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João Paulo Cunha é jornalista e colunista do jornal Brasil de Fato MG. Trabalhou em jornal, rádio e TV em Belo Horizonte. Este podcast tem aproximadamente 3 minutos e é uma produção do jornal Brasil de Fato MG. Ouça também nossos outros podcasts: Nossos Direitos, Amiga da Saúde, Giro Esportivo, Boletim do JN, Com Ciência e Programa Brasil de Fato MG.

Opinião João Paulo Cunha Brasil de Fato MG

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João Paulo Cunha é jornalista e colunista do jornal Brasil de Fato MG. Trabalhou em jornal, rádio e TV em Belo Horizonte. Este podcast tem aproximadamente 3 minutos e é uma produção do jornal Brasil de Fato MG. Ouça também nossos outros podcasts: Nossos Direitos, Amiga da Saúde, Giro Esportivo, Boletim do JN, Com Ciência e Programa Brasil de Fato MG.

    O SUS na linha de tiro

    O SUS na linha de tiro

    Bolsonaro não é apenas negacionista em matéria de saúde, seus atos são também afirmativos e indicam, com todas as letras, o projeto de acabar com o SUS. A ausência de condução da política de combate à pandemia não se deu no vazio, na ignorância e na crueldade apenas, mas na ocupação de todos os espaços onde era necessário combater o Sistema Único de Saúde. Um projeto.

    No entanto, foi exatamente o SUS a única barreira eficaz contra a necropolítica bolsonarista durante a pandemia da covid-19. Foi o que levou muita gente a celebrar o sistema e seus profissionais. Mas enquanto a resistência se estabelecia, o governo levava adiante seu propósito de aniquilar a estrutura construída por sanitaristas, pesquisadores, profissionais de saúde e movimentos sociais para conduzir a saúde pública brasileira. Com mais de 30 anos de história de luta, o SUS encontrou seu pior inimigo.

    O saldo de mais de 600 mil mortes, a reiterada atuação anticiência, a suspeita de corrupção levantada pela CPI do Senado e o desprezo a suas atribuições constitucionais de defender o direito à vida, que ficam como herança macabra do atual governo, são a porta de entrada de um projeto ainda mais destrutivo. Não foi uma gestão incompetente e obscurantista, mas interessada de forma estratégica em mudar a lógica do direito à saúde, em favor da prestação de serviços no mercado.

    • 3 Min.
    Imprensa quer Lula antipetista

    Imprensa quer Lula antipetista

     Para vencer Jair Bolsonaro nas urnas vale tudo. Ou quase tudo. A mídia corporativa se rendeu ao cenário inevitável da única alternativa para impedir a reeleição do presidente, mas já começa a apresentar suas condições. Lula é melhor que o monstro no poder - não pelo tipo de poder que exerce, mas pela monstruosidade com que o faz -, mas desde que não seja Lula de verdade.

    O pacto que vem sendo estabelecido desenha um candidato que, para ser aceito pelos barões da mídia, precisa escrever cartas e mais cartas ao povo brasileiro, se render a conversas civilizadas com o setor financeiro, acenar para o agronegócio, escolher um vice palatável (ainda que, contraditoriamente, sem sabor), mostrar indiferença respeitosa aos militares e, principalmente, não interferir no mercado. Um Lula antipetista.

    O que parece contradição em termos, na realidade, é um método. É preciso esvaziar o conteúdo socialista do projeto do candidato petista, impedir que retome o crescimento econômico com distribuição de renda e a valorização dos recursos estratégicos. Que não tenha intenção de revisar os direitos extirpados pela reforma trabalhista em curso e que não reconstrua a porteira civilizatória no meio ambiente.

    Lula não deve se meter em questões como ampliação das instâncias de democracia participativa, inclusão social e realinhamento diplomático independente, retomando o protagonismo em fóruns multilaterais e o respeito internacional. E, que não venha com essa conversa de valorização da mídia popular e controle econômico dos meios de comunicação. O que é liberalismo nos EUA por aqui é censura.

    Pode defender o SUS, desde que não venha de novo com médicos cubanos, reforma psiquiátrica e direitos reprodutivos. O programa de imunização, a defesa de critérios epidemiológicos, a ação independente da Anvisa e a atenção básica são valores que não devem, entretanto, entrar em choque com os interesses do mercado e das corporações.  Não é preciso avançar na reforma sanitária, um Mandetta quebra o galho.

    • 2 Min.
    Um governador sem brio

    Um governador sem brio

    As chuvas que caem sobre Minas Gerais, com seu saldo de destruição, mortes e dezenas de milhares de desabrigados, não fez Romeu Zema (Novo) assumir suas responsabilidades. Quem acompanha as declarações recentes do governador do estado percebe que ele retoma seu conhecido repertório: a culpa é sempre do outro (por vezes até mesmo da vítima), enaltecimento das empresas privadas (mesmo as com passivo criminoso de destruição ambiental) e criação de comitês. Zema é o tarado dos comitês.

    Na sua obsessão em se safar das responsabilidades do cargo, está sempre criando uma instância burocrática entre os problemas do mundo real e suas atribuições constitucionais. Assim, suas palavras prediletas em todas as crises são sempre monitorar, levantar danos, criar protocolos, solicitar ajuda do governo federal.

    Foi o que fez com a pandemia, com os crimes ambientais e agora com as chuvas. Não abriu leitos, não contratou médicos e enfermeiros, não testou, não multou empresas devastadoras e ainda reduziu investimento nas ações de fiscalização. Seu discurso era sempre o da correia de transmissão: repasse de vacinas e insumos, transferência de responsabilidades, edição de protocolos, afago às mineradoras e apetite em gerir os resultados financeiros obtidos na justiça. Ao terceirizar suas funções de forma tão explícita, vem construindo uma carreira administrativa feita de fugas, desculpas e projeções.

    Com a criação do Comitê Gestor de Medida de Prevenção e Enfrentamento das Consequências do Período Chuvoso, o governador reuniu dezenas de órgãos do Executivo, assessores e consultores com o intuito de não agir. A atribuição do grupo, de acordo com o decreto que o criou, é a de articular ações e levantar problemas. Não fala em recursos, em investimento, em criação de forças-tarefas, em apoio aos responsáveis pelas medidas de enfrentamento na ponta. Uma espécie de anteparo, uma barreira, um guarda-chuva imaginário.

    • 2 Min.
    Anastasia pedala até o TCU

    Anastasia pedala até o TCU

    O senador Antonio Anastasia (PSD-MG) é o novo ministro do Tribunal de Contas da União. Venceu no plenário a disputa com os senadores Kátia Abreu (PP-TO) e Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e, em seguida, teve seu nome aprovado pela Câmara dos Deputados. Ele ocupa o lugar de Raimundo Carreiro, que assume a Embaixada do Brasil em Portugal. O senador mineiro fica com a vaga da cota do Senado. O cargo é vitalício e o salário está no patamar máximo do serviço público, em torno de R$ 37 mil por mês. Aos 60 anos, tem pelo menos 15 anos de sinecura pela frente.

    • 2 Min.
    Coragem de dizer não

    Coragem de dizer não

    O setor da educação e pesquisa científica no Brasil nunca foi tão atacado. A estratégia de desmonte do governo federal contra o conhecimento atua em diversas frentes: corte de verbas para pesquisa, ataque à autonomia docente, ideologização do ensino. O plano segue com estímulo à militarização, desprezo com avaliações, incentivo ao setor privado inclusive na concessão de bolsas e financiamento. A todo momento se observa a crítica à política de cotas, ao pluralismo e às políticas de inclusão. O boicote ao Enem demonstrou seu sucesso com a mais esvaziada edição do exame em toda sua história. Os técnicos do setor foram escanteados pelos arrivistas.

    A condução do governo durante a pandemia é exemplar deste programa de desmonte da educação e de desprezo ao saber. No que diz respeito ao conhecimento científico, exibiu-se uma estúpida ação negacionista, marcada pelo charlatanismo criminoso, que aumentou o número de casos e mortes e confluiu para o isolamento do país. Na área do ensino, não se desenvolveu qualquer programa de apoio aos estudantes, sobretudo os mais carentes, que não dispunham de condições materiais para a aprendizagem em outras plataformas. Matou na saúde, atrasou na educação.

    • 2 Min.
    Fotógrafo de Lula salva Globo de vexame

    Fotógrafo de Lula salva Globo de vexame

    A imprensa familiar brasileira é capaz de tudo para fugir dos fatos. A não cobertura da viagem de Lula à Europa foi um exemplo de como, para não fazer seu trabalho, cometeu pelo menos três pecados mortais do jornalismo: foi furada por jornalistas independentes, segurou a opinião de seus colunistas até o limite da mentira e rendeu-se a pedir apoio aos assessores do ex-presidente para recuperar o tempo perdido. Curto e grosso: chegou tarde, censurou e pediu arrego.

    Ao mesmo tempo, a mesma mídia empresarial esteve atenta à viagem de Bolsonaro ao Oriente Médio, frente a uma comitiva nababesca e uma pauta chinfrim, em que o único destaque foi uma conversa sobre troca de prisioneiros. Isso mesmo, troca de prisioneiros. Um indicativo dos interesses do presidente e do que antevê para seu futuro. Não se sabe de acordo comercial firmado ou de conversas com interesse geopolítico expressivo.

    Por não querer fazer jornalismo, a Globo teve seu dia de assessoria de imprensa do PT
    O contraste com a viagem de Lula é significativo. O petista foi recebido por presidentes e lideranças eleitas de democracias consolidadas, como França, Alemanha, Espanha e Bélgica. Bolsonaro teve como interlocutores ditadores e adversários dos direitos humanos. Lula recebeu prêmios e homenagens de um dos mais importantes centros de pensamento político do continente. Bolsonaro ganhou jantar dos empresários brasileiros que saíram daqui para puxar saco e fritar bife no deserto.

    Nas conversas de Lula, temas como crise climática, emergência sanitária, desigualdade, ameaças à democracia, pobreza, combate à fome, futuro da União Europeia e integração da América Latina. Foi recebido com honras de chefe de Estado pelo presidente francês Emmanuel Macron, que passa longe da esquerda, aplaudido no Parlamento Europeu e ganhou espaço nos mais importantes jornais do continente.

    Contraste entre a viagem de Lula e Bolsonaro é significativo
    Já Bolsonaro, antes de passear de motocicleta, falou de grafeno e bateu no peito para dizer que o Enem é a cara do governo, comemorando mais uma crise na política educacional.  Emendou o chorrilho de asneiras dizendo que a floresta Amazônica é úmida e por isso não pega fogo.  Ou seja, viajou para longe e gastou muito dinheiro para não sair do lugar onde sempre esteve. Para se sentir em casa, tinha até o governador de Minas, Romeu Zema, ao seu lado. Seu giro não teve repercussão na imprensa internacional e não eclipsou o vexame de sua recente viagem para a reunião do G-20.

    Simbolismo das duas viagens

    Não é o caso de insistir na lógica da divisão entre dois mundos inconciliáveis que vem dominando o cenário, mas há algo de simbólico nas duas viagens simultâneas dos nomes mais fortes, no momento, para as eleições de 2022. Bolsonaro procurou nos Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Catar seus semelhantes políticos: autoritarismo, apreço por lideranças autocratas e isolamento internacional. Num momento de redefinição das alianças políticas e econômicas, uma agenda que fortalece a posição de pária que parece orgulhá-lo.

    Lula, ao abrir espaço para diálogo em espectro político ampliado e em torno dos temas mais sensíveis da pauta mundial, se apresenta como interlocutor confiável para a esquerda, para o bloco socialdemocrata e para os democratas da centro-direita. E até mesmo indispensável, quando se pensa na América Latina, na preservação ambiental e no papel a ser desempenhado pelas economias emergentes num cenário de grandes transformações tecnológicas e na composição de um novo mercado mundial.

    • 3 Min.

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