439 episodes

Jornalista (preferencialmente digital), educador (preferencialmente digital), trabalhando para tornar o mundo um lugar melhor

O Macaco Elétrico @PauloSilvestre

    • Business

Jornalista (preferencialmente digital), educador (preferencialmente digital), trabalhando para tornar o mundo um lugar melhor

    Para usarmos a IA, uma multidão sofre

    Para usarmos a IA, uma multidão sofre

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
    Não cansamos de nos deslumbrar com as capacidades da inteligência artificial generativa!

    Quando foi apresentado no dia 13 de maio, o GPT-4o, versão mais recente do “cérebro” do ChatGPT, parecia mágico, com suas capacidades cognitivas refinadas e conversas bem-humoradas. Mas ironicamente, apesar de essa data estar associada à lei que formalizou o fim da escravidão no Brasil, o “milagre da IA” das grandes empresas de tecnologia depende de um trabalho muitas vezes estressante e mal remunerado, feito por uma multidão de pessoas subcontratadas em países pobres.

    Conhecidos como rotuladores de dados, esses trabalhadores desempenham o papel crucial de ajudar os modelos de IA no que eles não conseguem distinguir por conta própria, de modo que, a partir daquela informação, eles saibam decidir corretamente. Por exemplo, em um conjunto de fotos, o que é um gato, um tigre, um leão e um cachorro? Um texto está com linguagem jornalística, publicitária ou acadêmica? Uma foto apresenta uma mulher amamentando, um nu artístico ou não passa de pornografia?

    São sutilezas fáceis para uma pessoa entender, mas impossíveis para uma plataforma digital ainda destreinada. Mas depois que o rotulador de dados explica o que cada coisa é para a máquina, ela passa a ser capaz de identificar padrões para que tome boas decisões no futuro.

    Como se pode ver, as respostas da IA dependem desse trabalho para serem adequadas. E como a humanidade usa cada vez mais esses sistemas, o descuido com o processo e com as pessoas nessa etapa pode trazer impactos significativos em tudo que fazemos. Portanto, se essas pessoas atuarem em condições degradantes, podemos estar confiando nosso futuro a uma forma de precarização de trabalho que pode trazer perigosos impactos para todos.

    Quem forma essa “mão de obra oculta” da IA, e por que essas pessoas se submetem a isso? É sobre isso que falo nesse episódio.

    • 9 min
    Índia inaugura era da política com IA

    Índia inaugura era da política com IA

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
    A Índia inaugurou a era da política com inteligência artificial.

    O resultado das eleições sempre esteve ligado ao uso das tecnologias da época. A TV era fundamental para a vitória até 2018, quando foi suplantada pelas redes sociais, críticas para definir os pleitos desde então.

    Mas agora elas podem perder esse posto para a inteligência artificial. E a Índia, que acabou de realizar a maior eleição do mundo, demonstrou como dominar essa tecnologia ficou essencial para os candidatos.

    A IA na política não se resume a criar deep fakes para desmoralizar adversários ou se valer do ChatGPT para compor peças publicitárias, legítimas ou falsas. Como alguns candidatos indianos demonstraram, ela pode desenvolver canais inovadores e personalizados com os eleitores. E isso parece até uma boa ideia!

    Se a IA fornecesse a atenção que nenhum candidato humano conseguisse dar, atendendo cada cidadão individualmente, isso poderia até fortalecer a democracia. Mas o problema do uso da IA na política é o mesmo do seu uso em qualquer atividade: abusos de seus recursos para produzir resultados imprecisos, imorais e ilegais, para assim, mais que convencer, manipular multidões e vencer uma eleição.

    No final, a IA maximiza a índole de quem a usa. E infelizmente a classe política tem sido pródiga em apresentar pessoas com uma moral rasteira, dispostas a pisotear a ética e usar todos os recursos para vencer.

    Por isso, devemos olhar para o que aconteceu na Índia e aprender algo com aquilo. Se um bom uso da IA pode fortalecer a democracia, seu mau uso pode colocá-la em seríssimo risco!

    Isso vale para a Índia, para os EUA e qualquer outro país, inclusive o Brasil. Teremos eleições municipais em outubro. Por isso, é hora de aproveitar o que há de bom e redobrar a atenção para os usos nocivos da IA! É assim que a política será feita de agora em diante.

    Como você vê a entrada da IA na política? É disso que trato nesse episódio.

    • 9 min
    Como as redes sociais nos adoecem

    Como as redes sociais nos adoecem

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
    Você é um “zumbi das redes sociais”?

    “Responda aos comentários dos fãs para ajudar a aumentar o engajamento com a sua conta”. Nessa semana, o Facebook me conclamou (de novo) a interagir ainda mais com outras pessoas, como se isso fosse fazer uma grande diferença na minha vida.

    Como a principal rede do Mark Zuckerberg definitivamente não me entrega tal valor, dei de ombros. Mas muita gente não consegue praticar esse desapego, seja no Facebook ou em outras redes sociais.

    Isso vem provocando uma crescente onda de ansiosos por não darem conta de todas as “tarefas” sugeridas pelos algoritmos, como se fossem necessárias para se destacar em uma vida dividida constantemente entre as redes sociais e suas atividades presenciais.

    Por que nos permitimos seduzir (ou controlar) por esses sistemas? Quando deixamos de agradar genuína e desinteressadamente pessoas verdadeiras para satisfazer as demandas insaciáveis das plataformas? Como elas conseguem nos dominar de maneira tão intensa e, ao mesmo tempo, subliminar?

    A única rede que me traz benefícios reais é o LinkedIn. Meu mestrado se focou na construção de uma verdadeira reputação digital nele, mas, durante a pandemia, eu me debrucei sobre essas inquietações. Decidi então deixar de produzir para os algoritmos, como um escravizado digital, ou seja, como esses sistemas nos veem.

    Já passou da hora de pararmos de nos submetermos aos caprichos desse capitalismo de vigilância e recuperarmos o controle de nossas vidas. No formato atual, as pessoas se afogam em sua ansiedade algorítmica, enquanto trabalham gratuitamente, sem perceber, para as redes sociais.

    Mas como fazer isso? E será que somos capazes de escapar desse controle de nossas mentes? O que você faz para fazer um uso saudável dessas plataformas?

    • 9 min
    IA parece humana, mas ela não é!

    IA parece humana, mas ela não é!

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
    A inteligência artificial parece humana, mas ela não é!

    A nossa interação com diferentes plataformas de IA fica cada vez mais parecida com conversas que temos com outras pessoas. Em alguns casos, nossos cérebros podem ser enganados para crer que estão interagindo com outros indivíduos, por mais que saibam que não é verdade.

    Não é por acaso: as big techs querem que nos relacionemos com esses produtos de maneira mais “humana” possível. Mas longe de ser apenas um recurso para melhorar sua usabilidade, isso levanta questionamentos éticos e até de produtividade.

    Ao longo da nossa evolução, aprimoramos a capacidade de atribuirmos características humanas ao que não é. Fazemos isso com animais de estimação, objetos, fenômenos da natureza e até a deuses.

    É o que chamamos de antropomorfismo. Por exemplo, dizemos que “o cachorro é muito inteligente”, “o carro está nervoso”, “a chuva está chorando” e representamos divindades com corpos e emoções humanas.

    Isso é importante, porque facilita a nossa compreensão e interação, especialmente com aquilo com que não somos familiarizados. Além disso, com essa prática, criamos vínculos e até sentimos empatia pelo que não é humano.

    Isso explica, pelo menos parcialmente, o ChatGPT ter atingido 100 milhões de usuários em apenas dois meses, o que o tornou o produto de mais rápida adoção da história. Antropomorfizar a inteligência artificial nos deixa à vontade para usá-la intensamente e para acreditar em suas respostas.

    Porém atribuir capacidades que esses sistemas não têm pode atrapalhar a nossa compreensão sobre o que realmente eles são e o que podemos fazer com a IA. Corremos o risco de acabar atribuindo responsabilidades que as máquinas não possuem. Por isso, precisamos usar a IA como ela realmente é.

    E você, acha que está usando a inteligência artificial como se ela fosse um pessoa?

    • 9 min
    A criminalidade brasileira está transformando a tecnologia

    A criminalidade brasileira está transformando a tecnologia

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
    A criminalidade brasileira está transformando smartphones e a inteligência artificial.

    A semana passada foi pródiga em lançamentos na área de tecnologia, fortemente impulsionados pela IA. Em meio a tantas novidades, alguns recursos de cibersegurança me chamaram atenção, porque podem ajudar muito no combate à criminalidade digital no Brasil ou até foram explicitamente criados para atender a demandas de usuários de nosso país.

    Na terça, o Google anunciou, durante seu evento anual Google I/O, um grande pacote de novidades na sua plataforma de inteligência artificial Gemini e no sistema operacional Android. No dia anterior, a OpenAI mostrou o novo cérebro do ChatGPT, o GPT-4o, que se aproxima incrivelmente da capacidade conversacional humana, incluindo reconhecimento em tempo real de texto, áudio e vídeo.

    As referidas novidades de segurança fazem parte do novo Android. Uma delas automaticamente travará o smartphone no caso de roubo pelas infames “gangues de bicicleta”, que assombram os brasileiros, especialmente em São Paulo. A outra tentará identificar, em chamadas por voz, possíveis golpes, avisando imediatamente a vítima para que não acredite na mentira. A IA é o motor de ambos os recursos.

    Fiquei feliz ao saber dessas funcionalidades! Tristemente, há anos o brasileiro se obriga a limitar o uso de tecnologias revolucionárias pela ação de criminosos. É o caso de restrições ao Pix, de andar com smartphones sem todos os aplicativos e até de não poder usar caixas eletrônicos de madrugada.

    Já passa da hora de as big techs se envolverem na solução desses problemas! Mas como funcionam esses novos recursos e qual é a sua efetividade? E disso que falo nesse episódio!

    E você, o que faz para se proteger dos cibercriminosos?

    • 8 min
    A abertura da inteligência artificial

    A abertura da inteligência artificial

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
    Estamos assistindo ao casamento da inteligência artificial com o open source, com grandes benefícios.

    A corrida pela IA acontece não apenas entre as big techs, que buscam estabelecer a dominância nesse mercado bilionário, mas também entre profissionais e empresas que querem construir uma vantagem sobre seus concorrentes, pelo uso dessa tecnologia. Agora o open source, modelo de produção e distribuição em que qualquer um pode propor melhorias em softwares, chega com ideias que podem tornar a IA mais segura, fácil e profissional.

    Desde que o ChatGPT a apresentou às massas há 18 meses, seu avanço acontece a passos largos. Mas apesar de algumas aplicações disponíveis parecerem mágicas em seus resultados, a IA ainda está engatinhando. Muitos dos usos que vêm sendo feitos dela são poucos profissionais e podem até expor dados sigilosos.

    Em grande parte, isso acontece porque as pessoas usam ferramentas genéricas, construídas para respostas sobre qualquer assunto, como o próprio ChatGPT. O amadurecimento desse mercado passa, portanto, pela oferta de plataformas que permitam que as empresas criem e ajustem seus próprios modelos, adequados a necessidades específicas e com suas informações usadas de maneira segura.

    Durante o Red Hat Summit, maior evento de open source do mundo, que aconteceu em Denver (EUA) na semana passada e do qual participei, a Red Hat, líder global de soluções nesse formato, apresentou o InstructLab, plataforma que propõe solucionar esses problemas. Ela permite que qualquer pessoa, mesmo sem conhecimento técnico, contribua com o desenvolvimento de modelos de IA para seus negócios.

    Mas como isso funciona e quais as vantagens afinal? É sobre isso que falo nesse episódio.

    E você, se sente pronto para criar o próprio modelo de inteligência artificial para o seu negócio?

    • 8 min

Top Podcasts In Business

The Secret Sauce
THE STANDARD
THE MONEY COACH
โค้ชหนุ่ม จักรพงษ์ เมษพันธุ์
ลงทุนแมน
longtunman
Morning Wealth
THE STANDARD
แปดบรรทัดครึ่ง
ต้อง กวีวุฒิ
Nopadol’s Story
nopadolstory