O Poema Ensina a Cair Raquel Marinho
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- Arte
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Perseguindo a ideia de Lawrence Ferlinghetti - "a poesia é a distância mais curta entre duas pessoas" - esperamos, através das escolhas poéticas dos nossos convidados, ficar mais perto deles e conhecê-los melhor. Usamos o verso de Luiza Neto Jorge “O Poema Ensina a Cair” para dar título a este podcast sobre os poemas da vida dos nossos convidados.
Um projecto da autoria de Raquel Marinho.
"Melhor podcast de Arte e Cultura" pelo Podes 2021 - Festival de Podcasts.
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Luísa Sobral (I): “Valsinha: Esta é a canção que eu mais gostava de ter escrito na minha vida.”
A nossa convidada de hoje escreve canções desde os 12 anos e a primeira canção que cantou sozinha “com um radiozinho pequeno” foi escrita por Carlos Tê e chama-se “Não Há Estrelas no Céu”.
Luísa Sobral nasceu a 18 de setembro de 1987. Cantautora e compositora, sempre quis ser cantora ou atriz (de teatro) e, para tentar chegar a esse objetivo (Luísa é dada a organizar e planear), além de participar num programa de talentos da televisão, tentou entrar no conservatório. Uma professora disse-lhe que nunca iria ser cantora na vida porque tinha nós nas cordas vocais. Enganou-se, e ainda bem.
6 discos de originais, onde se incluem canções para todas as idades e até canções de embalar, colaborações com nomes importantes da música cá dentro e lá fora, tanto como compositora como como letrista ou produtora.
Poemas primeira parte:
1 - Matilde Campilho, O último poema do último príncipe
2 - Maria do Rosário Pedreira, Lábios
3 - Maria do Rosário Pedreira, Costas
4 - Sophia de Mello Breyner Andresen, Quando
5 - Tim Burton, Robot Toy
6 - Vinícius de Moraes, Valsinha -
Leonardo Gandolfi (II): "As coisas que me comovem são as transformações que me fazem encontrar pessoas, coisas, linguagem."
Segunda parte do podcast com Leonardo Gandolfi, poeta, crítico literário e professor universitário em São Paulo.
Poemas:
Não mais sob a árvore de Bô, de Enterrem meu coração no Ramelau (1982), Jorge Lauten;
A gleba me transfigura, de Vintém de cobre (1983), Cora Coralina;
Mulher VIII, Dizes-me coisas amargas como os frutos (2001), Paula Tavares;
Bibliotecas, Ilhéus (2013), Edson Cruz;
“O António Ramos Rosa estava deitado na cama”, de Poemas canhotos (2015), Herberto Helder.
Livro de não poesia:
Ursinho Pooh, de A.A. Milne, tradução de Monica Stahel. -
Leonardo Gandolfi (I): "Eu não escrevo em língua portuguesa, eu escrevo na língua Drummond"
Leonardo Gandolfi nasceu em 1981, no Rio de Janeiro, e mora em São Paulo desde 2013, onde trabalha como professor de Literatura Portuguesa na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
É autor, entre outros, de "Robinson Crusoé e seus amigos" (Editora 34, 2023, finalista do prêmio Jabuti de poesia). Organizou a antologia de Manuel António Pina "O coração pronto para o roubo" (Editora 34, 2018) e
publicou o ensaio "Manuel António Pina" (Eduerj, 2020), livro da coleção Ciranda de Poesia.
Manuel António Pina é um dos autores portugueses que estudou e conheceu pessoalmente cá em Portugal, mas encontramos no seu currículo outras abordagens à poesia
portuguesa.
Poemas primeira parte:
1. Porquinho-da-índia, de Libertinagem (1930), Manuel Bandeira;
2. Resíduo, de Rosa do povo (1945), Carlos Drummond de Andrade;
3. O sim contra o sim, de Serial (1961), João Cabral de Melo Neto;
4. O texto de Joan Zorro, de O texto de Joan Zorro (1974), Fiama Hasse Pais
Brandão;
5. Fala de um homem afogado ao largo da senhora da guia no dia 31 de agosto de 1971, de Toda a terra (1976), Ruy Belo; -
Francisco Geraldes (II): "Ele (Charles Bukowski) diz que a poesia é o nosso último reduto de salvação, e eu concordo muito."
Segunda parte do podcast com Francisco Geraldes.
Poemas:
O poema - Herberto Helder
Negro Drama - Racionais
Máscaras de Orfeu, Napoleão Mira
In Memoriam, Ary dos Santos
Livro:
O Peso do Pássaro Morto, Aline Bei, edição Nos -
Francisco Geraldes (I): "Quando ouço fado estou em casa, estando em minha casa ou em Abu Dhabi."
O nosso convidado de hoje é jogador de futebol, leitor, e autor de um livro de poesia. Francisco de Oliveira Geraldes nasceu em Lisboa a 18 de Abril de 1995, e é actualmente jogador no Joho, na Malásia. Formou-se no Sporting Clube de Portugal, onde esteve quase 18 anos, passou pelo Eintracht de Frankfurt , na Alemanha, e pelo AEK de Atenas, na Grécia. Regressou a Portugal para jogar como médio ofensivo do
Estoril Praia, de onde saiu há poucos meses para Abu Dhabi, e de lá para a Malásia.
Vem ao podcast “O Poema Ensina a Cair” para nos falar dos poemas de que mais gosta, também porque em 2021, publicou um livro de poesia chamado “Cito, Longe, Tarde” com prefácio de Pilar del Rio.
Poemas primeira parte:
Quase – Mário de Sá-Carneiro
David Mourão-Ferreira – Abandono
Poema Sujo – Ferreira Gullar
Poema em Linha Recta – Álvaro de Campos
Operário em Construção – Vinicius de Moraes -
Rodrigo Leão (II): "No Frágil, por acaso, conheci o Al Berto. Mas conheci também o Cesariny e o Herberto Helder."
Segunda parte do podcast com Rodrigo Leão.
Poemas:
Minha cabeça estremece com todo o esquecimento (Herberto Helder)
A Magnólia (Luísa Neto Jorge)
Vivamos- Dinis Muacho
Ode à Paz- Natália Correia
Escrevo-te- Lúcia Vicente
Livro: O Deserto dos Tártaros, Dino Buzzati, edição Cavalo de Ferro
Customer Reviews
Pela estrada fora
Tem sido uma aventura extraordinária ler este livro e ir a todos os sítios dele. Leio devagar porque preciso de conhecer a Route 6 (e o resto). E o resto é muito. Voltei a ouvir Tó Trips, li o longo Uivo, estudei pormenores das biografias dos da Geração Beat. Até já sei o é um vinho Tokai. Porém, a edição do meu livro não é fiel ao maravilhoso trecho que o Tó Trips leu (tão bem). Será que o livro dele é uma tradução do rolo inicial? É que me parece ser tão melhor. Sou absolutamente fã de cair com um podcast. E este é um poema. Agora não é uma crítica, é uma sugestão: já que é um verso da Luiza Neto Jorge que dá o nome ao podcast, porque não convidar o pintor do Ciclópico Acto para desenhar também aqui, os poemas da sua vida?
Redescoberta
Ao ouvir o Seu podcast, redescobri a poesia, andava cá dentro com uma vontade imensa de voltar a ela.
Muito obrigado e aguardo novos episódios
Porquê?
Ninguém usa tão bem a palavra porquê, nas entrevistas com a Raquel. Agradeço lhe ter devolvido a poesia aos meus dias , andamos perdidas. Devia pensar em reunir num livro as respostas dos convidados à sua pergunta “para que serve a poesia”