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O Professor Alberto Ricardo Prass comenta, explica e analisa temas de interesse de cientistas, professores, estudantes e pessoas curiosas.

FisicaNET Alberto Ricardo Prass

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O Professor Alberto Ricardo Prass comenta, explica e analisa temas de interesse de cientistas, professores, estudantes e pessoas curiosas.

    A MEDICINA COMO CIÊNCIA

    A MEDICINA COMO CIÊNCIA

    Mesmo em seus melhores momentos, a prática médica pré-moderna não salvou muita gente. Hipócrates de Cós, o pai da Medicina, é celebrado sobretudo por seus esforços para arrancar a Medicina do terreno da superstição e trazê-la à luz da Ciência.
    Hipócrates escreveu:
    "Os homens acham a epilepsia divina, simplesmente porque não a compreendem. Mas se chamassem de divino tudo o que não compreendem, ora, as coisas divinas não teriam fim".
    Em vez de reconhecer que em muitas áreas somos ignorantes, a tendência do homem comum é atribuir a divindades tudo aquilo que ainda não compreendemos.


    Como o conhecimento da Medicina tem se desenvolvido desde o século IV a.C., cada vez mais aumenta o que compreendemos e diminui o que tinha de ser atribuído à intervenção divina - a respeito das causas ou do tratamento da doença.

    As mortes na hora do parto e a mortalidade infantil decresceram, o tempo de vida foi prolongado, e a Medicina melhorou a qualidade de vida para bilhões de seres humanos em todo o planeta.

    Hipócrates introduziu elementos do método científico no diagnóstico da doença. Ele recomendava com insistência a observação cuidadosa e meticulosa:

    "Não deixem nada ao acaso. Não percam nenhum detalhe. Combinem as observações contraditórias. Não tenham pressa".

    Antes da invenção do termômetro, ele fez o gráfico das curvas de temperatura de muitas doenças.


    Recomendava que os médicos fossem capazes de explicar, somente a partir dos sintomas presentes, o provável desenvolvimento passado e futuro de cada doença. Enfatizava a honestidade.
    Estava disposto a admitir as limitações do conhecimento médico.
    Não se envergonhava de contar para a posteridade que mais da metade de seus pacientes morrera das doenças que ele estava tratando.
    Suas opções de ação eram limitadas; os remédios de que dispunha eram principalmente laxantes, eméticos e narcóticos.
    Realizavam-se cirurgias e cauterização.
    Outros progressos consideráveis ainda foram feitos em toda a época clássica, até a queda de Roma.

    Enquanto a Medicina floresceu no mundo islâmico, o que se seguiu na Europa foi na realidade uma era negra. Grande parte do conhecimento de anatomia e cirurgia se perdeu.
    Era muito difundido o recurso às orações e às curas milagrosas. Os médicos seculares foram extintos.

    Empregavam-se por toda parte cantilenas, poções, horóscopos e amuletos.

    As dissecações de cadáveres foram restringidas ou proscritas, por isso aqueles que praticavam a Medicina não podiam adquirir em primeira mão o conhecimento do corpo humano. A pesquisa médica ficou estagnada.

    Uma situação muito parecida com ocorreu para todo o Império do Oriente, cuja capital era Constantinopla:

    Num período de dez séculos, nem uma única descoberta foi feita para exaltar a dignidade ou promover a felicidade da humanidade.
    Nem uma única ideia foi acrescentada aos sistemas especulativos da Antiguidade, e uma série de discípulos pacientes se transformava, por sua vez, nos professores dogmáticos da geração servil seguinte.

    Mesmo em seus melhores momentos, a prática médica pré-moderna não salvou muita gente.




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    • 14 Min.
    CONHECIMENTO CIENTÍFICO x CONHECIMENTO DAS RUAS

    CONHECIMENTO CIENTÍFICO x CONHECIMENTO DAS RUAS

    aka
    CONHECIMENTO CIENTÍFICO x SENSO COMUM

    O que marca a diferença entre o cientista e o não cientista é o processo de obtenção, justificação e transmissão de conhecimento.
    • Embora essa fronteira não seja clara e existam muitos pontos de vista diferentes entre os filósofos da ciência, existe um consenso amplo a respeito de certas propriedades que são típicas da atividade científica.
    • O conhecimento científico é crítico.
    • Ainda que sua origem seja a experiência, esse conhecimento não fica grudado a ela de modo incondicional.
    • Enquanto o senso comum habitualmente abraça aos dados imediatos, ou, então, procura explicações nem sempre profundas, o conhecimento cientifico procura bases sólidas, justificações claras e exatas.
    • Isso não é possível em todos os casos.
    • A tendência do cientista, porém, é se aproximar gradativamente de fundamentos fortes para seus conhecimentos.
    • O conhecimento cientifico é, portanto, submetido a uma série de testes, análises, controles que garantam pelo menos uma "chance" alta de obter informações verdadeiras e justificadas.
    • Por exemplo: todos sabemos que a dinamite explode quando é submetida à ação do fogo.
    • É por isso que ninguém ousa jogar um fósforo aceso num depósito de dinamite.
    • Mas nem todos se perguntam pelas razões que explicam esse fenômeno. Os que conhecem as explicações do senso comum só sabem que a dinamite contém certas substâncias responsáveis pela explosão. O químico, no entanto, é capaz de nos explicar com detalhe o que acontece dentro de um explosivo quando ele é submetido à ação do fogo. Pode até nos escrever certas fórmulas que mostram o processo completo: a ação do fogo, seu efeito sobre os componentes químicos, as forças que são liberadas, a intensidade da explosão.
    • O conhecimento científico é organizado.
    • O cientista tenta construir sistemas de conhecimento, embora seus anseios nem sempre possam ser coroados pelo sucesso.
    • Enquanto o senso comum é composto por um conjunto de conhecimentos "avulsos", o cientista visa organizar seu conhecimento num conjunto onde os elementos estejam relacionados de maneira ordenada.
    • O conhecimento cientifico é prognosticador.
    • Baseado em certos "princípios" ou "leis", o cientista pode predizer até mesmo com certeza de que maneira acontecerão certos fatos futuros.
    • Também o homem da rua faz predições: podemos predizer que o verão será-quente, que a inflação continuará aumentando, que o sol sairá amanhã etc.
    • Mas nossas predições são justificadas apenas por analogias do senso comum.
    • O cientista tem razões para afirmar que certos fatos haverão de ocorrer.
    • O conhecimento cientifico é geral.
    • É conhecimento de conjuntos ou classes de fatos e situações, e não apenas de determinados fatos isolados.
    • O conhecimento de que nosso cabo de aço conduz a eletricidade é individual, mas é justificado pelo conhecimento geral de que todo corpo metálico conduz a eletricidade.
    • Um ponto muito importante é o caráter metódico do conhecimento cientifico.
    • Os filósofos da ciência mais tradicionais (os anteriores a 1970, por exemplo) consideravam que uma característica essencial da ciência é o método.
    • Segundo eles, a obtenção do conhecimento não é produto de uma sequência de acasos ou situações imprevisíveis.
    • Para obter conhecimento científico devemos orientar nossa atividade e nossa inteligência em consonância com certos padrões de pesquisa, certa noção de ordem.
    • Realmente, ainda hoje, a maioria dos filósofos aceita que a ciência possui um método, que nem sempre é único.
    • Antigamente pensava-se que a ciência constava de um conjunto fixo de regras ou "receitas" para obter conhecimento, hoje aceitamos que o método depende de muitas condições, inclusive psicológicas, sociais e históricas, entre outras.
    • Lungarzo, C. (1997). O que é C

    • 6 Min.
    OS EXPERIMENTOS COMO PROVA CIENTÍFICA

    OS EXPERIMENTOS COMO PROVA CIENTÍFICA

    OS EXPERIMENTOS COMO PROVA CIENTÍFICA

    "Se me derem uma alavanca, moverei o mundo!", 

    exclamou Arquimedes no século III AEC. 

    Evidentemente, ao pronunciar essa frase, o grande sábio grego não queria definir um programa experimental, o que seria uma tolice, mas fazer com que o mundo helenístico tomasse consciência dos consideráveis progressos realizados pela ciência da época.

    Algum tempo depois, no formidável armazém intelectual que era a Alexandria, outro homem, o matemático Eratóstenes, seguindo as ideias de Aristóteles e Euclides, tentaria não mover o mundo, mas medi-lo, servindo-se de um instrumento extremamente rudimentar: um simples estilete.

    Com esse movimento intelectual, abria-se um caminho fundamental para a ciência, o da experimentação.

    O grande filósofo das ciências Karl Popper percebeu com clareza: 

    “o caráter científico de uma teoria não se deve ao fato de que ela seja verificada ou verificável, mas ao fato de que, antemão, ela se exponha a ser refutada pela experiência.”

    É aí que se situa a linha de demarcação entre uma teoria científica e uma teoria que não o é.

    Toda teoria deve expor-se à sua própria refutação e, em última análise, só a experiência pode traçar essa linha, mesmo que aproximativamente.

    Daí a grande importância do experimento na história da pesquisa científica.

    Mas isso não resolve o problema central da experiência científica.

    O que chamamos de “prova científica” nunca pode confirmar totalmente a verdade de uma teoria; a prova apenas confirma que essa teoria é “mais verdadeira que outra”.

    Assim, não se pode atingir a “verdade objetiva” submetendo as teorias à prova da experimentação.

    No máximo, é possível confirmar certas predições fundadas sobre uma teoria.

    Vejamos o exemplo dos astrônomos da Babilônia, que registraram os movimentos da Lua e do Sol desde 747AEC.

    A ciência deles era certamente uma “ciência exata” e produzia resultados; mas isso não prova a verdade da sua teoria, que fazia dos planetas personagens divinos, cujos movimentos influenciavam diretamente a saúde das pessoas e o destino do Estado.

    “Em suma, um experimento científico nunca decide um debate epistemológico.”

    Mas o papel da experiência científica é “capital”, pois ela é fundadora de novos saberes - o eletromagnetismo, a astrofísica, a química orgânica ou a radioastronomia nasceram de experiências e certamente não teriam vindo à luz sem elas.

    Às vezes, o experimento científico até derruba as concepções mais universalmente aceitas – 

    como quando Evangelista Torricelli demonstrou a existência do vácuo e provou que a natureza não tem nenhum horror a ele, ao contrário do que afirmava a ciência medieval; 

    quando Ernest Rutherford descobriu o núcleo atômico e nos informou, para nosso grande espanto, que a matéria é composta essencialmente de “nada”; 

    ou quando Stanley Eddington constatou que os corpos massivos curvam o espaço-tempo na sua vizinhança, segundo a predição de Albert Einstein.









    FONTE DO TEXTO

    Rival, M. (1997.) Os Grandes Experimentos Científicos: Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor




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    • 3 Min.
    O que é uma teoria?

    O que é uma teoria?

    O QUE É UMA TEORIA?

    O termo mais mal compreendido em Ciência é a palavra “teoria”. 

    Os céticos, que julgam impossível acreditar em ideias como a Teoria da Relatividade Restrita ou a evolução por seleção natural, sublinham por vezes que até mesmo os cientistas dizem que é “apenas uma teoria”. 

    Referem-se a maneira como usamos a palavra na linguagem corrente para significar uma especulação (provavelmente insensata) 

    - o meu irmão tem uma teoria segundo a qual a seleção brasileira marcaria mais gols se os jogadores usassem calções mais compridos. 

    Mas em Ciência, o nome a dar a tal ideia não comprovada, possivelmente insensata, é uma hipótese. 

    Uma teoria é uma ideia que começou por ser uma hipótese, mas que foi testada pela experiência e pela observação do mundo real, e passou todos os testes a que foi sujeita.

    Logo que uma teoria falha um teste experimental ou observacional, falando estritamente, tem de ser substituída por uma teoria melhor, mais completa. 

    Mas a velha teoria ainda pode ser útil numa área restrita, uma vez conhecidas as suas limitações. 

    O melhor exemplo é a gravitação. 

    A Teoria da Gravitação de Isaac Newton pode usada para explicar coisas como a órbita da Lua em volta da Terra, ou predizer a trajetória de uma bola de basebol batida por um jogador. 

    Não pode explicar propriamente o que se passa em campos gravitacionais muito fortes ou como a luz é curvada pelo Sol. 

    A Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein explica tudo o que a teoria de Newton explica e explica o que acontece em campos gravitacionais fortes e a curvatura dos raios de luz devido à gravidade. 

    Assim, é uma teoria melhor. 

    Mas continua a ser mais fácil usar a teoria de Newton, se quisermos verificar a trajetória de uma bola de futebol.





    FONTE:

    Texto escrito por JOHN GRIBBIN

    Gribbin, J. (1999). O Pequeno Livro da Ciência. Lisboa: Editorial Bizâncio.






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