Cavalo alado não é centauro Eric Fonseca & Lívia Terra
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Vamos conversar sobre sociologia e filosofia e descobrir por que cavalo alado não é centauro.
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Você sabe com quem está falando? Cidadania no Brasil
Nesse episódio, vamos compreender o significado de cidadania, sua origem, sua ampliação ao longo do tempo, mas vamos entender também que a cidadania plena é ainda um princípio distante da realidade e uma difícil tarefa para nós enquanto sociedade. Passeamos pela cultura brasileira para entender como o jeitinho brasileiro, a cordialidade e a carteirada são fenômenos que moldam o jeito de ser brasileiro e colocam os interesses individuais acima dos interesses e direitos coletivos, o que distorce o exercício da cidadania no Brasil.
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GUIA
· Cidadania: conjunto de direitos e deveres que variam ao longo da história;
· Para Marshall, a cidadania corresponde a um conjunto de direitos que podem ser classificados como direitos civis, direitos políticos e direitos sociais.
· DIREITOS CIVIS: inclui a liberdade de expressão
· DIREITOS POLÍTICOS: inclui poder votar e o direito de ser votado
· DIREITOS SOCIAIS: inclui seguridade social e bem-estar social
· Esses direitos foram progressivamente ampliados conforme as demandas sociais de grupos que se movimentaram por melhores condições de vida e participação;
· Jeitinho Brasileiro: tática utilizada para improvisar soluções para situações complicadas. Visto de modo negativo, serve para driblar as leis;
· Cordialidade: aspecto da personalidade brasileira que coloca a emoção no lugar da razão. Segundo Sergio Buarque de Holanda, desdobra-se na resolução de conflitos por meio de amizades, prestígio e status social. Jeitinho e cordialidade se complementam;
· Cidadania regulada: tipo de cidadania que se consolida na era Vargas e que atribui a condição de cidadão apenas àqueles com carteira de trabalho assinada; espécie de jeitinho brasileiro para limitar o acesso à direitos fundamentais que, ao longo do tempo, acabou se misturando à personalidade brasileira, culminando (em associação ao jeitinho brasileiro e à cordialidade) no “você sabe com quem está falando?”.
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REFERÊNCIAS
Esse episódio usou as obras “Cidadania, Classe social e status” de Thomas H. Marshall, “Raízes do Brasil” de Sérgio Buarque de Holanda, “Cidadania e justiça: a política social na ordem brasileira” de Wanderley Guilherme dos Santos, “O jeitinho brasileiro” de Roberto DaMatta, “Gênero e Desigualdade: limites da democracia no Brasil” de Flávia Biroli.
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CRÉDITOS
Esse episódio usou áudios de Band Jornalismo (youtu.be/zVcIEj_AMvw), Arquivo Nacional (youtu.be/Ldn3h9Wq3Z0), Poder360 (youtu.be/zjNe6NdGJAE), Rede Globo (globoplay.globo.com/v/8675745/), Rede TVT (youtu.be/6XsYp18hsyo) e do filme Suffragette (Dir.: Sarah Gavron, TM & Universal, 2015).
As músicas utilizadas foram:
Hall of the Mountain King (Edvard Grieg, 1876), Licensed under Creative Commons: By Attribution 3.0 License.
Cálice (Chico Buarque; Gilberto Gil, 1978) interpretada por Chico Buarque e Milton Nascimento.
Odeon (Ernesto Nazareth, 1912), Licensed under Creative Commons: By Attribution 3.0 License.
Bachianas brasileiras nº 2, Tocata “O Trenzinho do Caipira” (Heitor Villa-Lobos, 1930) interpretado pela Osesp - Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, 2020 (youtu.be/KTKVgaY56NI).
Trilha sonora incidental por Blue Dot Sessions (www.sessions.blue). -
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Epistemologia antiga: Aristóteles (parte 3)
Por que as coisas existem ao invés de não existirem? Por que as coisas existem do jeito que são e não de outra forma? O que é isso que chamamos de real? Ele é feito apenas de coisas materiais ou também de coisas não materiais? Qual a origem e a causa de tudo isso? É a ação de um deus? Ou de uma explosão cósmica, que chamamos de Big Bang?
Esse é o último episódio sobre Epistemologia Antiga e a 3ª parte sobre Aristóteles. Talvez a parte mais importante da filosofia dele e, segundo ele mesmo, a forma mais elevada de conhecimento humano, a Filosofia Primeira ou Metafísica.
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GUIA
Metafísica: estudo dos princípios e das causas do “ser enquanto ser”.
Ser é entendido de maneira universal: substância (matéria e forma).
Substância na natureza: matéria com forma e forma com matéria.
O que explica a existência do ser? As suas causas
Teoria das quatro causas:
Causa material: matéria que constitui o ser (madeira, bronze, mármore, etc.);
Causa formal: forma que o ser assumiu (mesa, estátua, etc.);
Causa eficiente: o que ou quem deu o impulso para transformar o ser (carpinteiro, escultor, etc.);
Causa final: a finalidade do ser, sua forma final, em vista do que ele se transforma.
As quatro causas estão ligadas e agem conjuntamente no processo de constituição e transformação do ser até que ele atinja sua finalidade e forma final.
Transformação é movimento: devir.
Movimento: ato e potência:
ser em ato: o que ele é atualmente;
ser em potência: o que ele potencialmente pode ou deve vir a ser (devir como possibilidade).
Ex: Uma semente é ato, mas também é potência, pois nesse forma inicial já está contida a possibilidade de uma árvore. As quanto causas agem para mover o ser de ato (semente) para potência (árvore).
Cada ser tem outro ser como causa eficiente: ser contigente.
Teria havido um ser primeiro? Um ser que não teve outro ser como causa? Um ser que não tendo sido causado, foi causa dos outros seres?
Motor imóvel: causa não causada; divindade no sentido grego antigo (e não cristão): finalidade dos seres.
CRÉDITOS:
Esse episódio usou como referência as obras "Introdução a história da filosofia" de M. Chauí e "Metafísica" de Aristóteles.
As músicas usadas neste episódio são livres e pertencem aos seus criadores: Blue Dot Sessions (www.sessions.blue). -
Epistemologia antiga: Aristóteles (parte 2)
Imagina que você decida, num dia qualquer, organizar o seu quarto. Imagina agora que você resolveu organizar cada coisa que existe ali por categorias. Imaginou? Aristóteles fez a mesma coisa que você, mas ele fez isso tudo com o mundo, com as coisas que existem no mundo.
Esse é o segundo episódio (de uma série de três) sobre Aristóteles e o quinto sobre epistemologia antiga. Nele, buscamos a sistematização do conhecimento construída pelo nosso personagem principal, além de apresentar a sua definição de filosofia como um conhecimento verdadeiramente livre. Aqui você irá se familiarizar com a ideia de que na filosofia "porque sim" não é resposta.
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AGRADECIMENTO:
Agradecemos à Nat Rozendo pela narração das citações de trechos da Metafísica. Para conhecer o trabalho dela visite o site do Coletivo Tocaya (coletivotocaya.com.br) e o Tocaya TV no YouTube (https://www.youtube.com/c/TocayaTV)
CRÉDITOS:
Esse episódio usou como referência as obras "Introdução a história da filosofia" de M. Chauí e "Metafísica" de Aristóteles. O inserção de áudio é da TV Cultura.
As músicas usadas neste episódio são livres e pertencem aos seus criadores: Blue Dot Sessions (www.sessions.blue) e DJ Micheletti (soundcloud.com/mmicheletti).
GUIA
"Todos os homens desejam por natureza saber”. Postura própria da Filosofia: espanto, admiração, investigação das causas e “porquês”, contemplação (theoría).
Filosofia é único conhecimento verdadeiramente livre: não serve a nada e a ninguém, apenas a si mesma. “Ser livre é ter o poder de dar a si mesmo seu próprio fim e ser para si mesmo seu próprio fim”.
Busca pelo conhecimento do Ser: "O ser se diz de muitas maneiras" e a filosofia tem como papel conhecer o Ser nas muitas formas que ele existe. Filosofia é a totalidade do conhecimento.
Sistematização do conhecimento: organização e classificação das ciências segundo o tipo de ser que ela estuda.
Três grandes grupos de ciências: teoréticas, práticas e técnicas:
O conhecimento teorético é aquele que se dispõe a ir atrás das causas e finalidades das coisas, por isso representa a maneira essencial de chegar à sabedoria. São exemplos: Ciências da Natureza, Física, Biologia, Matemática, Aritmética, Astronomia e, principalmente a Filosofia Primeira (Metafísica).
O conhecimento prático (práxis) se dedica a estudar o homem e suas ações. São exemplos: a ética e a política.
O conhecimento técnico (poíesis) é aquele que se dedica às artes e técnicas. São exemplos: artesanato, medicina, mecânica, marcenaria, poesia, literatura, pintura, desenho. -
Estado e relações de poder: democracia representativa
Nesse episódio, percorremos a história recente da democracia brasileira, pós 1988. Abordaremos o processo que levou ao primeiro impeachment da história do Brasil, mas também iremos entender o que é uma democracia representativa. E, para ficar ainda mais atual, conheceremos as diferenças no sistema de eleições no Brasil para os cargos do executivo e do legislativo, fazendo também uma comparação com os Estados Unidos da América e seu sistema indireto de votação. Por fim, uma breve ponderação sobre os limites da democracia representativa.
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CRÉDITOS:
Esse episódio usou como referência as obras "O futuro das democracias" de N. Bobbio, "Direitos políticos e representatividade da população negra na ALESP e Câmara Municipal de São Paulo" de Osmar Teixeira Gaspar (tese de doutorado, USP, 2017), além de escritos da Agência Senado e do Tribunal Superior Eleitoral.
As inserções de áudios são: Jingle da campanha eleitoral de Fernando Collor de 1989; Material de Campanha de Fernando Henrique Cardoso de 1994; Fantástico (Rede Globo, 1992); SP no Ar (Rede Record, 2016); discurso de Donald Trump (CNN, 2016); documentário "Sementes: mulheres pretas no poder" (Brasil, 2020, dir.: Éthel Oliveira e Júlia Mariano, disponível em https://youtu.be/8vEcUORITC4).
As músicas usadas neste episódio são livres e pertencem aos seus criadores: "Priscilla Ermel - Corpo do Vento" edit de Ulises (disponível em https://soundcloud.com/ulize); e Blue Dot Sessions (www.sessions.blue).
GUIA
Impeachment/renúncia de Fernando Collor de Mello - 1992;
Movimento dos Caras Pintadas - 1992
Democracia Representativa e sua definição sociológica
Princípios da Democracia Representativa: 1) O sufrágio universal; 2) As eleições devem respeitar a Constituição; 3) A igualdade de todos perante a lei; 4) Os mandatos eletivos tem tempo definido; 5) A existência de partidos políticos.
Sistema Eleitoral Brasileiro: 1) Maioria Simples (50% + 1) para cargos do Executivo; 2) Quociente Eleitoral (QE) e Quociente Partidário (QP) para cargos do Legislativos.
Contas: QE = número de votos válidos dividido pelo número de cadeiras (vagas); QP = Total de votos válidos do partido dividido pelo QE
Sistema Eleitoral Estadunidense: 1) Voto não obrigatório; 2) Eleições Indiretas (o voto dos superdelegados tem mais peso que o do povo)
Representatividade na democracia representativa: negros e mulheres em cargos políticos no Brasil. -
Epistemologia antiga: Aristóteles (parte 1)
Pare um momento e preste atenção nas coisas que existem ao seu redor. O que você vê com seus olhos? O que você sente na sua pele? Quais aromas e gostos você pode sentir pelo seu olfato e pela sua boca? Os sons que você ouve agora no seu fone de ouvido? Quais sensações o mundo lhe provoca? Agora que a sua atenção está nos sentidos, reflita aqui comigo. Essas sensações que você teve permitem um conhecimento válido sobre o mundo? Será que nós podemos conhecer esses seres que existem ao nosso redor? No quarto episódio sobre epistemologia antiga, nós vamos começar a conhecer a vida e a obra de Aristóteles. Discípulo de Platão, Aristóteles teve a coragem de produzir um conhecimento que se diferenciava daquele apresentado pelo seu mestre, colocando em cheque o dualismo platônico através de uma obra monumental. A obra de Aristóteles pode-se dizer foi alicerce para o desenvolvimento da ciência nos séculos posteriores. Embarque conosco nessa primeira parte de uma série de três episódios sobre esse filósofo antigo.
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CRÉDITOS:
Esse episódio usou como referência as obras "Introdução a história da filosofia" de M. Chauí e "Metafísica" de Aristóteles. O inserção de áudio é de Poder360.
As músicas usadas neste episódio são de copyright livre e pertencem aos seus criadores: Blue Dot Sessions (www.sessions.blue) e Premium Beat. Agradecemos especialmente ao DJ Micheletti (soundcloud.com/mmicheletti) e ao Coletivo Tocaya (coletivotocaya.com.br) pelas músicas cedidas.
GUIA
Aristóteles: nasceu em Estagira (cidade da Macedônia)
Mudou-se para Atenas e foi discípulo de Platão na Academia
Viveu no final período clássico grego (384-321 a.C.)
Preceptor do jovem príncipe macedônico Alexandre, o Grande
Fundador do Liceu em Atenas
Valoriza os sentidos para se alcançar o conhecimento.
Busca da verdade: Mundo das Ideias (Platão) x Contato prévio com as coisas materiais (Aristóteles)
O inteligível está no sensível (ideias participam das coisas no mundo material e podem ser conhecidas pela razão)
Acepção do mundo através de categorias (ordenamos do mundo através dos sentidos e assim podemos categorizar as coisas, seres e entes)
Mundo material: diversidade de substâncias distintas que podem ser separadas categorias comuns