Quarto Ano Patrícia Freire

É possível pensar em um país antirracista?
Desde o suposto fim da escravidão do povo negro em 1888, os resquícios escravocratas se fazem presentes na nossa sociedade. Em um país tão plural como o Brasil, perpetuar o racismo com o passar dos anos é inconcebível. O racismo velado se instaurou e se enraizou em toda estrutura da nossa sociedade e, se manifesta das mais variáveis formas. Em paralelo ao racismo, o “racismo estrutural” atua de forma simbólica acompanhando o desenvolvimento da nossa sociedade e o nosso cotidiano. Pensar no racismo estrutural como um conjunto de práticas culturais dentro do convívio social é, também, levantar a necessidade de se debater e desconstruir o racismo e os vestígios da escravidão presentes em nós. Nessa estrutura racista, é de extrema importância que práticas de combate ao racismo sejam frequentes, sempre questionando e sempre desconstruído conceitos e ideias estabelecidas. Partindo da máxima de Ângela Davis: “em uma sociedade racista não basta não ser racista. É necessário ser antirracista”, o Quarto Ano convida você para um diálogo sobre a reprodução do racismo estrutural, sobre as vivências e sobre a luta antirracista em nossos ambientes de convívio.

O que há por trás das letras?
Músicas são como máscaras, né? As vezes não nos mostram o que são e consumimos tanta coisa sem perceber. A indústria midiática nos envolve em situações que nem percebemos a verossimilhança. A produção musical, as letras das músicas, os artistas. Um mundo! Mas, e se parassemos para refletir sobre o que nos chega, o que ouvimos com tanta facilidade?
Ouvir uma música e questionar o que ela nos diz é essencial. Músicas que reproduzem machismo e/ou misoginia são muito comuns no nosso cotidiano, por exemplo.
Hoje o Quarto Ano convida você para refletir e questionar letras explícitas e implícitas de algumas músicas bem populares.

Você já quis ser um X-Men? Você tem um dom?
Qual é o seu dom?
Dom é coisa de mutante, não é mesmo?
Mas... você é inteligente? Tem conhecimento? Sabedoria? Informação?
Nós, como seres dinâmicos, pensamos na pluralidade das coisas, das ideias, das inteligências.
Somos seres em construção e, a nossa inteligência, também é construída.
Vamos dialogar sobre ser inteligente? Sobre ter aptidão e dedicação, sobre entender os processos, sobre a vida e as inteligências no nosso cotidiano?

Caetano, em "Oração ao tempo", diz assim: "Por seres tão inventivo / e pareceres contínuo /
Tempo, Tempo, Tempo, Tempo /
És um dos deuses mais lindos". Essa passagem nos faz refletir sobre a continuidade da vida; às vezes contínua, às vezes cíclica. Mas, de giros em giros, a vida anda, passa. Nunca saímos ilesos. O tempo, deus tão lindo, nos traz histórias, memórias, afetos, tristezas, mudanças e tantas outras coisas. É assim: o tempo nos tornou o que somos ou o que seremos. É contínuo. Hoje, no Quarto Ano, um diálogo sobre nós no tempo. Ou sobre o tempo em nós.

Nosso primeiro episódio. Iniciaremos essa aventura de viver para além da escola.