo, e o ser humano é composto por cinco sentidos. O digital é efêmero, dura segundos, a concorrência é imensa e a maior parte informa, não causa emoção.

Emoção e sua marca

Quem lê este texto, um dia foi um jovem que ficou encantado com algum presente. Provavelmente ganhou algo e não desgrudou dele, talvez ainda até dormiu com este presente. Eu mesmo me lembro da emoção que foi a primeira vez que toquei com uma Fender, mas e agora? O que ocorre é que conforme o tempo passa não nos emocionamos como antes, e crer que o jovem pensa como um adulto é um erro grave.

Veja, nós estamos mais acostumados com tudo, mas o jovem não é assim. O jovem sempre vai sonhar com de forma diferente de um adulto.

Neste ínterim, a pergunta: você está trazendo brilho da sua marca para os jovens ou se concentra somente no negócio, em eventos comerciais?

A indústria do videogame

Em contrapartida, ouço gente do mercado da música dizer enfaticamente que estamos perdendo o mercado para o video game. Claro! A indústria do videogame trata o jovem como jovem, congrega o jovem, o excita, convida o jovem para jogar sozinho, on-line e ao vivo. Sim, ao vivo. Somente do dia 21 de julho de 2022, quando escrevo estas linhas, até o final do ano teremos mais de 15 eventos de games, ao vivo. Ah! De fato, esta indústria gosta de seus clientes.

Feiras? Somente de negócio

O mercado da música está direcionando a experiência da marca ao B2B, somente negócios. E o pensamento tem sido: “Encontrar pessoas? Só se elas derem o dinheiro, pagarem”.

Sua empresa perdeu a paciência em encontrar o consumidor?

O mercado da música tem ignorado o sentimento do jovem. Todo dia, um menino ou menina inicia a música em casa. As empresas, quando terceirizam o vínculo emocional da sua marca na maior parte para a internet e voltam seu interesse no relacionamento presencial somente para o varejo, cortam o motivo real de existirem: servirem para o consumidor.

Sem gerar a emoção presencial e conexão pessoal com seu consumidor, o mercado da música está se equiparando às empresas que vendem no AliExpress, por exemplo. Com um diferencial, os marketplaces chineses têm uma vantagem de preço imensa.

Que venha a maior relação com os consumidores, vamos gerar emoção, vitalidade para os jovens. Eles são nosso futuro.


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