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Imprensa quer Lula antipetista Opinião João Paulo Cunha

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 Para vencer Jair Bolsonaro nas urnas vale tudo. Ou quase tudo. A mídia corporativa se rendeu ao cenário inevitável da única alternativa para impedir a reeleição do presidente, mas já começa a apresentar suas condições. Lula é melhor que o monstro no poder - não pelo tipo de poder que exerce, mas pela monstruosidade com que o faz -, mas desde que não seja Lula de verdade.

O pacto que vem sendo estabelecido desenha um candidato que, para ser aceito pelos barões da mídia, precisa escrever cartas e mais cartas ao povo brasileiro, se render a conversas civilizadas com o setor financeiro, acenar para o agronegócio, escolher um vice palatável (ainda que, contraditoriamente, sem sabor), mostrar indiferença respeitosa aos militares e, principalmente, não interferir no mercado. Um Lula antipetista.

O que parece contradição em termos, na realidade, é um método. É preciso esvaziar o conteúdo socialista do projeto do candidato petista, impedir que retome o crescimento econômico com distribuição de renda e a valorização dos recursos estratégicos. Que não tenha intenção de revisar os direitos extirpados pela reforma trabalhista em curso e que não reconstrua a porteira civilizatória no meio ambiente.

Lula não deve se meter em questões como ampliação das instâncias de democracia participativa, inclusão social e realinhamento diplomático independente, retomando o protagonismo em fóruns multilaterais e o respeito internacional. E, que não venha com essa conversa de valorização da mídia popular e controle econômico dos meios de comunicação. O que é liberalismo nos EUA por aqui é censura.

Pode defender o SUS, desde que não venha de novo com médicos cubanos, reforma psiquiátrica e direitos reprodutivos. O programa de imunização, a defesa de critérios epidemiológicos, a ação independente da Anvisa e a atenção básica são valores que não devem, entretanto, entrar em choque com os interesses do mercado e das corporações.  Não é preciso avançar na reforma sanitária, um Mandetta quebra o galho.

 Para vencer Jair Bolsonaro nas urnas vale tudo. Ou quase tudo. A mídia corporativa se rendeu ao cenário inevitável da única alternativa para impedir a reeleição do presidente, mas já começa a apresentar suas condições. Lula é melhor que o monstro no poder - não pelo tipo de poder que exerce, mas pela monstruosidade com que o faz -, mas desde que não seja Lula de verdade.

O pacto que vem sendo estabelecido desenha um candidato que, para ser aceito pelos barões da mídia, precisa escrever cartas e mais cartas ao povo brasileiro, se render a conversas civilizadas com o setor financeiro, acenar para o agronegócio, escolher um vice palatável (ainda que, contraditoriamente, sem sabor), mostrar indiferença respeitosa aos militares e, principalmente, não interferir no mercado. Um Lula antipetista.

O que parece contradição em termos, na realidade, é um método. É preciso esvaziar o conteúdo socialista do projeto do candidato petista, impedir que retome o crescimento econômico com distribuição de renda e a valorização dos recursos estratégicos. Que não tenha intenção de revisar os direitos extirpados pela reforma trabalhista em curso e que não reconstrua a porteira civilizatória no meio ambiente.

Lula não deve se meter em questões como ampliação das instâncias de democracia participativa, inclusão social e realinhamento diplomático independente, retomando o protagonismo em fóruns multilaterais e o respeito internacional. E, que não venha com essa conversa de valorização da mídia popular e controle econômico dos meios de comunicação. O que é liberalismo nos EUA por aqui é censura.

Pode defender o SUS, desde que não venha de novo com médicos cubanos, reforma psiquiátrica e direitos reprodutivos. O programa de imunização, a defesa de critérios epidemiológicos, a ação independente da Anvisa e a atenção básica são valores que não devem, entretanto, entrar em choque com os interesses do mercado e das corporações.  Não é preciso avançar na reforma sanitária, um Mandetta quebra o galho.

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