4 min

MASCARAMENTOS FILOSOFIA CLÍNICA - Diálogos Transversais

    • Educación

"Aproximamo-nos do tema considerando os eixos do
autoconhecimento e da alteridade, dimensão do outro que habita dentro e fora de mim. Assim, o calçar máscaras nos remete a níveis distintos de absorção da
realidade, onde a ação se molda a partir da leitura que faço do interno e do externo, mapeando territórios, aferindo temperaturas e buscando a têmpera:
consistência / equilíbrio que possibilite o movimento, o livre circular. 

Conscientes ou não, mascaramentos nos conduzem ao longo da vida; mais do que máscaras e/ou escudos, são ferramentas que expressam faces e fases de nós mesmos.

A vida nos impele a constantemente rever leituras, colhendo respostas e aprofundando perguntas em pleno viver. Uma leitura rasa tende a desinformação e a hipocrisia, além de ser presa fácil para manipulações
de toda ordem.  Na medida em que navegamos pela existência, melhor observamos tempos e modos próprios, de circunstâncias e de relações. Questão de equacionarmos liberdade e compaixão na expressão de quem somos, para não violentarmos nem a nós nem aos outros. 

"Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém" - noção de liberdade, expressa por São Paulo, o apóstolo. "Nada do que é humano me é estranho" - noção de compaixão, de Terêncio, dramaturgo romano. Para isso assimilar há que termos bagagem não só teórica, também prática! A diferença se assemelha ao embaraçoso contraste entre quem perambula com uma pesada mala sem alça e outro com uma mala de rodinhas ergonômica.

Há que mapearmos os buracos ao longo do caminho para,
se não pudermos pavimentá-los (e nem todos os consertos são de nossa responsabilidade), buscarmos rotas de fuga, evitando desgastes desnecessários
e, o que é ainda pior, que essa máquina maravilhosa que momentaneamente nos pertence (nosso corpo) sucumba antes de concluirmos o que aqui viemos realizar.

Máximas como "não há vento bom pra barco sem rumo" e "porto é um lugar seguro, mas navio foi feito para navegar" estimulam processos de autodescobertas.

Nesse contexto o mascaramento passa a ter um papel
pedagógico, como uma espécie de filtro que nos aproxima de nós mesmos e dos demais na proporção exata da nossa capacidade de sustentação (nos
sustentarmos em ação) e necessidade de nutrição. Ocasião em que enxergamos, refletimos e atuamos sobre o que já estamos preparados para perceber. Que essa ação, dirigida a gente e aos que nos cercam seja capaz de apresentar liberdade e compaixão, justo por trazer registrada a nossa história sem apequenar ou apagar a história do meio onde ela se insere. "



Ana Rita de Calazans Perine

orior.com.br/ana-rita

"Aproximamo-nos do tema considerando os eixos do
autoconhecimento e da alteridade, dimensão do outro que habita dentro e fora de mim. Assim, o calçar máscaras nos remete a níveis distintos de absorção da
realidade, onde a ação se molda a partir da leitura que faço do interno e do externo, mapeando territórios, aferindo temperaturas e buscando a têmpera:
consistência / equilíbrio que possibilite o movimento, o livre circular. 

Conscientes ou não, mascaramentos nos conduzem ao longo da vida; mais do que máscaras e/ou escudos, são ferramentas que expressam faces e fases de nós mesmos.

A vida nos impele a constantemente rever leituras, colhendo respostas e aprofundando perguntas em pleno viver. Uma leitura rasa tende a desinformação e a hipocrisia, além de ser presa fácil para manipulações
de toda ordem.  Na medida em que navegamos pela existência, melhor observamos tempos e modos próprios, de circunstâncias e de relações. Questão de equacionarmos liberdade e compaixão na expressão de quem somos, para não violentarmos nem a nós nem aos outros. 

"Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém" - noção de liberdade, expressa por São Paulo, o apóstolo. "Nada do que é humano me é estranho" - noção de compaixão, de Terêncio, dramaturgo romano. Para isso assimilar há que termos bagagem não só teórica, também prática! A diferença se assemelha ao embaraçoso contraste entre quem perambula com uma pesada mala sem alça e outro com uma mala de rodinhas ergonômica.

Há que mapearmos os buracos ao longo do caminho para,
se não pudermos pavimentá-los (e nem todos os consertos são de nossa responsabilidade), buscarmos rotas de fuga, evitando desgastes desnecessários
e, o que é ainda pior, que essa máquina maravilhosa que momentaneamente nos pertence (nosso corpo) sucumba antes de concluirmos o que aqui viemos realizar.

Máximas como "não há vento bom pra barco sem rumo" e "porto é um lugar seguro, mas navio foi feito para navegar" estimulam processos de autodescobertas.

Nesse contexto o mascaramento passa a ter um papel
pedagógico, como uma espécie de filtro que nos aproxima de nós mesmos e dos demais na proporção exata da nossa capacidade de sustentação (nos
sustentarmos em ação) e necessidade de nutrição. Ocasião em que enxergamos, refletimos e atuamos sobre o que já estamos preparados para perceber. Que essa ação, dirigida a gente e aos que nos cercam seja capaz de apresentar liberdade e compaixão, justo por trazer registrada a nossa história sem apequenar ou apagar a história do meio onde ela se insere. "



Ana Rita de Calazans Perine

orior.com.br/ana-rita

4 min

Top podcasts en Educación

The Wizard Liz
The Wizard Liz
Inglés desde cero
Daniel
Piensa en Inglés
Andrew Garcia
Tu Desarrollo Personal
Mente_Presocratica
El Camino es Hacia Adentro ®
Universo Shakti ®
Relatos en inglés con Duolingo
Duolingo