M/Daily Mastertech

O Google, além de ser o Google e (tudo que isso implica), tem iniciativas que se prestam a ser mais consultivas.

Isso acontece em vários campos, como educação, tecnologia e marketing digital.

A dica de hoje vai nessa linha.

É o Think with Google (https://www.thinkwithgoogle.com/intl/pt-br/), um portal que reúne artigos, boas práticas e ferramentas que podem ser utilizadas no entendimento e/ou estratégia de marketing digital.

É um bom site, sucinto, direto, com boas análises, mas, como tudo que é disponibilizado por uma marca que oferece o próprio serviço, recomendamos um certo distanciamento crítico.

Feita essa ressalva, serve como referência e como material complementar aos trabalhos de pesquisas que envolvem a criação de produtos e serviços.

Um outro apêndice importante deste portal são as ferramentas (test my site, google forms e google trends), que, quando bem exploradas, são boas fontes de insights.

Como dica complementar, um bom estudo de comportamento de consumo: Dossiê BrandLab: The Millennial Divide, com ênfase nas distinções entre as extremidades dessa geração (old millennials > young millenials), e como isso impacta o desenho de estratégias e de comunicação.

Taiwan nos apresenta um exemplo de gestão pública que pode claramente ser conceituado como um caso  de "open innovation"

Essa história começou em um conflito, quando o um movimento chamado "Girassol" invadiu o parlamento taiwanês para questionar uma nova lei comercial que reforçava traços de submissão com a China.

O movimento foi dissuadido pacificamente, mas o evento provocou uma aproximação inesperada entre o poder público e a população.

Pouco tempo depois o governo taiwanês, representado por uma liderança engajada no entendimento do uso de tecnologias como ferramentas sociais, reuniu um grupo de hackers cívicos num auditório e abriu um debate franco sobre diversos problemas sociais e sobre a melhor forma de resolvê-los.

Coletou opiniões dos mais variados espectros e usou um sistema de análise chamado Pol.is que, entre outras coisas, permitia entender, dentro de uma amostra estatísticas ampla e diversa, os pontos de convergência em diversas situações.

Ou seja, em vez de concentrar-se nos polos extremos, reverberando a dinâmica que percebemos nas redes sociais, esse sistema permite coletar informações de todos os cidadãos sobre questões complexas e construir consensos usando os elos mais fortes.

Esse movimento ganhou o nome de Taiwan virtual (vTaiwan) e nos apresenta um novo enquadramento para resolução de problemas usando de inteligência coletiva..

Ao investir tempo na construção de consensos, invertemos uma dinâmica clássica, nociva e contraproducente de discutir problemas apenas amplificando as opiniões de extremos, o que, na maior parte do tempo, não resulta em atitude produtiva ou resolutiva.

Usem o caso de Taiwan como abstração e criem paralelos com suas realidades.

#openinnovation #designthinking #nudge #arquiteturadeescolha #enquadramento

Não importa.

Ambas precisam ser rapidamente compreendidas para que sejam também mitigadas.

Discute-se com espanto certas revelações feitas no filme "Dilema das Redes", que está em cartaz na Netflix .

{aliás, se todos sabem sobre o filme, ou já o assistiram, em parte, é pelo mesmo mecanismo que ele expõe e critica}

Ou seja, a mensagem do filme foi reverberada pela mesma engrenagem nociva de sua narrativa.

Ainda não viu o filme?

Assista, mas não se limite.

Aproveite para dar um conferida em outros títulos também.

Listamos abaixo alguma dicas, disponíveis em algum dos inúmeros provedores de streaming (ou até mesmo no YouTube), sendo que os três últimos, que são histórias da era pré-digital, conversam bem com o tema, pois são versões analógicas e políticas do mesmo tema:

O Menino da Internet: A História de Aaron Swartz (The Internet's Own Boy).

Cidadão Quatro (Citizenfour)

Sujeito a Termos e Condições (Terms and Conditions May Apply)

Privacidade Hackeada (The Great Hack)

A vida dos Outros (Das Leben der Anderen)

O preço da verdade (Dark Waters)

Todos os Homens do Presidente (All the President's Men )

P.S: há um tanto de outros filmes nessa linha, mas vale ressaltar que limitamos nossas dicas a  títulos sustentados por fatos reais, diferentes, por exemplo, de Rede de Ódio, filme polônes que chegou a figurar no Top 10 da Netflix, mas que é uma ficção (plausível, mas ainda assim, ficção).

Ampliem o repertório e continuem a se interessar pelo tema.

Semana que vem indicamos livros e artigos que navegam pelo mesmo caminho.

(Ok, mas o que isso importa numa newsletter digital sobre agilidade e inovação)

Importa muito e essa será a pauta do post de amanhã, sobre LGPD.

Enquanto aguardam, para ficarmos dentro da esfera cinematográfica, assistam esse vídeo de um ator conhecido por seus papéis sarcásticos, o comediante britânico Sacha Baron Cohen.

Nesse vídeo (legendado em PT e com 6 minutos) ele faz um discurso de rara lucidez sobre como nossa privacidade, segurança e liberdades individuais são afetadas nas redes sociais.

A habilidade de comunicação sempre foi importante e não há espectro profissional que possa se eximir de desenvolvê-la.

Algumas carreiras a exercem de forma mais frequente, contundente e com exigência argumentativa maior.

Product Owners e Scum Masters estão nessa "prateleira".

No campo das culturas ágeis, comunicação é atributo de negociação, presente em todas as cerimônias e indiscutivelmente valiosa nas filosofias que colocam o cliente no centro.

Aliás, colocar o cliente no centro, foi, definitivamente, o que NÃO aconteceu no debate das eleições americanas da última terça-feira, entre Donald Trump e Joe Biden

Foi um desastre, tido como o pior da história, um verdadeiro “sh*t show”” segundo a imprensa.

Para atenuar o sabor amargo deixado pelo debate, lembramos de uma passagem brilhante da congressista Alexandria Ocasio-Cortez (AOC), que sustentou uma retórica impecável neste que já é um dos discursos mais célebres feitos no congresso americano.