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Vida de manequim
Você aumenta o Spotify para fingir que não escuta os gritos surdos de sua alma?
Aumenta a carga na academia para ver se suporta o peso que carrega nas costas?
Seu cabelo não basta e por isso mudar de cor e textura para não se reconhecer no espelho?
Aumenta as horas de corrida para fugir da própria sombra?
Se rodeia de amigos oba-oba para não precisar abrir o coração?
Aumenta os ficantes para não pensar em amor?
Quer ver tudo, saber de tudo, só para enganar o vazio que mora aí dentro?
O mundo te acompanha ou você acompanha o mundo?
Se pudesse, adquiriria mais memória pro cérebro e mais bateria pro coração?
O que não pode conquistar, rouba?
O que não pode fazer, compra?
O que não pode sentir, imita?
O que não pode viver, inveja?
O que não pode entender, desqualifica?
Por que se sente assim: devendo ao mundo, pouco, preguiçosa, menos?
Quer provar o que e a quem?
Você não se cansa viver uma vida de manequim? -
Água da vida
Fui ensinado desde pequeno que somos jarros de barro e que dentro de nós há a água da vida para servir a todo e qualquer viajante com sede de verdade, justiça e amor.
No entanto, o que aprendi na jornada é que não dá para simplesmente despejar a água nos copos dos sedentos, porque uma hora começamos a nos sentir vazios demais.
Por incrível que pareça há muitos corações secos que nunca foram regados.
Entendi que quando a gente entrega (doa) o que tem, uma hora podemos nos sentir roubados. Mesmo que as outras pessoas também tentem matar nossa sede. Porque no fundo ninguém mata a sede de ninguém, no máximo nos contentamos provisoriamente.
Esse contentamento é provisório porque somos provisórios, uma metamorfose ambulante como diria o poeta.
É por isso que não dá para amar as outras pessoas se a gente realmente não se amar. Conhecer e se relacionar profundamente com o eu que habita em nós.
Cavar bem fundo para encontrar a nascente, então quem sabe o jarro se quebre para virar rio e aí sim correr para outros rios para no fim tudo virar mar. -
Exploradores de corações
Somos como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro de outras nascentes nos tornam um só. O rio é a mistura de pequenos encontros. Somos feitos de águas, muitas águas.
O que sai de nós cada vez que amamos? O que em nós acontece quando nos deparamos com a dor que não é nossa, mas que pela força do olhar que nos fita vem morar aqui dentro? Nos transformamos em outros?
Vivemos para saber. O que do outro recebemos leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida nos afeta com seu poder de vivência. Empurra-nos para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos. Somos o acúmulo de muitos mundos.
Exploradores de corações.