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GAMBIARRA - escola de psicanálise: Crise na Formação do Psicanalista. Coordenação: Nelson Barroso‪.‬ PSICANÁLISE EM ASSOCIAÇÃO LIVRE

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Eis que surge a primeira graduação em Psicanálise, no Brasil. Este fato aparentemente desimportante, devido sua precariedade estrutural, tem causado espécie nas figuras mais proeminentes do cenário da transmissão da psicanálise. Tudo ia muito bem na tradição de onde surgem cada vez mais analistas a sustentar um modelo piramidal de poder na "formação" do psicanalista. Um analisador, assim podemos chamar o fato do MEC ter aprovado tal graduação. Não que isso não possa ser revisto, mas a questão que sobressalta é a pergunta que Derrida já havia feito há décadas sobre a situação da crise necessária que a Psicanálise se negou a entrar no momento em que se pensou sua institucionalidade: os-estados-gerais-da-psicanálise! Hoje temos um cenário monstruoso em que pipocam cursos de formação de psicanalista EAD, e a tradição identificada como "proprietária" original da transmissão da psicanálise, principalmente as lacanianas, se defendem e admoestam contra a tal bizarrice da graduação em psicanálise. Fato é que durante várias décadas a tradição "passou pano" para os equívocos comuns de milhares de sujeitos que se "formam psicanalistas" ao concluir o curso de Psicologia, ou ao fazer uma "pós" em psicanálise, seja presencial ou EAD. Mestrado, Doutorado, e outras modalidades levam muitos sujeitos a se autorizarem "Psicanalistas". Ah..mas todos sabem que não se forma psicanalista assim! Sim, todos sabem! Ou, não todos! No entanto segue o baile movimentando milhões de reais nesse "mercado" tão diverso quanto confuso. Será que o fim da Psicanálise é sua "legalização"? Certo é que é mais do que urgente a "crise" e não a gambiarra, ou o equivoco seja exatamente ter deixado a psicanálise encastelada, produzindo muitas vezes o fenômeno grupal da sacralização? Há um golpe em curso ou tudo isso é somente o resultado de sistema que sonhou poder seguir fora da lei do Estado. (Lembremos as divisas que não chegam ao fisco)..mas, tudo bem? a "escola"está muito bem das pernas, obrigado? Opto pela microfísica do poder neste momento de não-crise institucional da psicanálise: que cada analista possa se deparar com seu real na autorização necessária ao exercício da prática clínica da psicanálise que no fundamento está inscrita na experiência que cada um faz na linguagem a qual constitui-se em corpo, em fala, em desejo, em furo no real. Não há Outro que garanta o sujeito da completude. (Por: Nelson Barroso)

Eis que surge a primeira graduação em Psicanálise, no Brasil. Este fato aparentemente desimportante, devido sua precariedade estrutural, tem causado espécie nas figuras mais proeminentes do cenário da transmissão da psicanálise. Tudo ia muito bem na tradição de onde surgem cada vez mais analistas a sustentar um modelo piramidal de poder na "formação" do psicanalista. Um analisador, assim podemos chamar o fato do MEC ter aprovado tal graduação. Não que isso não possa ser revisto, mas a questão que sobressalta é a pergunta que Derrida já havia feito há décadas sobre a situação da crise necessária que a Psicanálise se negou a entrar no momento em que se pensou sua institucionalidade: os-estados-gerais-da-psicanálise! Hoje temos um cenário monstruoso em que pipocam cursos de formação de psicanalista EAD, e a tradição identificada como "proprietária" original da transmissão da psicanálise, principalmente as lacanianas, se defendem e admoestam contra a tal bizarrice da graduação em psicanálise. Fato é que durante várias décadas a tradição "passou pano" para os equívocos comuns de milhares de sujeitos que se "formam psicanalistas" ao concluir o curso de Psicologia, ou ao fazer uma "pós" em psicanálise, seja presencial ou EAD. Mestrado, Doutorado, e outras modalidades levam muitos sujeitos a se autorizarem "Psicanalistas". Ah..mas todos sabem que não se forma psicanalista assim! Sim, todos sabem! Ou, não todos! No entanto segue o baile movimentando milhões de reais nesse "mercado" tão diverso quanto confuso. Será que o fim da Psicanálise é sua "legalização"? Certo é que é mais do que urgente a "crise" e não a gambiarra, ou o equivoco seja exatamente ter deixado a psicanálise encastelada, produzindo muitas vezes o fenômeno grupal da sacralização? Há um golpe em curso ou tudo isso é somente o resultado de sistema que sonhou poder seguir fora da lei do Estado. (Lembremos as divisas que não chegam ao fisco)..mas, tudo bem? a "escola"está muito bem das pernas, obrigado? Opto pela microfísica do poder neste momento de não-crise institucional da psicanálise: que cada analista possa se deparar com seu real na autorização necessária ao exercício da prática clínica da psicanálise que no fundamento está inscrita na experiência que cada um faz na linguagem a qual constitui-se em corpo, em fala, em desejo, em furo no real. Não há Outro que garanta o sujeito da completude. (Por: Nelson Barroso)

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