Cowboy Cantor

Cowboy Cantor

Liberdade nos teus ouvidos. Todas as canções utilizadas com autorização. Freedom in your ears. All songs used under permission.

  1. 20 OCT

    Cowboy Cantor 335: noiserv

    1. A casa das rodas quadradas (com Milhanas) 2. Resumidamente 20 anos depois, David Santos continua a dar voz a noiserv. O seu trabalho a solo, que não só em Portugal, como pela Europa tem marcado muitos palcos e prémios, sendo inclusive um premiado a nível internacional. 20 anos depois, ou quase, o Cowboy Cantor continua activo. É este espaço temporal que liga o David ao Cowboy Cantor. A nível de projecção e impacto, noiserv ultrapassa em muito o podcast que estão a ouvir. Mas não posso deixar de lado um artista que acompanhamos desde sempre. E quando digo acompanhamos, referi-mo não só ao podcast Cowboy Cantor, como também à nossa família. Cá em casa, a primeira vez que ouvimos noiserv éramos apenas dois. Fomos dois no primeiro concerto de noiserv em São Miguel, na Casa Velha. Lembram-se desse espaço? No segundo concerto, desta feita no Teatro Micaelense, fomos dois a sentir um pontapé. A Maura por dentro do ventre, eu senti-o na minha mão. Há 11 anos. Cá em casa já somos quatro. Continuamos a ouvir noiserv. 7305, o quinto álbum de noiserv, assinala também os 20 anos de carreira de David Santos, enquanto homem-orquestra, como também lhe chamam. 7305 são o número de dias entre 19 de Março de 2005 e o mesmo dia no ano de 2025. Nesse dia em 2005, o David subiu ao palco pela primeira vez enquanto noiserv. A própria embalagem do álbum, em c.d. e vinil, é uma alusão a um calendário e esses 20 anos. Vivemos num mundo de pressa, um mundo à pressa, mas a pressa rouba-nos lugar, rouba-nos escuta e, acima de tudo, rouba-nos vida. Estas palavras são do David, ao falar de 7305. Nunca consegui definir muito bem o que é a música de noiserv, o que sinto com a voz profunda do David, ou como reajo (como reagimos) às suas canções, até ter ouvido e me ter apropriado de uma expressão na canção A fearless party between a kid and his own thoughts, com a colaboração de Surma: and it's when you're growing so gently, as a rock. Noiserv, a cada canção, e todas elas começam a partir do silêncio, cresce dentro de nós suavemente, mas com a firmeza de uma rocha. Mesmo sabendo que a fórmula é a mesma, sobreposição de instrumentos e vozes, que se vão repetindo em ostinatos curtos, cada canção absorve-nos. É um mergulho igual a tantos outros. Mas se escolhemos sempre a mesma pedra para mergulhar (no meu caso, eu tinha a minha pedra preferida na Baixa do Calhau d'Areia, na Maia), é porque essa pedra é a nossa casa. E esse mergulho é perder o fôlego e voltar à superfície: respirar. Recuperar a vida. Sem pressa. Escolhi as canções A casa das rodas quadradas, com a participação de Milhanas, e Resumidamente, por saírem um pouco da rotina das canções de noiserv, por serem com letra em português. Quase todas as outras canções do álbum têm convidados. Por outro lado, quer pelas letras, quer pelas música propriamente dita, são a marca de noiserv. No entanto, Resumidamente, para além de ter uma mistura de palavras muito pertinente, fazendo lembrar a entoação de Sérgio Godinho, introduz alguns elementos musicais, nomeadamente a perda momentânea da sobreposição dos tais ostinatos. Cowboy Cantor, liberdade nos teus ouvidos.

    11 min
  2. 29 SEPT

    Cowboy Cantor 332: We Sea

    1. We Sea - Corpo-fátuo 2. We Sea - Cai Baque Surdo (Numa Caixa) No regresso do Cowboy Cantor, ouvimos canções do 3.º álbum dos We Sea, as explicações mais pertinentes para esse álbum, pelos próprios Rui Rofino e Clemente Almeida. E contamos ainda com 3 apresentadores muito especiais: A Maura, a Emília e o Daniel.   O Melhor de Clube Miragens é o que me faltava para assumir e defender como for preciso o que há muito me inquieta: Serão os We Sea tão importantes para mim quanto os Xutos & Pontapés? Como é possível que possa comparar um grupo com o outro, se não há nada de semelhante entre uns e outros? A única comparação possível faz-me voltar a 1987, quando ouvi pela primeira vez a canção Contentores. Nessa altura fiquei definitivamente ligado à música, eu que já ouvia Bruce Springsteen, Dire Straits, Depeche Mode ou Beatles. Desde que assisti ao primeiro concerto dos We Sea, que terá sido o primeiro oficial, ou segundo concerto do grupo, senti uma ligação às suas canções que me identificam como pessoa. Não falo na ligação que existe entre a condição de açoriano, ou até da mesma ilha, e natural do mesmo concelho de dois dos elementos do grupo. Falo na condição de transformar a mágoa em baile. Transformar o mar, que nos separa do mundo, em amor e precisamente a ligação ao exterior. Mas sobretudo, transformar o silêncio em vida. As canções dos We Sea são vida, a minha vida. A vida do Rui, do Clemente, do Rómulo, com o balanço sempre certeiro e eficaz do Paulo. São canções, não de um grupo com origens na ilha de São Miguel, mas canções do grupo mais importante da vida de um adulto, professor, pai e marido.

    20 min
  3. 17/11/2023

    Cowboy Cantor 329: fractus

    1. fractus: Harbour 2. fractus: Sifting Tides Nota prévia: esta edição do Cowboy Cantor foi publicada no dia 17 de Novembro de 2023, no mesmo dia em que José Andrade publicou no Açoriano Oriental, na sua página Bastidores, uma entrevista comigo sobre o podcast. Um dos meus maiores dilemas para a escolha das canções a passar no Cowboy Cantor, sempre foi escolher a canção certa que mais bem representasse o álbum ou artista que quereria destacar. Quando cada edição do podcast passou a ser dedicada apenas a um artista, tendo a opção de partilhar convosco duas canções de cada álbum em destaque, o dilema manteve-se. Ou talvez até agravou-se. No caso dos fractus (com inical minúscula, segundo a ortografia oficial do grupo), se por um lado a escolha pendia para um factor muito simples e concreto, escolher as faixas em que a voz canta melodias com palavras, retirar essas duas canções do álbum fractus seria demasiado redutor e poderia parecer descontextualizado. Ainda assim, espero que Harbour e Sifting Tides sejam um convite suficientemente apelativo a que ouçam os 27 minutos, sensivelmente, com que fractus, o álbum, apresenta o grupo fractus. Grupo criado pelo escocês Mark Hendry, contrabaixista e compositor de jazz, conta ainda com um violino (Bernadette Kellermann), violoncelo (Juliette Lemoine), saxofone (Matt Carmichael), piano (Fergus McCreadie), bateria (Greg Irons), acordeão (Dan Brown) e claro, Irini Arabatzi nas voz. O álbum fractus explora a Natureza e Ambiente, através de composições em que  se misturam sonoridades jazz com música de carácter erudito, a chamada música clássica. Poderia ser uma banda sonora de uma série de David Lynch ou poderá apenas ser o vosso próximo vício. No meu caso, foram várias horas a ouvir o álbum aquando do meu primeiro encontro com o grupo. O mini-álbum fractus está disponível em c.d. através do Bandcamp do grupo ou na aplicação da vossa escolha para audição de música.

    11 min

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