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EP08 - A importância do conflito em Heráclito Academia de Filosofia

    • Autoajuda

A maioria de nós tem aversão a conflitos. O simples fato de embate causa em muitos medo e angústia, como se o resultado sempre fosse negativo. Os conflitos são tidos como agentes de conturbação social e geralmente são reprimidos e evitados, tanto na esfera privada quanto pública.

Ao olhar para a natureza nota-se que seus processos ocorrem por contradições: dia e noite, calor e frio, seco e molhado e vida e morte. Por trás desta dinâmica está um processo ininterrupto de transformações que explica a realidade. A natureza explicada desta forma é constante mudança.

Heráclito foi um filósofo pré-socrático que viveu no século VI a.C. e dizia que não podemos nos banhar duas vezes no mesmo rio porque, assim como suas águas, nós também somos diferentes daqueles que se banharam no rio. Além de dizer que tudo flui constantemente, Heráclito defendia a tese de que este fluxo de transformação era sustentado por conflitos.

No conflito dos opostos o universo promove a justiça e a harmonia, fruto de um processo instável, resultado de um eterno devir e ao qual tudo e todos estão submetidos. A unidade, a partir desta filosofia, ocorre por uma "harmonia oculta" na dinâmica das tensões entre os contrários, evitando que um lado subjugue o outro e a desigualdade impere no universo.

Nesta eterna dialética, Heráclito apresenta-nos o lado positivo do conflito, subjacente à luta dos opostos e  no qual se encontra a unidade harmônica. Na dialética natural regida pelo Logos, a inteligência de Deus, está o próprio devir refutando e propondo em ciclos eternos o aprimoramento da criação.

Dado que a mudança é inevitável e o conflito o meio necessário para ela, cabe-nos aceitar e fluir nas águas da vida, conscientes de que as águas turvas tornar-se-ão límpidas, para novamente tornarem-se turvas, e que em cada instante da transformação tenhamos a fé na razão do universo, a gratidão pelo vivido e a presença de contemplação do fluxo divino.



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📖 Bibliografia :

Russell, Bertrand, e Hugo Langone. História da filosofia ocidental - Livro 1. Nova Fronteira, 2016.

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#acadfilosofia #filosofia  #presocraticos #heraclito #devir


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A maioria de nós tem aversão a conflitos. O simples fato de embate causa em muitos medo e angústia, como se o resultado sempre fosse negativo. Os conflitos são tidos como agentes de conturbação social e geralmente são reprimidos e evitados, tanto na esfera privada quanto pública.

Ao olhar para a natureza nota-se que seus processos ocorrem por contradições: dia e noite, calor e frio, seco e molhado e vida e morte. Por trás desta dinâmica está um processo ininterrupto de transformações que explica a realidade. A natureza explicada desta forma é constante mudança.

Heráclito foi um filósofo pré-socrático que viveu no século VI a.C. e dizia que não podemos nos banhar duas vezes no mesmo rio porque, assim como suas águas, nós também somos diferentes daqueles que se banharam no rio. Além de dizer que tudo flui constantemente, Heráclito defendia a tese de que este fluxo de transformação era sustentado por conflitos.

No conflito dos opostos o universo promove a justiça e a harmonia, fruto de um processo instável, resultado de um eterno devir e ao qual tudo e todos estão submetidos. A unidade, a partir desta filosofia, ocorre por uma "harmonia oculta" na dinâmica das tensões entre os contrários, evitando que um lado subjugue o outro e a desigualdade impere no universo.

Nesta eterna dialética, Heráclito apresenta-nos o lado positivo do conflito, subjacente à luta dos opostos e  no qual se encontra a unidade harmônica. Na dialética natural regida pelo Logos, a inteligência de Deus, está o próprio devir refutando e propondo em ciclos eternos o aprimoramento da criação.

Dado que a mudança é inevitável e o conflito o meio necessário para ela, cabe-nos aceitar e fluir nas águas da vida, conscientes de que as águas turvas tornar-se-ão límpidas, para novamente tornarem-se turvas, e que em cada instante da transformação tenhamos a fé na razão do universo, a gratidão pelo vivido e a presença de contemplação do fluxo divino.



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