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O pai da Gabriela | O Papai é Pop 2 O Papai é Pop Podcast

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O Pai da Gabriela

Sempre que ia deixar minha filha na escolinha, vinha aquela menina de cabelo crespo. O nome dela era Gabriela. Enquanto dava tchau pra minha filha, a Gabriela sempre puxava papo, sobre os mais diversos assuntos. “Aquele é o seu carro?”, ela perguntava. “Sim”, eu respondia. “O do meu pai é melhor.” Aquilo me deixou meio constrangido.
“O carro do meu pai é bem grandão. E superbonito”, disse a Gabriela.

Com o tempo percebi que o objetivo da Gabriela era me desmoralizar. Só pode. Eu dando beijos de despedida na minha pequena e lá vinha ela. “Você é magro”, me disse uma vez. “Você acha? Até que estou me achando barrigudo”, eu disse. “Meu pai é forte. Ele consegue me levantar com um braço só”, ela falou. E assim era quase todo dia. “Meu pai tem um trabalho superbom.” “Meu pai comprou uma casa enorme.” “Meu pai se veste melhor que você.”

Era como se a Gabriela fizesse bullying comigo. Comecei a evitar despedidas longas na frente do portão da escola, só pra não ser agredido pela Gabriela. Eu estava cansado de ser comparado com o pai da menina. Comecei a imaginar aquele cara, mais forte do que eu, mais bem-sucedido. Carro melhor, cabelo melhor, sorriso mais bonito. “Meu pai não tem essa barba feia”, ela disse pra mim uma vez, olhando meu cavanhaque. O pai da Gabriela era uma mistura de Rodrigo Hilbert com George Clooney.

Passei a evitar a saída da escola. Me incomodava a possibilidade de encontrar o pai da Gabriela. Será que ele também iria me humilhar, como a filha tinha feito durante quase um semestre? Aquele homem carismático e charmoso iria apertar minha mão e dizer: “Você deve ser o barbudo raquítico de quem minha filha tanto fala!”. Até que um dia vi a Gabriela no colo de um homem. Os dois se abraçando, o olho da Gabriela brilhando enquanto olhava pra ele.

Era um sujeito baixinho. Usava um terno maior do que devia, a bainha estava mal cortada. Era meio careca na região da testa, o nariz certamente não poderia ser chamado de pequeno. Estava feliz com a Gabriela no colo. Me cumprimentou rapidamente. Carregando mochila e brinquedos, dava beijos na barriga da filha, que gargalhava. Entraram os dois num Corsa sedan. E foram embora, sorrindo os dois. Gabriela e seu herói.

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O Pai da Gabriela

Sempre que ia deixar minha filha na escolinha, vinha aquela menina de cabelo crespo. O nome dela era Gabriela. Enquanto dava tchau pra minha filha, a Gabriela sempre puxava papo, sobre os mais diversos assuntos. “Aquele é o seu carro?”, ela perguntava. “Sim”, eu respondia. “O do meu pai é melhor.” Aquilo me deixou meio constrangido.
“O carro do meu pai é bem grandão. E superbonito”, disse a Gabriela.

Com o tempo percebi que o objetivo da Gabriela era me desmoralizar. Só pode. Eu dando beijos de despedida na minha pequena e lá vinha ela. “Você é magro”, me disse uma vez. “Você acha? Até que estou me achando barrigudo”, eu disse. “Meu pai é forte. Ele consegue me levantar com um braço só”, ela falou. E assim era quase todo dia. “Meu pai tem um trabalho superbom.” “Meu pai comprou uma casa enorme.” “Meu pai se veste melhor que você.”

Era como se a Gabriela fizesse bullying comigo. Comecei a evitar despedidas longas na frente do portão da escola, só pra não ser agredido pela Gabriela. Eu estava cansado de ser comparado com o pai da menina. Comecei a imaginar aquele cara, mais forte do que eu, mais bem-sucedido. Carro melhor, cabelo melhor, sorriso mais bonito. “Meu pai não tem essa barba feia”, ela disse pra mim uma vez, olhando meu cavanhaque. O pai da Gabriela era uma mistura de Rodrigo Hilbert com George Clooney.

Passei a evitar a saída da escola. Me incomodava a possibilidade de encontrar o pai da Gabriela. Será que ele também iria me humilhar, como a filha tinha feito durante quase um semestre? Aquele homem carismático e charmoso iria apertar minha mão e dizer: “Você deve ser o barbudo raquítico de quem minha filha tanto fala!”. Até que um dia vi a Gabriela no colo de um homem. Os dois se abraçando, o olho da Gabriela brilhando enquanto olhava pra ele.

Era um sujeito baixinho. Usava um terno maior do que devia, a bainha estava mal cortada. Era meio careca na região da testa, o nariz certamente não poderia ser chamado de pequeno. Estava feliz com a Gabriela no colo. Me cumprimentou rapidamente. Carregando mochila e brinquedos, dava beijos na barriga da filha, que gargalhava. Entraram os dois num Corsa sedan. E foram embora, sorrindo os dois. Gabriela e seu herói.

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