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Construa memórias Grupo Arauto

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Se alguém me perguntasse o que um pai (ou uma mãe) tem de dar a um filho, eu primeiro responderia sobre obviedades. Alimento para nutrir o corpo, escola pra ensinar as letras e as contas, roupas para aquecer, calçados para desbravar o mundo, algum brinquedo para entreter a infância. Se puder dar valores e princípios, ética e moral, exemplo e palavra, tanto melhor. Mas para além de tudo isso, eu tenho pra mim que um pai (ou uma mãe) tem o dever (ou será o direito?) de construir memórias com seu filho.

Eu mesmo, carrego comigo, guardado no peito, os momentos singelos e que marcaram a alma, vividos com meu velho e já saudoso pai. E por saber o valor que cada lembrança tem, trato de construir com meu Pedro, as nossas próprias memórias.

Nos dias na UTI dos prematuros, quando ele, recém nascido, ainda aprendia a respirar sozinho, não arredei pé do seu lado. Nos primeiros passos que deu, foi o meu abraço que ele correu a encontrar. No primeiro dia da escola, certamente foi importante olhar pra trás e me ver no portão, vigiando o seu seguir em frente. Quando sua testa de criança se deparou com qualquer objeto a lhe cortar a pele, foi a minha mão que ele segurou com força, para suportar medo dos primeiros pontos. Quando ele interpretou o sapo, de uma única frase, na apresentação da escolinha, não me custou largar todos os afazeres de um dia de trabalho e estar lá, pertinho dele. Como estive perto na primeira vez que ele, ainda cambaleante, descobriu as ondas do mar. No primeiro treino de futebol (e em quase todos os outros), era a mim que seus olhos procuravam a todo instante, como quem busca confiança e aprovação. E sobre o futebol, nosso gosto em comum, está marcado na minha retina o brilho dos olhos dele, na primeira vez em que, mãos dadas, pisamos o estádio do nosso clube do coração. Como ontem mesmo, demos outras vezes as mãos, para saborearmos a última chance de ver nosso ídolo, vestindo nossa camiseta.

Portanto, se conselho eu pudesse dar, diria: construa memórias com seu filho. Algum dia, no entardecer na vida de um pai, quando ele se sentar ao lado do filho n’álguma varanda para contemplar o horizonte, serão estas memórias que embalarão o silêncio. E que farão a vida, ter valido a pena.

Se alguém me perguntasse o que um pai (ou uma mãe) tem de dar a um filho, eu primeiro responderia sobre obviedades. Alimento para nutrir o corpo, escola pra ensinar as letras e as contas, roupas para aquecer, calçados para desbravar o mundo, algum brinquedo para entreter a infância. Se puder dar valores e princípios, ética e moral, exemplo e palavra, tanto melhor. Mas para além de tudo isso, eu tenho pra mim que um pai (ou uma mãe) tem o dever (ou será o direito?) de construir memórias com seu filho.

Eu mesmo, carrego comigo, guardado no peito, os momentos singelos e que marcaram a alma, vividos com meu velho e já saudoso pai. E por saber o valor que cada lembrança tem, trato de construir com meu Pedro, as nossas próprias memórias.

Nos dias na UTI dos prematuros, quando ele, recém nascido, ainda aprendia a respirar sozinho, não arredei pé do seu lado. Nos primeiros passos que deu, foi o meu abraço que ele correu a encontrar. No primeiro dia da escola, certamente foi importante olhar pra trás e me ver no portão, vigiando o seu seguir em frente. Quando sua testa de criança se deparou com qualquer objeto a lhe cortar a pele, foi a minha mão que ele segurou com força, para suportar medo dos primeiros pontos. Quando ele interpretou o sapo, de uma única frase, na apresentação da escolinha, não me custou largar todos os afazeres de um dia de trabalho e estar lá, pertinho dele. Como estive perto na primeira vez que ele, ainda cambaleante, descobriu as ondas do mar. No primeiro treino de futebol (e em quase todos os outros), era a mim que seus olhos procuravam a todo instante, como quem busca confiança e aprovação. E sobre o futebol, nosso gosto em comum, está marcado na minha retina o brilho dos olhos dele, na primeira vez em que, mãos dadas, pisamos o estádio do nosso clube do coração. Como ontem mesmo, demos outras vezes as mãos, para saborearmos a última chance de ver nosso ídolo, vestindo nossa camiseta.

Portanto, se conselho eu pudesse dar, diria: construa memórias com seu filho. Algum dia, no entardecer na vida de um pai, quando ele se sentar ao lado do filho n’álguma varanda para contemplar o horizonte, serão estas memórias que embalarão o silêncio. E que farão a vida, ter valido a pena.

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