1h 47 min

Lado a Lado #13 – Diminuindo o templo Lado a Lado | Bibotalk

    • Cristianesimo

Vivemos em uma sociedade que tem horror a gordura - ninguém pode negar. Ao mesmo tempo, nunca estivemos tão gordos. Apesar do Brasil gastar 1,1 bilhão de reais em consultas e tratamentos contra a obesidade, isso aparentemente não está funcionando.



Desde que as caravelas dos portugueses e dos espanhóis aportaram no Novo Mundo (descobrindo a maravilha do sabor do cacau, batata, chocolate e açúcar) o Ocidente nunca mais foi o mesmo, nem as curvas de seus moradores. Entre o Século 16 e 18 a gordura corporal se tornou sinônimo de beleza e de riqueza, já que antes disso o sabor doce do açúcar era raro e tratado somente como um remédio - de luxo.



Quando descobrimos a maravilha do chocolate quente, da batata frita com ketchup e do biscoito amanteigado, ser cheinho ou cheinha se tornou elegante, saudável e sexy. Tanto que muitos dos elogios criados para ressaltar a beleza do corpo feminino estão intimamente relacionados com a gastronomia: gostosa, deliciosa.. Aqui no Brasil, durante o período do Império, visitantes estrangeiros se apavoraram e documentaram como as brasileiras eram mais pesadas que as europeias - tanto pelo acesso fácil ao açúcar de cana em nossas terras quanto pelo sedentarismo e indolentes de quem tinha escravos para fazer o serviço doméstico.



Foi só na virada do século 19 para o 20 que os médicos passaram a exigir com mais força que as pessoas ingerissem menos gordura de porco, cremes e açúcar, além de fazer esporte e ter uma vida ativa para cuidar do corpo e da mente. Parecia bem simples, até a fast food chegar, na metade da década de 50. Dali para frente veio o controle remoto, o Uber... Nos querem mais magros do que nunca, e isso é cada vez mais difícil.



Nós precisamos ser magros ou isso é apenas uma exigência da sociedade patriarcal ocidental opressora interessada em vender mais e mais roupas com menos tecido?







Equipe

Hosts: Andrea Menezes, Silvana Silva e Tatiane Vidal

Vitrine: Giancarlo Marx

Edição: Rogério Moreira Jr



Entre em nosso grupo no Telegram

E-mail: ladoalado@bibotalk.com

Fontes



* Mary Del Priore. Padrão feminino de beleza já foi bem diferente no passado. Um Rio de Histórias (podcast da Rede CBN de rádio). Publicado em 26/03/2018.

* Mary Del Priore. Açúcar era mais consumido como remédio nos Séculos XVI e XVII. Um Rio

de Histórias (podcast da Rede CBN de rádio). Publicado em 15/01/2018;

* Renato Moraes. Tendências, padrões e fast food. Blog da Fundação Vanzolini. Publicado em 05/03/2014.

* Harvard School of Public Medicine. Prato: Alimentação Saudável (Portuguese).

Vivemos em uma sociedade que tem horror a gordura - ninguém pode negar. Ao mesmo tempo, nunca estivemos tão gordos. Apesar do Brasil gastar 1,1 bilhão de reais em consultas e tratamentos contra a obesidade, isso aparentemente não está funcionando.



Desde que as caravelas dos portugueses e dos espanhóis aportaram no Novo Mundo (descobrindo a maravilha do sabor do cacau, batata, chocolate e açúcar) o Ocidente nunca mais foi o mesmo, nem as curvas de seus moradores. Entre o Século 16 e 18 a gordura corporal se tornou sinônimo de beleza e de riqueza, já que antes disso o sabor doce do açúcar era raro e tratado somente como um remédio - de luxo.



Quando descobrimos a maravilha do chocolate quente, da batata frita com ketchup e do biscoito amanteigado, ser cheinho ou cheinha se tornou elegante, saudável e sexy. Tanto que muitos dos elogios criados para ressaltar a beleza do corpo feminino estão intimamente relacionados com a gastronomia: gostosa, deliciosa.. Aqui no Brasil, durante o período do Império, visitantes estrangeiros se apavoraram e documentaram como as brasileiras eram mais pesadas que as europeias - tanto pelo acesso fácil ao açúcar de cana em nossas terras quanto pelo sedentarismo e indolentes de quem tinha escravos para fazer o serviço doméstico.



Foi só na virada do século 19 para o 20 que os médicos passaram a exigir com mais força que as pessoas ingerissem menos gordura de porco, cremes e açúcar, além de fazer esporte e ter uma vida ativa para cuidar do corpo e da mente. Parecia bem simples, até a fast food chegar, na metade da década de 50. Dali para frente veio o controle remoto, o Uber... Nos querem mais magros do que nunca, e isso é cada vez mais difícil.



Nós precisamos ser magros ou isso é apenas uma exigência da sociedade patriarcal ocidental opressora interessada em vender mais e mais roupas com menos tecido?







Equipe

Hosts: Andrea Menezes, Silvana Silva e Tatiane Vidal

Vitrine: Giancarlo Marx

Edição: Rogério Moreira Jr



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E-mail: ladoalado@bibotalk.com

Fontes



* Mary Del Priore. Padrão feminino de beleza já foi bem diferente no passado. Um Rio de Histórias (podcast da Rede CBN de rádio). Publicado em 26/03/2018.

* Mary Del Priore. Açúcar era mais consumido como remédio nos Séculos XVI e XVII. Um Rio

de Histórias (podcast da Rede CBN de rádio). Publicado em 15/01/2018;

* Renato Moraes. Tendências, padrões e fast food. Blog da Fundação Vanzolini. Publicado em 05/03/2014.

* Harvard School of Public Medicine. Prato: Alimentação Saudável (Portuguese).

1h 47 min