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#001 - Prosa para um olho que alma. Poesia de Nelson Barroso. Nov/21‪.‬ PSICANÁLISE EM ASSOCIAÇÃO LIVRE

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Quando recebi sua foto com uma lágrima presa no canto do olho, o sol estava quase morto por detrás do Cristo se esforçando para fazer ver que é assim o erótico. Enquanto morre deixa um calor luminoso na pele e nos olhos de quem acompanha silente o cortejo do crepúsculo. Não enxergo sua alma apenas, vejo o êxtase que desenha triste mas que me entrega sua imagem tão viva que quase levei aos lábios num gesto patético de quem atua no desejo. Como eu poderia profanar um semblante que chorasse sua dor tão intensamente? Mesmo assim, o que meu desejo me dizia é que ali havia amor. Sendo assim, meu olhar também se viu molhar numa lágrima que não escorre mas umedece a pele, o corpo, causando uma vontade louca de beijá-la, de lamber seu sal, de num só afago trazê-la pra perto de mim, e deixar que seu rosto receba meu sexo dissolvido por toda minha pele feito uma fébre queimando de prazer e dor, de desejo, de amor. (Nelson Barroso)

Quando recebi sua foto com uma lágrima presa no canto do olho, o sol estava quase morto por detrás do Cristo se esforçando para fazer ver que é assim o erótico. Enquanto morre deixa um calor luminoso na pele e nos olhos de quem acompanha silente o cortejo do crepúsculo. Não enxergo sua alma apenas, vejo o êxtase que desenha triste mas que me entrega sua imagem tão viva que quase levei aos lábios num gesto patético de quem atua no desejo. Como eu poderia profanar um semblante que chorasse sua dor tão intensamente? Mesmo assim, o que meu desejo me dizia é que ali havia amor. Sendo assim, meu olhar também se viu molhar numa lágrima que não escorre mas umedece a pele, o corpo, causando uma vontade louca de beijá-la, de lamber seu sal, de num só afago trazê-la pra perto de mim, e deixar que seu rosto receba meu sexo dissolvido por toda minha pele feito uma fébre queimando de prazer e dor, de desejo, de amor. (Nelson Barroso)

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