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Entre as muitas consequências das chuvas que castigam o Rio Grande do Sul, uma delas pode agravar a crise que o estado vive: a segurança pública. Com casas vazias, muitas pessoas estão ou em abrigos ou em situação de vulnerabilidade. Além disso, muitos dos bairros mais pobres das cidades, locais em que tradicionalmente as operações do crime organizado se escondem, estão entre as áreas mais atingidas pelas chuvas.

Dois casos em um espaço curto de tempo de jovens que matam a família de uma forma fria. Há alguns dias, em São Paulo, um garoto de 16 anos assassinou os pais adotivos e a irmã.  O rapaz teria sido impedido de usar seu celular e não aceitou a determinação. Ele cometeu o crime com a arma do pai que era guarda municipal. Nesta quinta, no Rio de Janeiro um caso parecido, também em consequência de uma desavença. Um rapaz com a mesma idade, filho adotivo, matou os pais a marteladas, saiu para tomar um lanche, voltou e incêndio o local do assassinato. Em depoimento, o jovem afirmou que fez isso, pois os pais não o deixaram faltar na escola para descansar antes de ir ao treino de jiujtsu. Casos reforçam o debate sobre como prever ou prevenir a violência de jovens e como essas ações são desenvolvidas. Qual a relação que as redes sociais, as telas, o eletrônico e o mundo conectado tem com situações assim?

O novo alagamento nas ruas de Porto Alegre, nesta quinta-feira, fez a Prefeitura da capital suspender as aulas na rede municipal pública e particular de ensino nesta sexta. Além disso, o prefeito Sebastião Melo também anunciou o fechamento de 5 comportas do muro da Avenida Mauá, que tinham sido abertas para aumentar a vazão da água de volta para o Lago Guaíba.

Uma das razões é o luto, que leva à negação. Em seguida, a distorção política. 

A enchente em Porto Alegre ainda preocupa e deixa bairros inteiros debaixo d’água. Mas também é verdade que, onde a água já baixou, a limpeza está a todo vapor. Um estudo do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em parceria com a empresa Mox Debris e voluntários, estima que serão gerados 46 milhões e 700 mil toneladas de entulhos oriundos das cheias que atingem o estado desde o início de maio.

Na Avenida São Pedro, no bairro São Geraldo, Zona Norte de Porto Alegre, todos os comerciantes de todos os segmentos estão num intenso processo de limpeza de seus estabelecimentos. Ali, a água baixou no início desta semana e chegou a hora de contar os prejuízos. Mas e depois, como se reerguer?