Poema de Domingo Luiz Fernando Rodrigues
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- Sociedade e cultura
Sou Luiz Fernando Rodrigues, formado em Marketing e especialista em gestão escolar.
Amo educação e amo poesia.
Em tempos de isolamento social, a internet passou a ser uma importante aliada. Poemas sempre fizeram parte do nosso dia a dia. Pensando nisso, decidi compartilhar toda semana, sempre aos domingos, um poema para amenizar esse sofrimento deste tempo.
Espero que goste... e compartilhe esse afago.
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Viva a diversidade!
“Enquanto isso, não nos custa insistir
Na questão do desejo, não deixar se extinguir
Desafiando de vez a noção
Na qual se crê que o inferno é aqui
Existirá
E toda raça então experimentará
Para todo mal, a cura”
Quando Lulu Santos lançou “A cura”, em 1988, o motivo era a epidemia da Aids, e versos como “Enquanto isso, não nos custa insistir/ Na questão do desejo, não deixar se extinguir” miravam em como aquela doença desconhecida e mortal, pejorativamente chamada de “câncer gay”, botava em risco o toque, a libido. Hoje sabemos que o câncer a ser curado é o preconceito! -
Mamãe
“Estou aqui, estou aqui, fiquei aqui
Você não está, você não está, não está mais
Eu quero te ver, quero te ver, para te ver
É preciso sonhar.
E a partir desse dia, desse dia em diante
Minha alegria se transformou
Minha família aumentou bastante
Sou pai de cinco filhos
Mas um filho-pai apenas, criança sou
Uma criança sou”
A música 'Conta', de Nando Reis, é uma expressão profunda e emocional sobre a perda e o luto, especificamente a dor causada pela morte de sua mãe. Através de uma letra carregada de sentimentos e questionamentos, Nando Reis compartilha o impacto devastador que esse evento teve em sua vida, marcando uma ruptura com o que ele era antes dessa perda. -
Viva a classe trabalhadora!
“Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça, desgraça que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair
Deus lhe pague
Pela mulher carpinteira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague”
Construção - Chico Buarque -
Alberto de Oliveira
SONHANDO - Chiquinha Gonzaga
Composição de 1879, foi publicada por Artur Napoleão e Cia. em 1881 na série Coleção de Tangos e Habaneras para Piano. Na opinião de Mariza Lira, primeira biógrafa de Chiquinha Gonzaga, esta era uma das habaneras mais fervorosas da compositora. Relata Lira que, num baile da época, esta habanera provocou vertigens em algumas moças e uma delas sentiu-se presa de crise histérica. Sonhando teve gravação pelo Grupo Chiquinha Gonzaga, formado por Antonio Maria Passos (flauta), Arthur Nascimento, o Tute (violão) e Nelson dos Santos Alves (cavaquinho), em disco Odeon, em 1914; e por Clara Sverner (piano) em 1980. Foi escrita para saxofone alto, publicada na série de choros 3, em 1932, e também para piano e pequena orquestra: flauta, violino, clarinete, violoncelo, contrabaixo. -
10 anos sem García Marquez
As letras de vallenato eram compostas por camponeses e vaqueiros analfabetos, que encarnavam a visão de mundo popular. Eles inspiraram a obra de García Márquez tanto quanto as histórias contadas por seus avós, com suas hipérboles e sua visão de mundo que borra os limites entre o real e o imaginário, segundo o crítico e professor colombiano Ariel Castillo Mier.
Um dos maiores compositores do país, Rafael Escalona, grande amigo de Gabo, virou personagem de “Cem anos de solidão”
“Recuerdo que Jaime Molina
Cuando estaba borracho ponía esta condición
Recuerdo que Jaime Molina
Cuando estaba borracho ponía esta condición
Que, si yo moría primero él me hacía un retrato
O, si él se moría primero le sacara un son”
Rafael Escalona - Jaime Molina -
Raul Pompeia
“A paixão veio incendiar
Matar a dor
Guia nas paredes guia nos porões
Rubra flor que cresceu nos ares
Para derrubar os muros
Cantar a vida
Sonhar o mundo
Abrir os corações”
O Ateneu - Milton Nascimento