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O POLEcast com pole dancers convidados, falando sobre diversos assuntos da arte do pole dance. Coordenação e direção artística de Vanessa Fiuza. Mediação de Rafael Domingues. Produção de Amora Produções Culturais. Produção realizada com recursos do Governo Federal através da lei nº 14.017/2020, administrados pela Prefeitura de Canoas, que dispõe de ações emergenciais destinadas ao setor cultural objetivando minimizar o impacto causado pela pandemia por coronavírus.

QUE BARRA! pole dance como respiro na pandemia QUE BARRA! pole dance como respiro na pandemia

    • Arts

O POLEcast com pole dancers convidados, falando sobre diversos assuntos da arte do pole dance. Coordenação e direção artística de Vanessa Fiuza. Mediação de Rafael Domingues. Produção de Amora Produções Culturais. Produção realizada com recursos do Governo Federal através da lei nº 14.017/2020, administrados pela Prefeitura de Canoas, que dispõe de ações emergenciais destinadas ao setor cultural objetivando minimizar o impacto causado pela pandemia por coronavírus.

    Representatividade preta no pole dance

    Representatividade preta no pole dance

    Rafael Domingues conversa com Élen Cerqueira que conta que via meninas fazendo pole e sempre quis fazer, porém, na época, ainda era uma atividade cara que ela não conseguia pagar. Mas, num certo dia abriu um estúdio perto da sua casa e ela se matriculou. Mais ou menos um ano e meio depois, ela se capacitou em pole e começou a dar aulas nesse estúdio onde iniciou a praticar. Élen conta que quando alguém faz uma pesquisa sobre pole se depara com corpos dentro de um padrão e isso acaba fazendo com que a pessoa pense que não conseguirá, mas para ela o pole é plural e todos podem fazer. Como professora, Élen estimula sempre seus alunos a fazerem tudo de uma forma que eles se sintam confortáveis e acolhidos e ela sempre destaca que algumas pessoas irão ter facilidade para executar algum movimento e outras não. Porém, tudo é uma questão de praticar e não desistir. Élen faz parte de um coletivo chamado "afrontosas" que, surgiu em 2019 com cerca de sete mulheres pretas de diversas profissões, onde trazem o discurso da representatividade preta no pole. Ela fala que é muito importante levantar essas questões porque o aluno, provavelmente conseguirá um melhor desemprenho se tiver aula com uma pessoa parecida fisicamente com ele, desde o biotipo até uma jogada de cabelo por exemplo. Essas são coisas que interferem se você não se sente representado. Élen conta que sempre fez esportes e que nunca havia feito dança antes do pole. Para organizar sua aula, Élen pensa no que aquele aluno tem facilidade para poder aprimorar e às vezes, ela também cria uma coreografia para dançar com seus alunos. Por fim, Élen comenta sobre algumas figuras/movimentos e seus nomes que podem variar dependendo da região.

    • 22 min
    Apoio familiar e pole dance enquanto trabalho

    Apoio familiar e pole dance enquanto trabalho

    Rafael Domingues conversa com Rochele Cambosi que conta que seu primeiro contato com pole foi em 2013, quando ela cursava Geografia e o pole veio como um hobbie. Ela diz que parou por dois anos e retornou em 2018, quando já estava se formando, porém não gostava muito da área e a dança era muito benéfica naquele momento. Em 2019 ela topou se capacitar em pole e começar a ministrar aulas. A família dela era mais conservadora e de classe média baixa, então, não havia um incentivo para que ela fosse artista. Sendo assim, ela optou primeiramente, por uma área que fosse mais aceita por ser mais formal. Rochele fala que toda sua família ainda não entende a dança no pole como uma forma de trabalho, principalmente por dançar de biquíni, explorar a sensualidade, o pole ainda é um tabu na mesa de jantar. Ela conta que existe um respeito da família porque é com isso que ela consegue se manter, pagar suas contas, e diz que o preconceito não vem só da família. Rochele vê também, quando vem de fora da bolha do pole e conta que já teve que falar que era professora de dança e não de pole para evitar discussões desnecessárias.

    Dentro do mercado brasileiro de pole, a grande maioria das pessoas, são brancas e Rochele procura sempre pesquisar coletivos, dançarinas negras para conseguir uma representatividade, um incentivo. Rochele conta que o perfil da maioria das strippers são de mulheres negras e quando você pesquisa o pole glamuroso, encontra um perfil Dita Von Teese (pesquisar se o nome ta certo), mulheres brancas com corpos dentro de um padrão. Ela diz que sempre procura ter aula com corpos parecidos com o dela para se sentir confortável dentro da sala de aula, mas ainda é muito difícil encontrar, então, ela tenta sempre divulgar artistas pretos. Rochele ministra aulas a mais ou menos um ano e ela entende que cada pessoa tem uma maneira diferente de aprender pole. Assim, ela tem que adaptar a técnica para ensinar todos, para que a aula seja mais democrática. Para finalizar Rochele fala que gosta de todas as vertentes do pole, cada vertente ajudou ela a construir a sua identidade na dança.

    • 35 min
    Tabus, preconceito e machismo

    Tabus, preconceito e machismo

    Rafael Domingues conversa com Ana Paula Oliveira que conta que escutou de tudo, quando começou a fazer pole dance. Do tipo "dança pra mim" indo ao "agora ela é do cabaret" indo até ao "teu namorado tem muita sorte". Tudo muito pejorativo. Como defesa, Ana dizia que fazia pole fitness por conta de dar início a prática com uma professora que também era atleta, mas esse termo já não é mais usado até porque o pole dance é da área da dança e não da educação física. Pole não versa mais somente sobre um esporte.

    Na família, Ana teve um pouco de preconceito por fazer pole dance. Hoje, a família dela apoia. Ela conta que começou a fazer pole dance porque teve uma trombose na perna com 21 anos e precisava fazer exercícios, mas não gostava muito de academia. Então, uma amiga falou que iria abrir um estúdio em Canoas e foi aí que ela decidiu tentar e gostou. Ana conta que o estúdio que ela ministra aula, teve que se adaptar de diversas formas para que pudessem se manter na pandemia e, conversando com outros estúdios do Brasil, criaram uma espécie de troca-troca onde ministravam aulas online e gratuitas, para que as pessoas pudessem continuar com a vontade de manter a prática.

    Ela conta também que o seu segundo estúdio abriu um mês antes da pandemia inciar, mas que felizmente não precisou fechar suas portas. No seu  estúdio em Novo Hamburgo, Ana conta que estava com a agenda cheia de aulas, não havia mais horários e eram cerca de 40 alunes. Além disso, Ana nos conta um pouco sobre as vertentes do pole, o sport é mais voltado para a competição e tem muitas regras. Inclusive, ela estava treinando para competir nessa categoria. Conta, também sobre o Exotic, que é algo mais marcado e sensual. Ela afirma que em 2017 muitas das suas alunas eram mulheres que queriam dançar para o marido e com o tempo esse perfil foi mudando, hoje ela encontra alunas que tem curiosidade e que esperam adquirir força, alargamento e desenvoltura corporal.

    • 20 min
    Estúdios de pole dance na pandemia

    Estúdios de pole dance na pandemia

    Rafael Domingues conversa com Luiza Consul que conta que iniciou no pole dance com 12 anos de idade, se mudou para Canoas (RS) e parou por um tempo por conta da ausência de um estúdio na cidade. Quando sua amiga lhe chamou para fazer pole dance, ela achava que era somente a vibe de stripper, mas seus pais apoiaram para que ela fizesse. Luiza conta que fez capacitação para dar aula com Yago e Michele onde rolou uma imersão no pole dance básico e intermediário. Ela diz que tem que estar sempre treinando e aprendendo porque o pole está sempre mudando e evoluindo. Ela conta que montar seu estúdio foi difícil e quando começou a pandemia pensou em fazer aulas online, porém achou complicado porque nem todo mundo tem barra em casa. No início de Janeiro deste ano, Luiza conta que o estúdio iniciou um período fechado para pensar se iria continuar dando aulas ou fechar de vez.

    Luiza comenta como são feitas as aulas de pole dance na modalidade presencial. Geralmente, o perfil de pessoas que procuram as aulas no estúdio dela são mulheres magras e que, infelizmente, os outros tipos acabam não procurando. Ela diz que seu estúdio acaba sendo mais focado no sport, mas passa também, por todas as vertentes do pole dance. Conta um pouco de como prevê as aulas na modalidade à distância: Por vídeo chamada, a pessoa deveria ter um espaço para fazer as aulas e alguns itens como (colchonete, joelheria e talvez um salto). Ela conta que para montar um estúdio é um investimento super alto, e que mesmo sendo pequeno com 2 barras, ela desembolsou em torno de 10 mil reais para o seu estúdio existir. Esse encarecimento faz com que o pole dance seja uma prática um pouco mais cara que outras e elitista. De uns anos pra cá, Luiza começou a experimentar mais a vertente do sensual. Luiza conta que no início de 2020 tinha um pensamento de focar no sport para participar de campeonatos, mas com a pandemia e o medo de não conseguir se adequar àquele monte de regras que tem para atletas, ela acabou desistindo. Por fim Luiza diz que por conta da pandemia o número de alunos de diversos estúdios diminuiu e muitos estúdios optaram por fazer festivais online para se apresentarem e despertarem a vontade de pessoas para a prática.

    • 44 min
    Criação de estúdio, elitismo e didática

    Criação de estúdio, elitismo e didática

    Rafael Domingues conversa com Susileyne Alves que conta que conheceu uma das mais antigas praticantes de pole dance de Porto Alegre e a partir disso, foi quando decidiu começar a praticar pole dance, mas demorou um pouco para se apaixonar pela arte. Susi também fala do seu centro de treinamento que começou como um estúdio e agora é um grande centro com diversas atividades e que completa 5 anos. Ela não imaginava que o estúdio iria crescer como cresceu, e diz que para ela, aquela sala onde ministrava suas aulas de dança, estava de bom tamanho, mas depois por conta do pole dance, ela foi para uma sala maior, ali começou a vontade de agregar mais atividades ao local. Susi conta que é muito alto o custo para se especializar em pole dance, então isso faz com que as mensalidades das aulas sejam muito caras tornando a prática elitista. Susileyne entende a realidade da região onde fica seu centro de treinamento e que é necessário adaptar as ofertas para que todos possam se sentir acolhidos e possam praticar o pole dance. Ela ministra aulas para crianças, a maioria a partir dos 13 anos de idade, e suas mensalidades são mais baratas porque ela quer proporcionar a magia do pole dance para esse público, também. Para conseguir compor turmas com diversidade, Susi está sempre investindo em divulgação nas redes sociais e também tentando convencer outras pessoas que treinam no seu centro a praticarem. Susileyne fala que é muito grande a falta de referências pretas no pole dance, mas que aos poucos vê que isso está mudando e pessoas pretas estão ocupando esses espaços. Ela diz que notava que em suas aulas a maioria das alunas eram pretas, talvez por uma questão de procurarem representação já que a professora também é preta. Susi participou de alguns festivais de pole dance na região onde reside e não gosta muito de campeonatos, ela prefere dar aula e preparar a pessoa para competir do que ela participar de uma competição. Desde sempre, ela ensina a origem do pole dance e que não se deve ter vergonha de falar sobre. Ela fornece aos seus alunos, informações para que possam defender essa atividade com mais eficácia. Por fim ela conta que sua empresa é totalmente feminista e que o respeito é requisito básico para estar lá dentro.

    • 22 min
    Questões sociais e o racismo no pole dance

    Questões sociais e o racismo no pole dance

    Rafael Domingues conversa com Vinicius Marciano que fala que sempre quis fazer coisas ligadas a ginástica, mas não conseguiu quando era pequeno, então viu no pole dance, uma maneira de suprir esse desejo. Vinicius atua não somente como aluno, mas também como professor e conta que o acesso de pessoas pretas no pole dance está sendo maior, porém fala da necessidade de cuidar como isso está sendo feito, pois muitos estúdios oferecem bolsas para pessoas pretas, apenas para mostrar que são acessíveis, mas sem entender muito bem como deve ser realizado esse processo. Ele cita que as formas adotadas podem ser pejorativas e diz "você não vai dar bolsa para uma médica só porque ela é preta, se ela pode pagar pelas aulas. Dê bolsa para uma doméstica preta, porque provavelmente ela não conseguirá pagar." Além disso, Vinicius explica que existe o Poleflix, uma plataforma online com conteúdos sobre pole dance, onde ele faz parte. Vinicius também diz que gosta de se nomear como Striper Acrobático e que não tem uma vertente no pole dance que ele goste mais, por exemplo. Como professor ele entende que cada corpo é diferente e cabe ao profissional de pole dance, entender isso para que todes se sintam à vontade para praticar. Ele também diz que as redes sociais excluem profissionais e artistas pretos. Conta que isso dificulta seu processo de pesquisa por referências e que essa dificuldade aumenta ainda mais quando a pesquisa busca por pessoas pretas retintas. Vinicius diz que já viveu episódios de racismo velado em um estúdio que fazia parte, onde a sua capacidade física e profissional foram colocadas a prova por ser uma pessoa preta.

    • 25 min

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