A Vid'é Freud‪!‬ Silvio Carneiro

Em 1969 a psiquiatra suíça  Elisabeth Kubler-Ross lançou um livro chamado "Sobre a morte e o morrer" em que estabelece um modelo de cinco fases vivenciado por toda pessoa em estado de luto. Esse modelo pode ser estendido para todo tipo de perdas ou situações difíceis na vida e nos ajuda a entender a importância de vivenciarmos as nossas dores de um jeito mais saudável.Segundo Kubler-Ross, o luto se dá em cinco estádios:
Negação;
Raiva;
Barganha;
Depressão e
Aceitação.Primeiro a gente nega o problema, tentando encontrar um jeito de não entrar em contato com a realidade. É comum também não querermos falar sobre o assunto. Até que chega um momento em que o medo passa e encaramos a realidade.A realidade nos choca e então a gente se revolta com o mundo, se sente injustiçado(a) e não se conforma por estar passando por isso. A gente tenta extravasar.Mas esse extravaso mina nossas energias e a gente começa a “barganhar”, começando com a gente mesmo, dizendo que seremos uma pessoa melhor se sairmos daquela situação; fazendo promessas a Deus e se “agarrando” a todos os santos.Só que a realidade é só a realidade e, por mais que a gente tente dar nosso “jeitinho” sendo um bom menino ou uma boa menina a realidade é uma sucessão de causas e consequências. Alguma coisa causou essa perda ou morte e será preciso lidar com as consequências. Não dá pra voltar no tempo e refazer a história. Mas podemos sempre escrever uma nova história a partir do agora. E pensar nessa dura verdade pode fazer com que a gente queira se retirar para nosso mundo interno, nos isolando e nos sentindo impotentes diante da situação.Até que, finalmente a gente supera o desespero e consegue enxergar a realidade como realmente é, ficando pronto pra enfrentar a perda ou a morte.Não existe uma sequencia fixa dos estádios de luto, mas é comum que as pessoas apresentem pelo menos dois desses estádios. Algumas ficam estagnadas em uma das fases. Mas a resolução exige a vivência plena dos sentimentos e pensamentos a todo custo.

OS ESTILOS DE APEGO SÃO FORMADOS NA NOSSA PRIMEIRA INFÂNCIA, A PARTIR DAS INTERAÇÕES COM NOSSOS CUIDADORES (PAI, MÃE, OU QUALQUER OUTRO ADULTO QUE TENHA O PAPEL DE CUIDAR DA GENTE).

ESSES ESTILOS SÃO IMPORTANTES PORQUE SERÃO REPETIDOS NOS NOSSOS RELACIONAMENTOS DA VIDA ADULTA - INFLUENCIANDO ATÉ MESMO NO TIPO DE PARCEIROS QUE ESCOLHEMOS; EM COMO NOS COMPORTAMOS NO DECORRER DE UM RELACIONAMENTO E NO MODO COMO ESSES RELACIONAMENTOS TENDEM A ACABAR.

A BOA NOTÍCIA É QUE ESTILOS DE APEGO DESAJUSTADOS PODEM SER MODIFICADOS NA FASE ADULTA. E A TERAPIA PODE AJUDAR MUITO NISSO. NA VERDADE, ISSO É GRANDE PARTE DO TRABALHO TERAPÊUTICO.

TEMOS, PORTANTO, QUATRO TIPOS DE APEGO:

O PRIMEIRO DELES É O APEGO DESORGANIZADO (OU NÃO RESOLVIDO). ELE APARECE EM PESSOAS QUE, QUANDO CRIANÇA, DE ALGUMA FORMA SE SENTIRAM AMEAÇADAS POR SEUS CUIDADORES. AO TORNAREM-SE ADULTAS, ESSAS PESSOAS GERALMENTE CONFUNDEM AMOR COM ABUSO, NEGLIGÊNCIA OU ABANDONO. É UMA FERIDA NARCÍSICA PROFUNDA, MUITO COMUM EM PESSOAS BORDERLINE.

O SEGUNDO TIPO É O APEGO INSEGURO EVITATIVO (OU DISTANTE). GERALMENTE ESTÁ PRESENTE EM PESSOAS QUE NÃO CONSEGUEM SE CONECTAR COM OS OUTROS OU SE MOSTRAR COMO REALMENTE SÃO. ESSAS PESSOAS, GERALMENTE, QUANDO CRIANÇA, TIVERAM CUIDADORES QUE NEGLIGENCIARAM EXCESSIVAMENTE SEUS SENTIMENTOS OU, PELO CONTRÁRIO, QUE ERAM SUFOCADAS DE TANTA ATENÇÃO.

O TERCEIRO TIPO É O APEGO INSEGURO AMBIVALENTE. SÃO PESSOAS GERALMENTE COM COMPORTAMENTO DESCONFIADO, PREOCUPADO. EM GERAL, QUANDO CRIANÇA, TIVERAM CUIDADORES NÃO CONFIÁVEIS – AMOROSOS, SOLIDÁRIOS E DISPONÍVEIS NUM MINUTO E INDISPONÍVEIS E ATÉ AMEAÇADORES NO MINUTO SEGUINTE. É UM TIPO DE APEGO MUITO COMUM EM PESSOAS COM TENDÊNCIA À BIPOLARIDADE.

FINALMENTE, O QUARTO TIPO É O APEGO SEGURO. PRESENTE EM PESSOAS COM ALTO GRAU DE AUTONOMIA, AUTOESTIMA E CONFIANÇA. SÃO PESSOAS QUE SE RELACIONAM COM OS OUTROS DE FORMA MAIS SIMPLES E DIRETA. SÃO PESSOAS QUE TIVERAM CUIDADORES CONFIÁVEIS, QUE LHE PROPORCIONARAM EXPERIÊNCIAS DE AMOR E LIMITES NA MEDIDA CERTA.

CLARO QUE ESSES TIPOS DE APEGO SÃO BASTANTE GENERALISTAS E A PSICANÁLISE ENTENDE QUE SÃO APENAS NORTEADORES, POIS CADA INDIVÍDUO É ÚNICO. MAS O CONCEITO SERVE PARA MOSTRAR QUE A FORMA COMO CUIDAMOS DAS NOSSAS CRIANÇAS FATALMENTE REFLETIRÁ EM SUAS VIDAS ADULTAS.

OLÁ!

EU SOU SILVIO CARNEIRO, PSICANALISTA, ESPECIALISTA EM PSICANÁLISE CONTEMPORÂNEA E EM PSICOLOGIA POSITIVA. SOU TAMBÉM O CRIADOR DA TERAPIA TAROMÁTICA, UMA TÉCNICA TERAPÊUTICA QUE USA AS CARTAS DO TARÔ TRADICIONAL COM AS TEORIAS PSICANALÍTICAS DE FREUD E JUNG.

VENHO CONVIDAR VOCÊ PARA CONHECER MEU NOVO PROJETO – ESTE PODCAST – A VID’É FREUD, ONDE TODA SEMANA APRESENTO UM EPISÓDIO INÉDITO SOBRE FATOS DO COTIDIANO A PARTIRDE UMA PERSPECTIVA PSICANALÍTICA CONTEMPORÂNEA.

MAS NÃO SE PREOOCUPE! NÃO PRETENDO FAZER DESSE PODCAST AQUELES EPISÓDIOS LONGOS E ENFADONHOS COM MAIS DE UMA HORA DE TEORIZAÇÕES E LINGUAGEM COMPLICADA. A PROPOSTA AQUI É FALAR SEM ENROLAÇÃO. PAPO RETO. NA LINGUAGEM DE UM BATE PAPO COMUM, SEM MUITAS PRETENÇÕES – ALIÁS, NÃO SE ESPANTE DE OUVIR ALGUNS PALAVRÕES E ALGUMAS GÍRIAS DE VEZ EM QUANDO.

BOM, ENTÃO É ISSO. ESPERO QUE VOCÊS GOSTEM E SE QUISEREM INTERAGIR DIRETAMENTE COMIGO, MANDE MENSAGEM PARA O MEU E-MAIL: CARNEIRO.SILVIO@GMAIL.COM

VAMOS AO EPISÓDIO DE HOJE!

EPISÓDIO 1

ASSUMINDO RESPONSABILIDADES

RESPONSABILIDADE É A HABILIDADE DE RESPONDER; REAGIR.

COMO HABILIDADE, É ALGO APRENDIDO; CONSTRUÍDO COM O TEMPO.

UMA PESSOA RESPONSÁVEL É AQUELA CAPAZ DE RESPONDER POR SEUS ATOS, OU SEJA, ELA TEM CONSCIÊNCIA DOS SEUS ATOS PORQUE ESTES PASSARAM POR TODO UM PROCESSO COGNITIVO-COMPORTMENTAL-RACIONAL ANTES DE SE TORNAR ATO.

A MAIORIA DOS NOSSOS PROBLEMAS SÃO CRIADOS POR NÓS MESMOS. MUITOS DE FORMA INCONSCIENTE. OUTROS, DEVIDO ÀS NOSSAS ESCOLHAS – POIS ESCOLHER SEMPRE REPRESENTA RENUNCIAR OU ABRIR MÃO DE ALGUMA OUTRA COISA.

UM DOS PASSOS MAIS IMPORTANTES DA TERAPIA PSICANALÍTICA É AJUDAR AS PESSOAS A ASSUMIREM A RESPONSABILIDADE POR SUAS CRISES EM ANDAMENTO, PORQUE, UMA VEZ QUE ELAS DESCOBREM QUE PODEM E DEVEM CONSTRUIR SUAS PRÓPRIAS VIDAS, VÊEM-SE LIVRES PARA GERAR MUDANÇAS.

SARTRE DIZIA: “O INFERNO SÃO OS OUTROS”. A PSICANÁLISE NOS DIZ: “ÀS VEZES, O INFERNO SOMOS NÓS”.

EU SOU SILVIO CARNEIRO E A VID’É FREUD.