1h 42 min

#Encanteria1 O que os encantados de umbanda nos ensinam sobre dança? (com Thiago Abel‪)‬ Núcleo Experimental De Butô

    • Artes cênicas

Esta ação é parte do projeto ENCANTERIA, do Núcleo Experimental de Butô, contemplado pelo EDITAL DE APOIO A PROJETOS CULTURAIS DESCENTRALIZADOS DE MÚLTIPLASLINGUAGENS da Secretaria Municipal de Cultura.



Uma interlocução entre os estudos de Luiz Antonio Simas e Luiz Rufino acerca daquilo que nomearam como Ciência Encantada das Macumbas e o Ankoku Butô, projeto político-artístico desenvolvido pelo dançrino japonês Tatsumi Hijikata em Tóquio ao fim do anos 1950.



O intuito é apresentar pistas de como os procedimentos de criação deste artista oferecem estratégias para a desestabilização das necropolíticas presentes no Brasil desde 1500, desenvolvidas pelo projeto colonial e aprimoradas pelo neoliberalismo.



Aqueles que dançam butô no Brasil com olhos atentos às lutas propostas por Hijikata desde o início do movimento, acabam por descobrir poderosos ingredientes para temperar a farofa que será entregue na encruzilhada.



Não trata de uma criação subserviente a uma noção substantiva de cultura brasileira ou japonesa, inserindo elementos típicos destes 

países, mas de apresentar os ricos e complexos fluxos que elaboram-se a partir das singularidades de cada subjetividade e do contexto em que vivemos.



A partir do cruzamento de matrizes poéticas da dança butô com os cncantados da umbanda, os estudos teóricos apresentação 7 pistas: 



- Exu: princípio do movimento e da alteridade

- Pomba-Gira: libertação de corpos e desejos

- Preto-Velho: dançar a Grande-Saúde

- Caboclo: aprender a ouvir pedras, rios e cobras-corais

- Erê: criança como insurreição permanente 

- Marinheiro: improvisações, derivas e cartografias

- Boiadeiro: saber da terra, cultivar de terreiros



O  objeto é trazer à tona as existências constantemente soterradas pelas ordenações civilizatórias, pela biopolítica e por tudo aquilo a serviço de despotencializar e controlar a vida.



As inquietações de Hijikata transpassaram as décadas e permanecem relevantes à contemporaneidade. A busca pelo combate aos biopoderes é assunto atual e intenso nos campos artístico e político, permeando discussões filosóficas, étnicas, linguísticas, de gênero, de condições físicas, de condições psíquicas e tantas outras. 



Diante dos colapsos econômicos, sociais e ambientais a qual se está submetido em níveis nacionais e planetários, é momento de focar em um pertinente ponto do legado de Hijikata: butô é uma técnica de dança, mas ao mesmo tempo extrapola esta definição, podendo ser trabalhado como um dispositivo micropolítico do corpo que, a partir do exercício de repensar as singularidades dos seres, converte estados de vulnerabilidade em potencial campo de resistência, transformação e combate.



A partir de práticas criativas de cuidado de si, microativismos, artivismos, terrorismo poéticos, oficinas e laboratórios de dança e performance, projetos que investigam o Ankoku Butô a partir de sua perspectiva política e (po)ética são capazes de operar mudanças que contribuam para a conquista de melhores condições de existência.

Esta ação é parte do projeto ENCANTERIA, do Núcleo Experimental de Butô, contemplado pelo EDITAL DE APOIO A PROJETOS CULTURAIS DESCENTRALIZADOS DE MÚLTIPLASLINGUAGENS da Secretaria Municipal de Cultura.



Uma interlocução entre os estudos de Luiz Antonio Simas e Luiz Rufino acerca daquilo que nomearam como Ciência Encantada das Macumbas e o Ankoku Butô, projeto político-artístico desenvolvido pelo dançrino japonês Tatsumi Hijikata em Tóquio ao fim do anos 1950.



O intuito é apresentar pistas de como os procedimentos de criação deste artista oferecem estratégias para a desestabilização das necropolíticas presentes no Brasil desde 1500, desenvolvidas pelo projeto colonial e aprimoradas pelo neoliberalismo.



Aqueles que dançam butô no Brasil com olhos atentos às lutas propostas por Hijikata desde o início do movimento, acabam por descobrir poderosos ingredientes para temperar a farofa que será entregue na encruzilhada.



Não trata de uma criação subserviente a uma noção substantiva de cultura brasileira ou japonesa, inserindo elementos típicos destes 

países, mas de apresentar os ricos e complexos fluxos que elaboram-se a partir das singularidades de cada subjetividade e do contexto em que vivemos.



A partir do cruzamento de matrizes poéticas da dança butô com os cncantados da umbanda, os estudos teóricos apresentação 7 pistas: 



- Exu: princípio do movimento e da alteridade

- Pomba-Gira: libertação de corpos e desejos

- Preto-Velho: dançar a Grande-Saúde

- Caboclo: aprender a ouvir pedras, rios e cobras-corais

- Erê: criança como insurreição permanente 

- Marinheiro: improvisações, derivas e cartografias

- Boiadeiro: saber da terra, cultivar de terreiros



O  objeto é trazer à tona as existências constantemente soterradas pelas ordenações civilizatórias, pela biopolítica e por tudo aquilo a serviço de despotencializar e controlar a vida.



As inquietações de Hijikata transpassaram as décadas e permanecem relevantes à contemporaneidade. A busca pelo combate aos biopoderes é assunto atual e intenso nos campos artístico e político, permeando discussões filosóficas, étnicas, linguísticas, de gênero, de condições físicas, de condições psíquicas e tantas outras. 



Diante dos colapsos econômicos, sociais e ambientais a qual se está submetido em níveis nacionais e planetários, é momento de focar em um pertinente ponto do legado de Hijikata: butô é uma técnica de dança, mas ao mesmo tempo extrapola esta definição, podendo ser trabalhado como um dispositivo micropolítico do corpo que, a partir do exercício de repensar as singularidades dos seres, converte estados de vulnerabilidade em potencial campo de resistência, transformação e combate.



A partir de práticas criativas de cuidado de si, microativismos, artivismos, terrorismo poéticos, oficinas e laboratórios de dança e performance, projetos que investigam o Ankoku Butô a partir de sua perspectiva política e (po)ética são capazes de operar mudanças que contribuam para a conquista de melhores condições de existência.

1h 42 min