Obra Soprema Obra Soprema

Ao oitavo episódio da Obra Soprema Rui Unas conversou com o Arquiteto Nuno Brandão Costa.  

"Erro em todos os projetos. A construção de um projeto é um processo mental. E o erro faz parte desse processo. Muitas vezes quando a obra está pronta é que se percebem alguns erros e depois tenta-se resolver no projeto seguinte mas já não dá porque o projeto é diferente, portanto vão aparecer outros erros diferentes. Há sempre qualquer coisa que o arquiteto acha que ficou incoerente de alguma maneira. Eventualmente os outros não percebem, só o próprio que o fez."  

Obrigado Arquiteto Nuno Brandão Costa pela partilha e pela conversa, perfeita e coerente, tanto quanto uma conversa o pode e deve ser.

"Somos os médicos da casa, das empresas, das soluções urbanas. "  
Nesta conversa, Rui Unas e a Arquiteta Rosário Rodrigues falaram sobre a desvalorização da profissão, que já foi mais acarinhada, mais valorizada e melhor remunerada.  A legislação não ficou fora desta conversa, que na opinião da Arquiteta Rosário Rodrigues, poderia através de incentivos fiscais impulsionar a procura do know-how do Arquiteto, que deveria ser encarado como fundamental.

Foi uma espécie de jogo do gato e do rato, onde a conversa fluiu com respostas profundas e de reflexão que nos levam para um mundo repleto de conhecimento e de cultura sobre a Arquitetura, as pessoas e a vida.  "Nós enquanto seres humanos somos mais muito mais ricos do que enquanto pessoas que vestimos uma vestimenta de uma profissão. E acho que quem desempenha melhor a sua profissão está sempre num nível para lá desse compartimento em que se encaixam as pessoas hoje em dia, hoje em dia naturalmente, estamos num sistema de produção, de representação. (...) creio que é isso que nos cabe fazer (…) habitar um desempenho social mas transcendê-lo numa condição de humanidade que é muito mais rica."  Agradecemos ao Arquiteto Luís Pedro Silva, por esta inspiradora partilha.

Na estreia da segunda temporada da Obra Soprema, Rui Unas conversa com a Arquiteta Adriana Floret.

“Por norma nós – Arquitetos - não temos dinheiro para termos a casa que queremos. Ainda por cima temos o conhecimento de causa do que é que podemos fazer e do que existe no mercado. Por isso é muito difícil estarmos satisfeitos numa casa.”  A Arquiteta Adriana Floret fala-nos ainda sobre o cuidado que tem de existir quando se trabalha um projeto de uma moradia uni-familiar onde “Estamos a trabalhar o sonho de uma família. Estamos a trabalhar muitas expectativas. Temos de ter muito cuidado e muito respeito porque todos nós sonhamos ter um dia a nossa casa e sabemos o que isso é. As pessoas ficam muito sensíveis nesse processo.” Não perca esta conversa onde a sensibilidade, o cuidado, a entrega e o respeito por cada projeto e cada cliente se sentem em cada palavra.  Obrigada Arquiteta Adriana Floret por aceitar este desafio para uma conversa sem guião, à primeira hora da manhã.   



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Este é o nosso Manifesto.

Este programa é sobre Arquitetura.

Não será sobre a estrutura, a textura, as vigas e o betão.

Nem sobre a forma, a cor, a luz, a estética ou os Pritzkers.

Este programa é sobre Arquitetura.

E a arquitetura, caro leitor,

a Arquitetura é o sonho.

É a obra.

Mas a obra, a obra é o Homem.

Este programa será sempre sobre o Homem.

Sobre os homens e as mulheres que fazem arquitetura e que são, nos seus entretantos, tantas outras mil e uma coisas, mil e dois sentidos, mil e três paixões.

Aqui conversaremos sobre a sua arte de falar através da mão. Sobre a capacidade de tocar os outros através do traço. Sobre as suas paixões, as suas frustrações, as suas desilusões e as suas conquistas. Sobre os sonhos, deles e delas. Arquitetos e Arquitetas. Pessoas.

Aqui falaremos sobre filosofia, sobre poesia, sobre a psicologia da mente humana. Criadora. Contemplativa. Apaixonada.

Divagaremos sobre a génese. Não da obra, mas do Homem. Porque é no Homem que se define o sentido do traço. Porque é no Homem que entendemos o conceito.

Porque é no Homem que a arquitetura começa.

Na pessoa que a sonha, a idealiza, a desenha e concretiza, mas também na pessoa que a vive, onde ganha então razão de ser, vida própria.

E se emancipa. Para ser o que muitas vezes nem o arquiteto pensou, sob o seu olhar atento, ora de orgulho, ora de dor.

Este projeto será sempre sobre pessoas.

E não deveriam ser todos?!

Este é o nosso Manifesto.

Esta é a Obra Soprema.

Da esgrima ao rugby passando pela Arquitetura e pela perda da liberdade do desenho, até ao abandono da preconceção do desenho para que se consiga potenciar e recuperar essa liberdade que a criança tem.  As crianças começam por desenhar riscos sem nexo e a uma certa altura, o domínio do desenho ganha-se quando se desenha um círculo e isso é por volta dos 3 anos que esse círculo se fecha. E esse círculo começa por ser tudo: a mãe, a casa, a escola... É uma coisa que eles conseguem visualizar e nomeiam. Depois começam a pender-lhe coisas...os braços. E seguem um percurso. É uma fase em que tudo é possível. E várias vezes estamos a olhar para desenhos em que não sabemos o que é e eles descrevem-nos histórias infinitas.  Até chegarem a um ponto em que uma casa é exatamente aquilo que nós sabemos: um retângulo com uma porta a meio, umas janelas um telhado e uma chaminé. Nesse ponto foi o ponto em que eles perderam completamente a liberdade e no fundo querem fazer igual aos outros. As crianças olham para o lado para ver se a casa deles está bem feita. Até aí não olhavam para o lado.  Assista a esta conversa repleta de curiosidades pessoais e pensamentos Arquitetónicos.  

Arquiteto Nuno Mateus Fundador do Atelier ARX Portugal, Professor na FAUTL e UAL, Lisboa