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Jornalista (preferencialmente digital), educador (preferencialmente digital), trabalhando para tornar o mundo um lugar melhor

O Macaco Elétrico @PauloSilvestre

    • Negócios

Jornalista (preferencialmente digital), educador (preferencialmente digital), trabalhando para tornar o mundo um lugar melhor

    Regulamentando a IA do jeito certo

    Regulamentando a IA do jeito certo

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
    A Europa resolveu organizar a inteligência artificial! Será que vai dar certo?

    O Parlamento Europeu aprovou na quarta a Lei da Inteligência Artificial, legislação pioneira que visa proteger a democracia, o meio ambiente e os direitos fundamentais, enquanto promove o desenvolvimento dessa tecnologia.

    As novas regras, que entrarão em vigor ao longo de dois anos, estabelecem obrigações para desenvolvedores, autoridades e usuários da IA, de acordo com potenciais riscos e impacto de cada aplicação.

    Na semana anterior, a Europa já havia aprovado uma lei que regula a atuação das gigantes da tecnologia, favorecendo a competição. Tudo isso consolida a vanguarda do continente na organização do uso do mundo digital para proteger e beneficiar a sociedade, inspirando leis pelo mundo. O maior exemplo é a GDPR, para proteção de dados, que no Brasil inspirou a LGPD, nossa Lei Geral de Proteção de Dados.

    Legislações assim se tornam necessárias à medida que a digitalização ocupa espaço central na vida, transformando profundamente a sociedade. Isso acontece desde o surgimento da Internet comercial, na década de 1990. De lá para cá, cresceu com as redes sociais, os smartphones e agora com a inteligência artificial.

    O grande debate em torno dessas regras é se elas podem prejudicar a sociedade, ao atrapalhar o desenvolvimento tecnológico. A preocupação é legítima, mas ganha uma dimensão muito maior que a real por influência dessas empresas, que se tornaram impérios por atuarem quase sem regras até agora, e gostariam de continuar assim.

    Infelizmente essas big techs abusaram dessa liberdade, sufocando a concorrência e criando recursos que, na prática, podem prejudicar severamente seus usuários. Portanto, essas leis não devem ser vistas como ameaças à inovação (que continuará existindo), e sim como necessárias orientações sociais para o uso da tecnologia.

    Para saber mais como funciona a nova lei europeia, ouça esse episódio. E depois conte para nós aqui o que acha de regulamentações de tecnologias.

    • 9 min
    O fim da autorregulação das big techs?

    O fim da autorregulação das big techs?

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
    Estamos diante do fim da liberdade quase irrestrita das big techs sobre nós?

    Na segunda passada, a Apple foi multada pela União Europeia em €1,8 bilhão (cerca de R$ 9,8 bilhões), em um processo movido pelo Spotify, que a acusava de concorrência desleal. A decisão impacta muito mais que a empresa e seus clientes: reflete mudanças que governos tentam impor às big techs para reduzir seu enorme poder sobre a vida da população.

    A principal queixa era a exigência pela Apple de que os aplicativos para o iPhone e o iPad sejam instalados exclusivamente a partir da App Store, com a empresa ficando com 30% das transações na sua plataforma. O Spotify entendia que o Apple Music, serviço de streaming da Apple, tinha uma vantagem indevida, pois esses 30% ficavam na empresa. Além disso, ele já vem pré-instalado nesses equipamentos.

    Travestida de facilidade para os clientes, essa sutil imposição dos próprios produtos por ser dono de um ecossistema digital foi criada pela Microsoft na década de 1990, graças à dominância do Windows. Nos anos seguintes, o modelo foi aperfeiçoado pela Apple, Google e Meta. O processo foi tão eficiente, que nós mal percebemos essa dominação e achamos tudo normal.

    Mas isso pode estar com os dias contados. Na Europa, as big techs fizeram mudanças profundas, graças à Lei dos Mercados Digitais, que passou a valer na quinta. Pelo tamanho do mercado europeu e por suas regulações da tecnologia inspirarem leis ao redor do mundo, podemos começar a ver movimentos semelhantes em outras regiões.

    Essas empresas construíram seus impérios quase sem regras, focadas nos lucros, esmagando concorrentes e com rumos definidos apenas pelas suas bússolas morais. Resta saber se essas novas leis realmente encerrarão esse período de “autorregulação” e se isso beneficiará os seus clientes.

    É sobre que falo nesse episódio. Junte-se a nós nesse debate!

    • 9 min
    A hora e a vez da IA nas eleições

    A hora e a vez da IA nas eleições

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
    Chegou a hora e a vez da inteligência artificial nas eleições. Como isso vai impactar as campanhas?

    A tecnologia volta a ser protagonista na política, e não dá para ignorar isso em um mundo tão digital. Na terça, o Tribunal Superior Eleitoral aprovou instruções para o pleito municipal desse ano. Os usos de redes sociais e inteligência artificial nas campanhas chamaram atenção.

    Mas apesar de positivas e bem-produzidas, elas não dizem como identificar e punir a totalidade de crimes eleitorais no ciberespaço, que só aumentam. Enquanto isso, a tecnologia continua favorecendo os criminosos.

    Claro que a medida gerou uma polêmica instantânea! Desde 2018, as eleições brasileiras vêm crescentemente sendo decididas com forte influência do que se vê nas redes sociais, especialmente as fake news, que racharam a sociedade brasileira ao meio. Agora a inteligência artificial pode ampliar a insana polarização que elege candidatos com poucas propostas e muito ódio no discurso.

    É importante que fique claro que as novas regras não impedem o uso de redes sociais ou de inteligência artificial. Seria insensato bloquear tecnologias que permeiam nossa vida e podem ajudar a melhorar a qualidade e a baratear as campanhas, o que é bem-vindo, especialmente para candidatos mais pobres. Mas não podemos ser inocentes e achar que os políticos farão apenas usos positivos de tanto poder em suas mãos.

    Infelizmente a solução para essas más práticas do mundo digital não acontecerá apenas com regulamentos. Esse é também um dilema tecnológico e as plataformas digitais precisam se envolver com seriedade nesse esforço.

    O que você acha dessas medidas: elas ajudam ou atrapalham? Serão efetivas? E qual deve ser o impacto da IA nas campanhas e nos seus resultados?

    • 9 min
    IA não pode patentear seus inventos

    IA não pode patentear seus inventos

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
    No dia 13, o Gabinete de Marcas e Patentes dos Estados Unidos determinou que patentes não podem ser registradas em nome de plataformas de inteligência artificial, apenas por pessoas. Essa tecnologia pode, entretanto, ser usada intensamente no desenvolvimento de invenções: basta seres humanos terem feito uma “contribuição significativa” para que a patente possa ser concedida.

    A questão que salta aos olhos é: quem é o verdadeiro inventor nesse caso?

    Apesar de bem-intencionada, a determinação possui falhas conceituais. A proposta de garantir que a propriedade intelectual continue sob domínio de pessoas é bem-vinda. Mas ao permitir que a IA seja usada na pesquisa (e não faz sentido proibir isso hoje), cria-se uma brecha para que ela seja vista como coautora do processo.

    Como a tal contribuição humana não precisa ser comprovada, pode acontecer ainda de a IA fazer todo o trabalho e depois não ser “reconhecida” pelos pesquisadores. Seria injusto com o robô?

    O aspecto tecnológico então dá lugar a outros, éticos e filosóficos: a máquina trabalha para nós ou o contrário, quando lhe fornecemos comandos e ela se torna coautora?

    Além disso, imagine o ChatGPT começando a se tornar coautor de patentes de tudo em que ele for usado: sua criadora, a OpenAI, rapidamente se tornaria a maior detentora de patentes do mundo! Ela deveria então receber royalties por todas essas invenções?

    Nada disso está claro! Mas como diz o ditado, “é nos detalhes que mora o diabo”.

    E você, acha que a IA deve ser usada intensamente em inventos? Ela teria algum direito sobre eles? É sobre isso que falo nesse episódio.

    • 9 min
    IA agora quer se passar por jornalistas

    IA agora quer se passar por jornalistas

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
    O que você sentiria se o presidente da República telefonasse a você para lhe convencer de algo? Ou se alguém bem próximo, como um sobrinho ou até um filho, enviasse um áudio pedindo dinheiro? Muita gente desconfiaria que se trata de um golpe. Mas o rápido avanço da inteligência artificial está tornando esse tipo de engodo cada vez mais crível, fazendo vítimas em todos os estratos sociais.

    Portanto, cuidado ao gritar que jamais cairá em algo assim. Por muito menos, todo mundo já acreditou em alguma fake news!

    A ameaça cresce quando se observa que o uso da IA vai muito além da produção de textos, áudios e vídeos bem-feitos. Os robôs agora constroem sequências de notícias falsas sobre temas que lhes forem solicitados. Além disso, eles as distribuem de maneiras cada vez mais criativas, até como se fossem jornalistas humanos.

    Não por acaso, em janeiro, o Fórum Econômico Mundial apontou a desinformação potencializada pela inteligência artificial como o maior risco que a humanidade enfrentará nos próximos anos.

    As big techs, responsáveis pela criação dessas plataformas, estão se mexendo. No mesmo Fórum, Nick Clegg, presidente de assuntos globais da Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp), anunciou que a empresa está trabalhando com os principais nomes do setor para criar mecanismos que identifiquem claramente que um conteúdo foi sintetizado por IA. O executivo classificou a iniciativa como “a tarefa mais urgente” da indústria tecnológica atualmente.

    Já passamos há anos do ponto em que as versões ficaram mais “importantes” para o público que os fatos, e falhamos miseravelmente no combate a isso, com consequências desastrosas. Nesse ano, com mais de 2 bilhões de pessoas votando em 58 países, o desafio de todos passa a ser não apenas resgatar o valor da verdade, como também serem capazes de identificá-la.

    Mas como separar o joio do trigo, quando ficam tão parecidos? Dou algumas dicas nesse episódio.

    E você, como faz?

    • 8 min
    Seus posts viram comida para a IA

    Seus posts viram comida para a IA

    Pílula de cultura digital para começarmos bem a semana 😊
    Cuidado: tudo que você postar pode ser usado contra você e a favor da IA.

    Não é novidade que o que publicamos nas redes sociais é usado para criarem perfis detalhados sobre nós para que seus anunciantes nos vendam todo tipo de quinquilharia. Também é conhecido que nossas informações são usadas para “aprimorar” essas plataformas. E que muitas delas fazem menos do que poderiam e deveriam para nos proteger contra desinformação e diferentes assédios. Mas o que é novidade é que agora essas companhias usam nossas informações pessoais para treinar seus nascentes serviços de inteligência artificial, abrindo uma nova potencial violação de privacidade.

    Essas empresas transitam nas ambiguidades de seus termos de serviço e posicionamentos públicos. Por exemplo, no dia 31, os CEOs das redes sociais mais usadas por crianças e adolescentes foram interpelados no Comitê Judiciário do Senado americano, sobre suas ações para proteger os jovens. O mais questionado foi Mark Zuckerberg, CEO da Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp). Diante da pressão, ele se levantou e se desculpou ao público nas galerias.

    Ali estavam pais e mães de crianças que morreram por problemas derivados de abusos nas redes sociais. Menos de uma semana depois, o mesmo Zuckerberg disse, durante uma transmissão sobre os resultados financeiros anuais da Meta, que sua empresa está usando todas as publicações de seus usuários (inclusive de crianças) para treinar suas plataformas de IA.

    O mercado adorou: suas ações dispararam 21% com os resultados! E essa infinidade de dados pessoais é mesmo uma mina de ouro! Mas e se eu, que sou o proprietário das minhas ideias (por mais que sejam públicas), quiser que a Meta não as use para treinar sua IA, poderei continuar usando seus produtos?

    É inevitável pensar que não temos mais privacidade e até propriedade sobre nossas informações. E as empresas podem se apropriar delas para criar produtos e faturar bilhões de dólares.

    É isso mesmo? Como nos proteger? Falo sobre isso nesse episódio.

    #redessociais #inteligênciaartificial #dados #informação #privacidade #Meta #MarkZuckerberg #saúdemental #PauloSilvestre

    • 9 min

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