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A equipe de jornalistas da Ilustríssima, da Folha, entrevista autores de livros de não ficção ou de pesquisas acadêmicas.

Ilustríssima Conversa Folha de S.Paulo

    • Arts
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A equipe de jornalistas da Ilustríssima, da Folha, entrevista autores de livros de não ficção ou de pesquisas acadêmicas.

    Monica Benicio, viúva de Marielle: Prisões não encerram luta por justiça

    Monica Benicio, viúva de Marielle: Prisões não encerram luta por justiça

    Pouco mais de seis anos depois do assassinato de Marielle Franco, a Polícia Federal prendeu no fim de março o deputado federal Chiquinho Brazão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil fluminense.

    Esse desfecho, porém, não deve ser visto como o fim do movimento de luta por justiça por Marielle Franco e Anderson Gomes, diz Monica Benicio, viúva da vereadora.

    Para ela, que hoje também ocupa uma cadeira na Câmara Municipal do Rio pelo PSOL, as investigações precisam continuar para apurar a eventual participação de outras pessoas no caso. Benicio defende, por outro lado, que o clamor pela elucidação do crime se desdobre em um projeto de futuro —de combate às desigualdades e às opressões de gênero, orientação sexual e raça.

    Ela acaba de lançar "Marielle & Monica: uma História de Amor e Luta", obra que apresenta um relato íntimo do relacionamento entre elas. Benicio expõe os altos e baixos de uma relação intensa e o sofrimento depois do assassinato de Marielle, período em que enfrentou depressão, alcoolismo e diz ter encontrado no engajamento político e na escrita das memórias da sua vida com Marielle caminhos para elaborar seu luto.


    Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    Edição de som: Raphael Concli
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    • 43 min
    Carlos Fico: O que separa o discurso bolsonarista da propaganda da ditadura

    Carlos Fico: O que separa o discurso bolsonarista da propaganda da ditadura

    Mesmo quem nasceu depois do fim da ditadura provavelmente tem na cabeça alguns dos slogans ou das canções criados pelo regime militar. "Este é um país que vai pra frente" e "Brasil: ame-o ou deixe-o" continuam ecoando quase 40 anos depois da redemocratização, o que indica que a propaganda teve êxito em seus objetivos.

    Para Carlos Fico, professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), isso se deve, sobretudo, à forma como a ditadura militar mobilizou um imaginário nacional muito arraigado: a visão otimista que concebia o Brasil como um país destinado à grandeza.

    O historiador acaba de lançar uma nova edição de "Reinventando o Otimismo", livro que examina como a ditadura mobilizou os discursos otimistas sobre o Brasil para criar uma propaganda que parecia despolitizada.

    Neste episódio, Fico afirma que as campanhas do regime encapsulavam a ideia, dominante entre os militares, de que a sociedade brasileira precisava ser tutelada pelas Forças Armadas para que o país pudesse se desenvolver.

    O autor também compara a utopia da ditadura, que imaginava um futuro brilhante para o Brasil, e os discursos atuais do bolsonarismo e da extrema direita, centrados na restauração dos valores de um passado visto com nostalgia.


    Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    Edição de som: Laila Mouallem e Raphael Concli
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    • 47 min
    Fernando Pinheiro: Como Clarice Lispector e Paulo Coelho forjaram suas imagens literárias

    Fernando Pinheiro: Como Clarice Lispector e Paulo Coelho forjaram suas imagens literárias

    Uma obra literária, diz Fernando Pinheiro, professor de sociologia da USP, pode ser entendida como a soma do texto escrito e da imagem do seu autor —e a forma como os escritores se projetam tem forte influência sobre a posição que conseguem alcançar no sistema literário.

    No recém-publicado "O Mago, o Santo, a Esfinge", Pinheiro se concentra nas representações de Paulo Coelho, Manuel Bandeira e Clarice Lispector. Os ensaios reunidos no livro analisam como os autores se tornaram personagens distintos da literatura brasileira.

    Neste episódio, o pesquisador discute por que Paulo Coelho, mesmo tendo vendido mais de 300 milhões de cópias em todo o mundo, nunca ultrapassou uma condição marginal no campo literário do país.

    Pinheiro também explora como Clarice Lispector, por outro lado, conseguiu manejar um aparente paradoxo: se transformar em esfinge, considerada até hoje uma escritora indecifrável e, ao mesmo tempo, recusar a figura de intelectual, afirmando, por exemplo, que não gostava de ler e que escrevia crônicas para se sustentar.


    Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    Edição de som: Raphael Concli
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    • 43 min
    Mauricio Stycer: Como Gilberto Braga mudou as novelas no Brasil

    Mauricio Stycer: Como Gilberto Braga mudou as novelas no Brasil

    Poucos nomes marcaram tanto a telenovela no Brasil quanto Gilberto Braga. Nas quatro décadas em que escreveu para a TV, criou grandes sucessos, abordou temas que se tornaram discussões nacionais e cativou intelectuais como nenhum outro colega de profissão. Também trouxe uma sensibilidade diferente para o gênero, com um olhar mais sofisticado para o mundo dos ricos e das classes médias.

    A trajetória do escritor é tema da biografia "Gilberto Braga: O Balzac da Globo" (ed. Intrínseca), escrita por Mauricio Stycer. "A obra dele tinha características que permitiam fazer essa alusão a Balzac", comenta o biógrafo, jornalista especializado em TV e colunista da Folha.

    Na entrevista ao Ilustríssima Conversa, Stycer fala sobre essa trajetória e como Gilberto Braga e outros autores fizeram da novela o grande produto audiovisual brasileiro.


    Produção e apresentação: Marco Rodrigo Almeida
    Edição de som: Raphael Concli
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    • 52 min
    Noemi Jaffe: Literatura precisa perturbar o leitor

    Noemi Jaffe: Literatura precisa perturbar o leitor

    A escritora Noemi Jaffe se inspirou em sua experiência como professora de escrita de ficção para compor seu mais recente livro, "Escrita em Movimento: Sete Princípios do Fazer Literário".

    Noemi encara a escrita como um longo processo de aprendizagem que nunca tem fim, por mais consagrado que seja um autor. E a autora também não acredita em regra rígidas ou fórmulas engessadas para a criação.

    No lugar disso, Noemi apresenta sete princípios que, a seu ver, são comuns aos bons textos literários: palavras, simplicidade, consciência narrativa, originalidade, estranhamento, detalhes e experimentação.

    Neste episódio, ela comenta desde questões mais práticas a outras mais literárias e teóricas. "Tem muito esse pensamento de que a arte deve distrair, e eu acho contrário. Acho que a arte precisa contrair, sei lá, deixar a pessoa mais incomodada, deixar a pessoa perturbada. Grande parte da boa literatura é sobre coisas ruins mesmo, sobre coisas difíceis de enfrentar" reflete.


    Produção e apresentação: Marco Rodrigo Almeida
    Edição de som: Raphael Concli
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    • 42 min
    Guilherme Varella: Carnaval de rua não é bagunça, é direito constitucional

    Guilherme Varella: Carnaval de rua não é bagunça, é direito constitucional

    O Carnaval de rua de São Paulo, cidade tantas vezes chamada de túmulo do samba, despertou nos últimos dez anos. Antes acanhada, a festa viu o número de blocos e foliões se multiplicar —e o interesse de patrocinadores aumentou, como também cresceram os conflitos com moradores e episódios de repressão policial.

    Guilherme Varella foi um dos coordenadores da política para o Carnaval de rua de São Paulo desenhada a partir de 2013, na gestão Fernando Haddad (PT). Em sua tese de doutorado, agora publicada em livro, ele analisa as balizas, as disputas e os resultados dessa política pública.

    Hoje professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Varella propõe em "Direito à Folia" que a ocupação de ruas e espaços públicos por blocos é um direito constitucional, que deve ser viabilizado pelo Estado, não domesticado ou reprimido.

    Neste episódio, ele fala sobre os significados históricos e políticos do Carnaval de rua e discute algumas das tensões que cercam essa manifestação cultural, como o crescimento dos megablocos e as ameaças representadas pela "ambevização", do seu ponto de vista, à preservação do espírito transgressor do Carnaval.


    Produção e apresentação: Eduardo Sombini
    Edição de som: Raphael Concli
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    • 55 min

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