5 min

TRAGÉDIAS MIGRATÓRIAS DE AVIUGES PARA O MUNDO

    • Non-Profit

“Mamã, já estamos a sair.” foi a última frase de uma criança ao telefone com os familiares que ficaram no México. Esta criança foi uma das 50 mortes registadas, por asfixia e desidratação, em San Antonio, Texas, dentro de um camião. Mais uma viagem de mexicanos, hondurenhos, guatemaltecos e salvadorenhos que resultou em tragédia.
Aumentaram, com o endurecimento das medidas restritivas contra os imigrantes, as viagens clandestinas perigosas e as tentativas de saltar o muro.
A política de imigração “tolerância zero” não reconhece a dignidade de cada ser humano. É chocante sabermos que as crianças, filhas de imigrantes ou refugiados que tentaram passar ilegalmente a fronteira, são separadas das famílias e colocadas em jaulas. Jennifer Lopez (Porto Rico), que partilhou o palco com Shakira (Colômbia), chamou a tenção do mundo para esta realidade, durante o seu espetáculo na final da Super Bowl. Na parte final da performance, crianças latinas, incluindo a sua filha, surgiram dentro de gaiolas iluminadas, representando a repressão dos sul americanos nos Estados Unidos: “O conceito é que as próximas gerações não sejam oprimidas como nós fomos”.
Em Melilla, dezenas de corpos amontoaram-se numa estrada, meios nus, feridos, cadáveres… 1700 migrantes e refugiados, armados com paus e pedras, em desespero, dirigiram-se a um posto fronteiriço e forçaram a passagem. Dos confrontos com as autoridades resultaram 23 mortos, mais de 200 feridos, 140 agentes marroquinos e 50 espanhóis também ficaram feridos. As redes de tráfico humano prosperam enquanto crescem os “cemitérios” oceânicos. Quantos pessoas perderão a vida todos os dias, no mar, na esperança de alcançarem a costa, a terra firme, o solo europeu, a liberdade e a humanidade? “A migração de hoje é um escândalo social da humanidade.” (Papa Francisco).
Estes dois recentes acontecimentos dramáticos exigem uma tomada de posição da comunidade internacional e a busca de soluções que promovam a dignidade de cada pessoa. Hicks informa que a sensação de nos sentirmos excluídos desperta no nosso cérebro as mesmas reações das dores físicas. A dignidade resulta da conexão connosco, com os outros e de um propósito de vida. (...)
Entretanto, no quadro europeu surgem algumas iniciativas. O Reino Unido assinou um acordo com o Ruanda para enviar para este país migrantes e requerentes de asilo. Esta parceria de “desenvolvimento económico”, assim designada pelo Reino Unido, é atentatória da Convenção de Genebra para os Refugiados, subscrita por este país. Precisamos, urgentemente, de “soluções novas e inovadoras”, mas não deste tipo senhora Priti Patel (Ministra do Interior do Reino Unido).
A Alemanha dá novamente um bom mote. O Governo aprovou uma reforma da política migratória que possibilitará a regularização de mais de 100.000 estrangeiros sem autorização de residência, se, como é lógico, cumprirem determinados requisitos, desde logo não terem cometido crimes. “Trata-se de uma mudança de perspetiva, queremos que as pessoas bem integradas na Alemanha tenham verdadeiras oportunidades.” (Nancy Faeser, Ministra do Interior) A Alemanha tem um déficit de mão de obra de 400.00 trabalhadores…
Também o nosso país enfrenta dificuldades para encontrar a mão de obra necessária que supra as necessidades de alguns setores. Considero muito positivo que o Governo tenha aprovado a criação do visto para a procura de trabalho, que permite aos estrangeiros entrarem no país durante seis meses, e a eliminação do regime de quotas para a imigração.
Saúda-se a eliminação de anacronismos e a adoção de medidas modernas que se adequem às necessidades do país e aos desafios do mundo, contribuindo para a eliminação da desumanidade e promoção da dignidade.

“Mamã, já estamos a sair.” foi a última frase de uma criança ao telefone com os familiares que ficaram no México. Esta criança foi uma das 50 mortes registadas, por asfixia e desidratação, em San Antonio, Texas, dentro de um camião. Mais uma viagem de mexicanos, hondurenhos, guatemaltecos e salvadorenhos que resultou em tragédia.
Aumentaram, com o endurecimento das medidas restritivas contra os imigrantes, as viagens clandestinas perigosas e as tentativas de saltar o muro.
A política de imigração “tolerância zero” não reconhece a dignidade de cada ser humano. É chocante sabermos que as crianças, filhas de imigrantes ou refugiados que tentaram passar ilegalmente a fronteira, são separadas das famílias e colocadas em jaulas. Jennifer Lopez (Porto Rico), que partilhou o palco com Shakira (Colômbia), chamou a tenção do mundo para esta realidade, durante o seu espetáculo na final da Super Bowl. Na parte final da performance, crianças latinas, incluindo a sua filha, surgiram dentro de gaiolas iluminadas, representando a repressão dos sul americanos nos Estados Unidos: “O conceito é que as próximas gerações não sejam oprimidas como nós fomos”.
Em Melilla, dezenas de corpos amontoaram-se numa estrada, meios nus, feridos, cadáveres… 1700 migrantes e refugiados, armados com paus e pedras, em desespero, dirigiram-se a um posto fronteiriço e forçaram a passagem. Dos confrontos com as autoridades resultaram 23 mortos, mais de 200 feridos, 140 agentes marroquinos e 50 espanhóis também ficaram feridos. As redes de tráfico humano prosperam enquanto crescem os “cemitérios” oceânicos. Quantos pessoas perderão a vida todos os dias, no mar, na esperança de alcançarem a costa, a terra firme, o solo europeu, a liberdade e a humanidade? “A migração de hoje é um escândalo social da humanidade.” (Papa Francisco).
Estes dois recentes acontecimentos dramáticos exigem uma tomada de posição da comunidade internacional e a busca de soluções que promovam a dignidade de cada pessoa. Hicks informa que a sensação de nos sentirmos excluídos desperta no nosso cérebro as mesmas reações das dores físicas. A dignidade resulta da conexão connosco, com os outros e de um propósito de vida. (...)
Entretanto, no quadro europeu surgem algumas iniciativas. O Reino Unido assinou um acordo com o Ruanda para enviar para este país migrantes e requerentes de asilo. Esta parceria de “desenvolvimento económico”, assim designada pelo Reino Unido, é atentatória da Convenção de Genebra para os Refugiados, subscrita por este país. Precisamos, urgentemente, de “soluções novas e inovadoras”, mas não deste tipo senhora Priti Patel (Ministra do Interior do Reino Unido).
A Alemanha dá novamente um bom mote. O Governo aprovou uma reforma da política migratória que possibilitará a regularização de mais de 100.000 estrangeiros sem autorização de residência, se, como é lógico, cumprirem determinados requisitos, desde logo não terem cometido crimes. “Trata-se de uma mudança de perspetiva, queremos que as pessoas bem integradas na Alemanha tenham verdadeiras oportunidades.” (Nancy Faeser, Ministra do Interior) A Alemanha tem um déficit de mão de obra de 400.00 trabalhadores…
Também o nosso país enfrenta dificuldades para encontrar a mão de obra necessária que supra as necessidades de alguns setores. Considero muito positivo que o Governo tenha aprovado a criação do visto para a procura de trabalho, que permite aos estrangeiros entrarem no país durante seis meses, e a eliminação do regime de quotas para a imigração.
Saúda-se a eliminação de anacronismos e a adoção de medidas modernas que se adequem às necessidades do país e aos desafios do mundo, contribuindo para a eliminação da desumanidade e promoção da dignidade.

5 min