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A trajetória dos atletas brasileiros nas ParaOlimpíadas de Londres em 2012. Histórias de superação de cada um dos atletas medalistas contados no livro "Vencedores" de Bernardino Furtado e Sérgio Dutti.

VENCEDORES Bernardino Furtado

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A trajetória dos atletas brasileiros nas ParaOlimpíadas de Londres em 2012. Histórias de superação de cada um dos atletas medalistas contados no livro "Vencedores" de Bernardino Furtado e Sérgio Dutti.

    Episódio 3 - Alan Fonteles

    Episódio 3 - Alan Fonteles

    A vontade de ser atleta veio cedo para Alan. Menino pobre de Ananindeua, na Região Metropolitana de Be- lém, no Estado do Pará, na Amazônia Brasileira, ele teve as pernas amputadas acima dos joelhos, 21 dias depois de nascer, em consequência de um quadro de infecção generalizada. Começou a usar próteses aos três anos
    de idade e logo aprendeu a andar de bicicleta, a jogar futebol e vôlei. Quando tinha oito anos, pediu à mãe, a dona de casa Claudia, para acompanhar uma turma de amigos de bairro que participava de um programa de iniciação ao esporte na pista de atletismo da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém. A treinadora e ex-atleta Suzete Montalvão, integrante do time brasilei- ro no revezamento 4X100m nas Olimpíadas de Seul, em 1988, nunca tinha treinado um atleta com deficiência física. Logo percebeu que estava diante de um garoto especialmente talentoso e determinado.

    Mesmo usando próteses não apropriadas para corrida, Alan evoluía a olhos vistos e se empenhava mais do que a média dos colegas. Treinava com o grupo da sua ida- de e esperava o horário do treino dos mais velhos para continuar. Em 2005, venceu as provas dos 100 metros e dos 200 metros no Circuito Loterias Caixa Norte/ Nordeste, em Manaus, e repetiu as conquistas na Etapa Nacional, no Rio. Em 2006, foi obrigado a uma longa

    e angustiante interrupção na carreira. Teve de passar por cirurgias para raspar a fíbula das duas pernas. Na adolescência, os ossos cresceram além do que os cotos podiam abrigar.

    Em 2007, estaria de volta, melhor do que nunca. Obteve o segundo lugar na Etapa Nacional do Circuito Loterias Caixa, em São Paulo, nos 100 metros e nos 200 me- tros. Em 2008, se tornou um dos primeiros brasileiros

    a correr com próteses de última geração, em fibra de carbono. O equipamento, que custa aproximadamente R$ 50 mil foi uma prova da confiança dos patrocina- dores no potencial de Alan. Ele mostrou que tinham razão. Venceu os 100 metros e os 400 metros na Etapa Regional Norte/Nordeste, em Natal, no Rio Grande do Norte e foi convocado para disputar o Campeonato Mundial Juvenil. Venceu os 100 metros e os 200 metros e foi terceiro nos 400 metros. Embora tivesse idade para continuar na Seleção Juvenil, Alan se superou. Atingiu o índice nos 200 metros para adultos. Com 16 anos de idade, foi o mais jovem atleta da delegação brasileira nas Paralimpíadas de Pequim, em 2008. Conquistou exce- lentes resultados para um estreante. Foi sétimo lugar na final dos 200 metros e ganhou a prata com a equipe do revezamento 4X100m.

    Bicampeão mundial juvenil na República Tcheca nos
    100 metros e nos 200 metros, em 2010, com quebra de recorde mundial nos 200 metros para atletas de até 20 anos de idade, Alan continuou competindo com sucesso entre adultos, obtendo o terceiro lugar nos 100 metros e no revezamento 4X100 no Campeonato Mundial da Nova Zelândia, em 2011.

    “Foi tudo muito rápido”, resume Alan, como se olhasse para trás, na direção do bloco de largada, ao desacelerar as passadas, depois de cruzar a linha dos 100 metros ra- sos. “Minha mãe acreditou desde o início, meu pai disse que sempre estaria ao meu lado e eu não queria outra coisa na vida”, diz.

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    Episódio 2 - Talisson Glock

    Episódio 2 - Talisson Glock

    Dez dias antes, Talisson Glock soubera que não teria vaga na delegação brasileira para as Paralimpíadas de Londres. Era motivo mais do que suficiente para estar abatido e desestimulado. Mas, aos 17 anos de idade, ele havia se tornado um atleta excepcional e uma pessoa de fibra. Caiu na piscina do Open de Berlim, na Alemanha, e bateu o recorde pan-americano dos 200 metros medley. Conquistou a medalha de prata contra fortes adversários de vários países. Na mesma competição, foi bronze nos 100 metros livres.

    Com idade de juvenil, o nadador de Joinvile, no Norte do Estado de Santa Catarina, integra a Seleção Brasileira Principal Permanente de Natação Paralímpica. Por isso está neste livro, representando todos os para-atletas que não foram a Londres. Seja por terem esbarrado no limite de vagas por países numa competição de nível técnico cada vez mais alto ou por que ainda são jovens em formação para oxalá brilharem nas Paralimpíadas do Rio, em 2016.

    Desde 2008, quando começou a competir no Circuito Lo- terias Caixa, Talisson evolui. Quebrou várias vezes o próprio recorde brasileiro nos 100 metros costas, prova que venceu no Parapan de Guadalajara, em 2011, com quebra do recorde das Américas. A fase de competir apenas entre pessoas da mesma idade tinha ficado para trás, depois do brilhante desempenho no Parapan-Americano Juvenil, na Colômbia, em 2009, em que conquistou nada menos do que seis medalhas de ouro e duas de prata.

    O futuro está aberto para o garoto que, em 2004, a mãe, Ivone, retirou sob o nono vagão de um trem de carga. O menino de nove anos de idade estava a caminho da escola de informática. O atropelamento, numa travessia sem cancela e sem sinalização no Bairro Fátima, em Joinvile, ceifou a maior parte da perna e do braço esquerdos. À bei- ra das piscinas e na vida, Talisson olha para frente.

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    Episódio 1 - O Vôo do Brasil

    Episódio 1 - O Vôo do Brasil

    Numa sociedade ética, homens e mulheres com deficiência física, congênita ou adquirida, devem ter acesso aos meios necessários para se tornarem cidadãos plenos. Se essa máxima funcionar, eles poderão escolher um dos diversos caminhos das habilidades e dos saberes para se sentirem realizados e serem reconhecidos como protagonistas destacados da história dessa mesma sociedade. Isso vale para a ciência, para as artes e... para o esporte. Em todos esses campos, porém, emergem os fora de série, os que brilham intensamente. Inspiram mais do que respeito, são admiráveis referências para os cidadãos do mundo.

    É de exemplos assim que falaremos neste livro. O objetivo desses atletas não se restringe a domar as limitações motoras de força física e de visão. Unem determinação, talento e capacidade atlética para vencer. Superação, para eles, é bater as marcas dos adversários e as próprias.

    Ao cabo de meses de acompanhamento de treinos,
    de competições e da rotina em comunidade desses personagens, descobrimos que eles querem ser vistos como superatletas, e não como pessoas que meramente superaram a deficiência física para conseguir praticar esporte. Afinal, muitos deles detêm marcas que a esmagadora maioria das pessoas sem deficiência jamais atingiu. Para isso, treinam diariamente horas a fio, enfrentam com tenacidade lesões provocadas pelo próprio esporte e, o que é essencial, amam o que fazem. Por isso, são vencedores.

    • 9 min.

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