2 min

Erótico - Carlos Drummond de Andrade - A BUNDA QUE ENGRAÇADA POETAR com Marcelo Torres

    • Performing Arts

Uma Delícia ouvir o poeta maior em toda sua sensualidade. O Amor Natural, de 1992, Carlos Drummond de Andrade dá um solavanco no leitor. Todos os poemas publicados são eróticos, mas não são pornográficos.
A BUNDA QUE ENGRAÇADA
A bunda, que engraçada. Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se. Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora – murmura a bunda – esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar. A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.

A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.

Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.

A bunda é a bunda,
rebunda.

Uma Delícia ouvir o poeta maior em toda sua sensualidade. O Amor Natural, de 1992, Carlos Drummond de Andrade dá um solavanco no leitor. Todos os poemas publicados são eróticos, mas não são pornográficos.
A BUNDA QUE ENGRAÇADA
A bunda, que engraçada. Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se. Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora – murmura a bunda – esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar. A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.

A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.

Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.

A bunda é a bunda,
rebunda.

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