43 min

Tradições Judaicas do Futuro: Micve 5.8

    • Judaism

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"Vinte e cinco anos atrás, como uma jovem ortodoxa, comecei com estas palavras um artigo que se tornou bastante influente: "Todas as coisas morrem e renascem continuamente". Eu estava errada. Às vezes, não podemos nos repetir. Nós podemos apenas nos transformar. No entanto, nossa responsabilidade moral por aquele eu anterior e seus atos perduram. Vinte e cinco anos depois, como teóloga reformista feminista, continuo diante de um ensaio que escrevi, um ensaio que continua a ser citado, mencionado e reproduzido, emitindo opiniões e prescrevendo ações que agora não posso em sã consciência endossar. Meu ensaio se chamava "Tum'á e Tahará: fins e começos". Tratava das antigas leis de pureza, cuja principal forma sobrevivente é o poderoso conjunto de leis e costumes relativos à menstruação feminina. Como essa legislação rege o comportamento e as atitudes sexuais e sociais de maneira tão difusa, pode-se dizer que a impureza menstrual é constitutiva da personalidade religiosa das mulheres no Judaísmo Ortodoxo. Eu me comprometi a justificar essa legislação construindo em torno dela uma teologia feminista da pureza.


Ao rever meu artigo, tive que me perguntar: Qual é a responsabilidade de uma teóloga quando ela não acredita mais no que ensinou aos outros como Torá? Simplesmente retratar-se é insuficiente, porque teólogos não são apenas teóricos. Eles exemplificam maneiras de viver os compromissos judaicos com integridade. O que devo àqueles que leram e foram persuadidos por minha teologia da pureza não é apenas delinear abstratamente minhas conclusões revisadas, mas contar uma história ricamente detalhada sobre um processo particular de ruptura e transformação em um tempo e lugar específicos."


Assim, Rachel Adler começa seu artigo In Your Blood Live: Re-Visions of a Theology of Purity, no qual revisitou o tema da pureza e impureza rituais e do uso da micve neste sentido depois de ter escrito sobre o assunto 25 anos antes. Ao longo deste período, Rachel Adler deixou de ser ortodoxa e se transformou em uma influente teóloga feminista. É hoje a rabina Rachel Adler. Da mesma forma que a sua perspectiva, também o nosso entendimento sobre micvaot, sobre pureza e impureza rituais, em particular no que tange à menstruação se transformaram profundamente.


Hoje, começamos uma nova série do podcast, Tradições Judaicas do Futuro, na qual vamos conversar sobre práticas judaicas revisitadas, recontextualizadas e que ganharam nova relevância para o futuro do judaísmo.


A convidada deste episódio, no qual vamos converser sobre micve, é a rabina Tati Schagas.


Referências:



“Tum’ah and Taharah: Ends and Beginnings.” The Jewish Catalogue, edited by Michael Strassfeld, Sharon Strassfeld, and Richard Siegal. New York: 1972. Reprinted in The Jewish Woman, edited by Elizabeth Koltun. New York: Schocken Books, 1976. https://jwa.org/sites/jwa.org/files/jwa001d.pdf
“In Your Blood, Live: Re-visions of a Theology of Purity.” Tikkun 8:1 (January/February1993), Reprinted in Lifecycles 2, edited by Debra Orenstein and Jane Litman. Woodstock, VT: Jewish Lights, 1997.


Dicas Culturais:



Alona Lisitsa, Dalia Marx, Maya Leibovich, Tamar Duvdevani, פרשת המים - טבילה כהזדמנות לצמיחה, להיטהרות ולריפוי, Parashat HaMayim: Imersão em Água como Oportunidade de Renovação e Crescimento Espiritual", https://www.academia.edu/5041156/פרשת_המים_-_טבילה_כהזדמנות_לצמיחה_להיטהרות_ולריפוי_Parashat_HaMayim_Immersion_in_Water_as_an_Opportunity_for_Renewal_and_Spiritual_Growth
Joann Sfar, O gato do rabino, https://www.amazon.com.br/Gato-do-Rabino-Joann-Sfar/dp/8571109451/
Debra Orenstein, Lifecycles: Jewish Women on Life Passages and Personal Milestones (Lifecycles, Vol 1) , https://www.amazon.com.br/Lifecycles-Passages-Personal-Milestones-English-ebo

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"Vinte e cinco anos atrás, como uma jovem ortodoxa, comecei com estas palavras um artigo que se tornou bastante influente: "Todas as coisas morrem e renascem continuamente". Eu estava errada. Às vezes, não podemos nos repetir. Nós podemos apenas nos transformar. No entanto, nossa responsabilidade moral por aquele eu anterior e seus atos perduram. Vinte e cinco anos depois, como teóloga reformista feminista, continuo diante de um ensaio que escrevi, um ensaio que continua a ser citado, mencionado e reproduzido, emitindo opiniões e prescrevendo ações que agora não posso em sã consciência endossar. Meu ensaio se chamava "Tum'á e Tahará: fins e começos". Tratava das antigas leis de pureza, cuja principal forma sobrevivente é o poderoso conjunto de leis e costumes relativos à menstruação feminina. Como essa legislação rege o comportamento e as atitudes sexuais e sociais de maneira tão difusa, pode-se dizer que a impureza menstrual é constitutiva da personalidade religiosa das mulheres no Judaísmo Ortodoxo. Eu me comprometi a justificar essa legislação construindo em torno dela uma teologia feminista da pureza.


Ao rever meu artigo, tive que me perguntar: Qual é a responsabilidade de uma teóloga quando ela não acredita mais no que ensinou aos outros como Torá? Simplesmente retratar-se é insuficiente, porque teólogos não são apenas teóricos. Eles exemplificam maneiras de viver os compromissos judaicos com integridade. O que devo àqueles que leram e foram persuadidos por minha teologia da pureza não é apenas delinear abstratamente minhas conclusões revisadas, mas contar uma história ricamente detalhada sobre um processo particular de ruptura e transformação em um tempo e lugar específicos."


Assim, Rachel Adler começa seu artigo In Your Blood Live: Re-Visions of a Theology of Purity, no qual revisitou o tema da pureza e impureza rituais e do uso da micve neste sentido depois de ter escrito sobre o assunto 25 anos antes. Ao longo deste período, Rachel Adler deixou de ser ortodoxa e se transformou em uma influente teóloga feminista. É hoje a rabina Rachel Adler. Da mesma forma que a sua perspectiva, também o nosso entendimento sobre micvaot, sobre pureza e impureza rituais, em particular no que tange à menstruação se transformaram profundamente.


Hoje, começamos uma nova série do podcast, Tradições Judaicas do Futuro, na qual vamos conversar sobre práticas judaicas revisitadas, recontextualizadas e que ganharam nova relevância para o futuro do judaísmo.


A convidada deste episódio, no qual vamos converser sobre micve, é a rabina Tati Schagas.


Referências:



“Tum’ah and Taharah: Ends and Beginnings.” The Jewish Catalogue, edited by Michael Strassfeld, Sharon Strassfeld, and Richard Siegal. New York: 1972. Reprinted in The Jewish Woman, edited by Elizabeth Koltun. New York: Schocken Books, 1976. https://jwa.org/sites/jwa.org/files/jwa001d.pdf
“In Your Blood, Live: Re-visions of a Theology of Purity.” Tikkun 8:1 (January/February1993), Reprinted in Lifecycles 2, edited by Debra Orenstein and Jane Litman. Woodstock, VT: Jewish Lights, 1997.


Dicas Culturais:



Alona Lisitsa, Dalia Marx, Maya Leibovich, Tamar Duvdevani, פרשת המים - טבילה כהזדמנות לצמיחה, להיטהרות ולריפוי, Parashat HaMayim: Imersão em Água como Oportunidade de Renovação e Crescimento Espiritual", https://www.academia.edu/5041156/פרשת_המים_-_טבילה_כהזדמנות_לצמיחה_להיטהרות_ולריפוי_Parashat_HaMayim_Immersion_in_Water_as_an_Opportunity_for_Renewal_and_Spiritual_Growth
Joann Sfar, O gato do rabino, https://www.amazon.com.br/Gato-do-Rabino-Joann-Sfar/dp/8571109451/
Debra Orenstein, Lifecycles: Jewish Women on Life Passages and Personal Milestones (Lifecycles, Vol 1) , https://www.amazon.com.br/Lifecycles-Passages-Personal-Milestones-English-ebo

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