TEXTO SENTIDO, por Antônio Viviani Rádiofobia Podcast Network
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Texto Sentido, apresentado por Antônio Viviani. Um podcast com textos, poemas e poesias pra você ouvir e sentir...
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TEXTO SENTIDO 034 - Estação Dezembro
O embarque compulsório de todos nós que vamos atravessar a fronteira que nos separa de um ano novo que está para chegar.
A Estação Dezembro está aí.
Venha com a gente o quanto antes em mais este episódio do Podcast Texto Sentido escrito e interpretado por Antônio Viviani.
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Estação Dezembro
Atenção, Senhores passageiros, sejam bem-vindos à Estação Dezembro. Senhores passageiros, que somente agora souberam de nossa viagem, preparem-se para algumas informações úteis antes do embarque. Nossa partida começou no dia 1º e muitos já embarcaram. Todos que aqui estamos temos dividido os momentos vividos durante o ano. Alegrias, tristezas, conquistas, derrotas, ganhos e perdas. Ao embarcar saiba que as suas experiências serão muito importantes quando compartilhadas, mesmo que somente para uma única pessoa. Bem como você também se sentirá muito melhor ao nos ouvir. Para seu conhecimento não haverá como não embarcar até às 23 horas e 59 minutos do dia 31. O embarque é compulsório. A palavra de ordem à bordo é COMPARTILHAR. Venha o quanto antes dividir o que viveu e o que pretende viver quando desembarcarmos na Estação Ano Novo. Desejamos a todos uma boa viagem! A'Viv
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TEXTO SENTIDO 033 – Vou-me embora pra Pasárgada
Episódio super especial do nosso podcast, este de número 033.
Texto e interpretação de Manuel Bandeira pra todos embarcarmos junto com ele a este lugar que só poderia existir na mente do grande poeta.
Vamos ouvir? Vamos sentir?
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Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcaloide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Manuel Bandeira
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TEXTO SENTIDO 032 – Estou indo buscar a Primavera…
E chega a estação mais linda de todas.
E com ela mais um episódio do Podcast Texto Sentido com um texto lindíssimo de Paulo Ribeiro que vamos ouvir e sentir na voz de Antônio Viviani.
Venha você também buscar a Primavera junto com a gente!
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Estou indo buscar a Primavera…
Quando um pedaço de terra frio e sem vida deixar brotar das suas entranhas uma pequena semente, e esta irromper o cascalho que a segurava para ‘enxergar’ a luz brilhante e vívida.
Fazendo brilhar com ela novas expectativas, face o equilíbrio do seu equinócio.
Isso sim, é Primavera!!!
Um convite ao que há de mais belo, a natureza em festa com suas flores e perfumes, e o céu de anil intenso nos convida a apreciá-lo mais de ‘perto’.
Vai embora o cinza, o recolhimento onde a natureza resistiu aos tempos secos e à letargia, dando espaço ao acasalamento, reprodução, fertilidade e beleza.
A natureza desabrocha e se enfeita para nos mostrar que um novo ciclo se instaura.
A nova estação chega assim, com promessa de luz, de brilho, de aromas renovados, de cantos de pássaros namorando no alto das árvores,
de vento levando pólen para fertilizar os campos e de borboletas ligeiras com tantas flores para pousar.
Quão inteligente e sábia é a natureza, pois, ela nos ensina que em nossas experiências, podemos passar por momentos hibernais,
em que tudo ao nosso redor parece estar frio e aparentemente sem vida.
Seja por situações de perdas, decepções ou pelo simples desaquecimento da roda da vida, momentos de pausa que chegam e se instalam.
Nesses períodos, algo de muito belo pode acontecer, se optarmos por resguardar nossos dons preciosos, sem perdermos jamais a Esperança.
Devemos sim, concentrar nossa energia, até que uma nova brisa possa soprar e anunciar que:
O gelo vai derreter e a grama verde que havia por baixo dele irá enfim se revelar!!!
Paulo Ribeiro
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TEXTO SENTIDO 031 – Bicho danado
No episódio de hoje um texto regional, mais especificamente mineiro, escrito pelo talentoso Renato Castanhari, que confidenciou a Antônio Viviani que o escreveu pensando em como ele o interpretaria.
O resurtado taí, num bão mineirês, pá mó di ocê oví i sintí, uai!
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Bicho danado
Dundia protro
Vi tudo ferrá
Um bicho danado
Chegô sem avisá
Estorvano todo mundo
Paradeza geral
Ô trem cabuloso
Furdunço viral
Cadiquê?
Pra modiquê?
Disgrama di bicho
Custoso dimais
Gastura lascada
Nun ti guento, uai
Alquingéu nas mão
Máscra na cara
Ninguém na cadavó
Fica dendicasa
Vacina tá chegano
Vamu todos aguardá
Um cadim di paciência
Si ispirrá, mió arredá
A prosa tá boa
Mas vô pega istrada
Fica veiáco, Deus ticri
Deixa passá a boiada
Amanhã é outro dia
Tudo vai fica bão
O final tá logo ali
Moita aí, seu cagão
Renato Castanhari
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TEXTO SENTIDO 030 – Agostos
Neste episódio trazemos um texto de autoria da educadora infantil Miryan Lucy de Resende, que, através de um pedido de Irineu Toledo, nos concedeu autorização para gravá-lo.
Para ouvir e sentir…
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Agostos
“Só quem vive bem os agostos é merecedor da primavera!
Lembro-me bem. Foi quando julho se foi, que um vento mais gelado, mais destemperado, que arrastava ainda folhas deixadas pelo outono, me disse algumas verdades.
Convenceu-me de que o céu começaria a apresentar metamorfoses avermelhadas.
Que a poeira levantada por ele daria lições de que as coisas nem sempre ficam no mesmo lugar
e que é preciso aceitar que a poeira só assenta depois que os redemoinhos se vão.
Foi quando julho se foi que a minha solidão me convidou para uma conversa. E me contou de tempo de esperas. E me disse que o barulho das árvores tinha algo a dizer sobre aceitação.
E eu fiquei pensando como elas, as árvores, aceitam as estações que, se as estremecem, também lhes florescem os galhos. Mas tudo a seu tempo.
Foi em agosto que descobri que os cachorros loucos são, na verdade, os uivos que não lançamos ao vento.
São nossos estremecimentos particulares que a nossa rigidez de certezas não nos permite encarar.
O mês de agosto tem muito a ensinar. Porque agosto é mês jardineiro, é dentro dele, berço do inverno, que as sementes dormem.
Aguardam seu tempo de brotar. Agosto é guardador da boa-nova, preparador de flores.
Agosto é quando a natureza traduz visivelmente o tempo das mutações.
Mude, diz agosto, em seu recado de sementes. Aceite, diz agosto, com seu jeito frio de vento que levanta poeira e a faz avermelhar o céu.
Compartilhe, diz agosto. Agasalhos, sopas quentinhas, cafés com chocolate, abraços mais apertados – eles também aquecem a alma e aninham o corpo.
Distribua mais afetos, que inverno é acolhimento, é tempo de preparar setembro.
E, de setembro, todos sabemos o que esperar. Esperamos a arrebentação das cores, que com seus mais variados nomes vêm em forma de flores.
Vamos apreciar agosto, recebê-lo com o espanto feliz de quem não desafia ventos. Que ele desarrume e espalhe suas folhas e levante suas poeiras.
Aceite as esperas, mas coloque floreiras na janela.
Só quem vive bem os agostos é merecedor da primavera!”
Miryan Lucy de Rezende
Escritora e Educadora Infantil
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TEXTO SENTIDO 029 – Lua navegante
Mais um texto de Antônio Viviani neste episódio do nosso podcast.
O autor faz um comparativo do formato da lua crescente com uma gôndola a singrar pelo céu e mexe com a imaginação dos amantes.
Para os corações românticos ouvirem, navegarem e sentirem…
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Lua navegante
A lua de hoje, tal qual uma gôndola a singrar as águas, navega pelo céu e, de sua parte, faz sangrar ainda mais os corações apaixonados.
Sem dar a mínima para as raras nuvens que ousam tentar apagar seu brilho nem se importa também com as estrelas que brilham tão pouco perto dela.
É a rainha da noite e assim se porta colocando seus súditos a seus pés.
E sua viagem é longa. Para aqueles que pensam que aqui só está no início, lá ao leste já está chegando ao fim.
Ilusório, claro, pois que no ocidente ainda vai começar sua jornada.
E assim carrega em si todas as paixões desenfreadas e em seu seio as guarda para sempre, pois que volta e meia
as despeja naqueles corações que tentam esquecer seus verdadeiros amores e que latejam de dor quando isso acontece.
Vai lua.
Leva hoje contigo muitas dores e volta amanhã trazendo novos e velhos amores.
A’Viv
10.Jun.15
02h43
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