Levante-se Casa do Povo

Lutar cantando, ou cantar lutando, é difícil imaginar um levante civil sem uma canção de protesto. O coro de vozes é o que dá vida a um corpo político. O poema musicado Zog Nit Keynmol, conhecido como O Hino dos Partizanos, é a canção de resistência judaica durante a Segunda Guerra Mundial. Preso no Gueto de Vilna, Hirsch Glik escreve o hino para os combatentes do Levante Gueto de Varsóvia, criando uma comunicação entre os resistentes. Para falar sobre isso, duas mulheres extraordinárias: a maestrina do Coral Tradição, Hugueta Sendacz, conta sobre a história do hino, e a atriz Fernanda Montenegro interpreta o poema.

Quais as memórias sobre o Levante do Gueto de Varsóvia que ainda vivem no Bom Retiro? E como foi recebida em São Paulo a notícia do fim da Segunda Guerra Mundial? Hugueta Sendacz, maestrina do Coral Tradição, relembra duas de suas memórias mais vivas: o fim da Guerra, em maio de 1945, e a viagem de seu marido, José Sendacz para a Polônia, em 1954.

8 de maio. Notamos a dimensão histórica e social de Levantes, mas raramente lembramos que eles são feitos por corpos, como o meu e o seu.  Como um corpo começa um Levante? A plataforma Futura, da coreógrafa  Clarice Lima em colaboração com artistas da dança, propõe um exercício para levantar-se. Vozes e gestos individuais que, quando reunidos, criam o corpo coletivo necessário para eclodir um Levante.

1º de maio. Olhamos retroativamente para eventos históricos e tentamos entender por que as coisas aconteceram como aconteceram. Pensamos no que poderia ter sido feito para evitar uma situação trágica, ou por que tantos se mantiveram em silêncio diante dela. O pesquisador Saul Kirschbaum olha para a resistência judaica na Polônia durante a Segunda Guerra Mundial e se pergunta: por que ela não aconteceu antes?

28 de abril. Como dialogam as revoltas de diferentes povos, em diferentes lugares e momentos históricos? No texto "o fardo da raça", Achille Mbembe diz que “negros e judeus são ressurgentes, pois ambos os grupos foram expostos, em graus distintos, à possibilidade concreta de desaparição”. É sobre isso que fala o Eugênio Lima quando evoca o Levante do Gueto como referência para o diálogo entre autores judeus brancos e autores negros.

23 de abril. Quem eram os judeus e judias do Gueto que se levantaram contra o exército Nazista? O que sabiam eles sobre a luta armada? E como conseguiram sustentar uma revolta que resistiu por mais tempo do que batalhas travadas por exércitos profissionais? Celso Zilbovicius conta sobre o perfil desses jovens combatentes e a auto-defesa judaica no Gueto, dando ênfase à ZOB, principal liderança do Levante do Gueto de Varsóvia, ao lado da ZZW.