dAdA RAdiO Amadeu Zoe

Último programa da Série Bill Graham e suas antológicas casas musicais. Bill um dos maiores “promoters”, empresário das casas Fillmore e Winterland, também gerente de palco de diversas bandas de rock como Rolling Stones, Bob Dylan, Santanna.

Winterland foi um teatro arena que havia sido um rinque de patinação com capacidade para 5400 pessoas, abrigou shows e bandas fundamentais para a história do rock.

Durante os anos 70, ao contrário de período flower power e da contracultura que marcou fortemente as casas Fillmore e mesmo o período em que Graham locava Winterland, teremos uma nova fase do rock, bastante ligada à expansão comercial do gênero como também de um novo leque de estilos e propostas musicais, menos engajadas politicamente (ou diferentemente engajadas do que foram os 60s) e mais abertas a experiencias cenográficas, performáticas e muito dependentes de produtores e gravadoras (a indústria musical).

Nesta última tracklist da série apresentamos a fase do rock da segunda metade da década de 70, com as bandas de punk rock, new wave, glam-glitter rock. O destaque fica para as bandas do Punk rock que realizaram shows históricos no local como Sex Pistols, Ramones, The Nuns (banda punk da costa oeste que abriu para o show do Sex Pistols em 1978). Ouviremos a banda sátira The Tubes, além de uma faixa do glam heavy rock do Kiss em apresentação de 1975.

Em seguida um dos ícones da chama new wave inglesa Elvis Costello apresentando ao vivo, músicas de seu álbum de estreia This Year’s Model e do single que leva o nome do show Radio Radio de 1978.

Finalizamos o programa e esta série em grande estilo, no espírito de despedida, com o show da “The Band”, grupo que acompanhava Bob Dylan nos seus discos entre 1966 a 1967 e frequentemente em shows até 1976, quando a banda se separa neste concerto despedida Last Waltz que conta com a participação de muitos músicos amigos como Bob Dylan, Neil Young, Joni Mitchell, Muddy Waters entre outros.

A partir de 1973 o antigo rinque de patinação passa por uma reforma convertendo-se definitivamente em uma arena de rock capaz de abrigar um público de 5400 pessoas. Muito mais comercial e um tanto desconectada de um modo mais “engajado” de fazer música e arte, o espaço acaba por adaptar-se a esse novo contexto, apesar de abrigar o novo e o mais interessante do que se produziu naquele momento histórico da música pop.

Bill Graham e a Winterland Arena já nascem com uma proposta de acompanhar o crescimento do público e a visão da música como negócio. Sua existência acompanha o momento mais forte da industrialização do rock, a construção de um circuito de grandes shows e festivais, caches milionários, megaestruturas de palco e equipamentos de som com muito dinheiro investido e expectativas de grandes retornos financeiros.

O rock dos 70 já é outro também, especialmente na segunda metade da década com o surgimento das bandas de punk rock e da new wave. Graham mantém o espírito inovador, sempre com uma curadoria que preza pela música bem executada e bastante aberta ao novo.

Começamos ouvindo o legendário show dos Blues Brothers que foi gravado ao vivo para o filme de mesmo nome estrelado por John Belushi e Dan Aykroyd. O show conta com uma seleção dos melhores músicos da cena Soul, Jazz e Blues norte-americana do final dos 70 e as gravações para o filme foram de fato apresentações ao vivo com público mais set de filmagem.

Seguimos com o Soul & Funk de Stevie Wonder em um bootleg (gravação pirata) de 1973, turnê do disco Talking Book ao lado de uma banda de grooves pesadíssimos.

Continuamos com Taj Mahal e seu Recycling the Blues & Other Related Stuff ao lado do Tubista Howard Johnson, um encontro entre a África e os Spirituals de Taj Mahal. Continuando no blues & rock destacamos três bandas fundamentais na discografia dos 70: Ten Years After, The Almann Brothers Band e Lynyrd Skynyrd em seu “bootleg” autorizado gravado em março de 1976.

Finalizamos com duas bandas inglesas, mas de enorme sucesso nos EUA, Humble Pie e Peter Frampton. A banda de Steve Marriot em uma apresentação de 1973 e o disco ao vivo que impulsionou a carreira de Peter Frampton para o estrelato Frampton Comes Alive, um dos discos mais vendidos da história do rock. Todo o disco foi produzido pelos engenheiros de som do estúdio de Wally Heider (engenheiro de som da arena Winterland) e também teve ajuda do conhecido produtor Eddie Krammer. Liguem-se para a música “Do you feel like we do”, com uso prolongado do talkbox e o exímio solo de Frampton. Boa escuta e até a próxima!!!

No Toca o Disco 13, porque tem que ser, apresentamos trabalhos em diferentes frentes, experiências e diálogos musicais.

Iniciamos nossa jornada musical com o Trabalho Ori do Radio Diaspora formado pela dupla Romulo Alexis e Wagner Ramos lançado pelo selo Brava. Na sequência ouvimos o primeiro trabalho solo de Antônio Sobral, Marulho, que saí pelo Desmonta. Em seguida a produção de Denis Duarte, lançada também em vídeo, o single Marimbondo que conta com a participação de grandes músicos da cena instrumental paulistana. Seguindo o programa trazemos à escuta o novo trabalho solo do Guizado, Stáretz, disco inteiramente gravado pelo trompetista auxiliado por equipamentos eletrônicos, e a participações através faixas gravadas de amigos como Mtakara, Mauricio Tagliari, Juninho Costa. O disco saiu pela YbMusic.

Finalizando apresentamos o disco Escafandro, um mergulho na improvisação livre, noise e música criativa do guitarrista Luiz Galvão apresentado em 4 volumes e contando com 4 convidados (Flavio Lazzarin, Thiago Sallas, Natália Francischini e Romulo Alexis) e que saiu também pelo selo Brava etc. Fechamos com o trabalho solo do músico Luiz Viola, Todo Negro, um trabalho poético musical disponível na plataforma BandCamp.

Chega mais e boa escuta!!!!

TRACKLIST

ORI [Radio Diaspora]

Aruanda (Leci) 10:45

Sorte (Das Neves) 08:59

Baobá (Zezé) 04:26

Marulho [Antonio Sobral]

Três Amigos 02:54 (ao fundo-locução)

Vista 04:15

Marimbondo [Denis Duarte]

Stáretz – Guizado

Olhos de Espelho

Agora Vai

Manto de Estrelas

ESCAFANDRO – Luiz Galvão

Motriz + Dádiva feat. Natalia Francischini [Escafandro #3]

Ataques de animais feat. Flavio Lazzarin [Escafandro #1]

Trimix feat. Flavio Lazzarin [Escafandro #1]

Sonho de Júlio Verne feat. Romulo Alesis [Escafandro #4]

Tudo Negro [Luiz Viola]

A do Reg feat. François Muleka + Felinto

Wimbi feat. Timm Arif

menasRádio é um web programa que trata de música em geral, poesia, cinema, vídeo, teatro e dança. Construído no formato de Rádio Arte, é uma colagem experimental formada por música abstrata, lançamentos do Selo Menasnota e de selos parceiros, poesias declamadas e cantadas, trechos de filmes e peças de teatro, áudios retirados do youtube e whatsapp, leituras de livros, pequenas entrevistas e comentários aleatórios. O programa do dia 15 é uma colaboração entre os selos Brava (SP), Menasnota (BA), e o artista Renê Freire (PE).

Iminente é o nome da nova experiência sonora de MNTH, o projeto de Luciano Valério que tem lançamento pelo selo inglês Mais Um Discos! Depois de seu celebrado álbum lançado em abril de 2021 (em formato digital e cassete), o artista Luciano Valério, a persona por detrás do MNTH (lê-se “mantega”), começa o ano em grande estilo com iminente, um trabalho mais intimista do que o anterior, mas que ainda assim conta com participações que cruzam dois oceanos.

O trabalho foi composto em fevereiro de 2021, concebido originalmente como trilha sonora para o documentário Pedra sobre Pedra. Mixado pelo velho conhecido do selo Desmonta, Paulo Dandrea em São Paulo, com co-produção do próprio Dandrea e de Luciano Valério, e masterizado por PRVNTK, em Berlin, na Alemanha. A capa é um trabalho da artista Bete Molina, um tecido em patchwork de 80 x 80 cm costurado minunciosamente e o design da capa é de Macio Moretti.

Duo Marques & Rodrigues lança seu primeiro disco (I)miscível, dia 14 de abril nas plataformas musicais e também ao vivo com show no Sesc 24 Maio, as 20h. Formado pelos músicos Amilcar Rodrigues (trompete, flugelhorn e eufônio) e Guilherme Marques (bateria e percussão) o disco traz a experiência musical a partir de uma gravação realizada no Galpão Cru em setembro de 2021 em meio a exposição Dizer Não e que contou com a participação  de Juçara Marçal nas vocalizações.

O duo trabalha com o conceito de “Miscibilidade” que é a “capacidade de uma mistura formar uma única fase em certos intervalos de temperatura, pressão e composição”, experimentando assim a interação e improvisação musical de sopros e percussão ao lado da voz de Juçara Marçal. O disco foi produzido por por Cuca Ferreira (Bixiga 70, Corte, Atønito) e Ro Fonseca (Baticum Music). O video com a filmagem do processo por Marcos Villas Boas já está disponível no Youtube. Assista e boa escuta!