Uma Semente Pra. Karla Pereira

“O teu servo venceu o leão e o urso, e assim será com este incircunciso filisteu, como se fosse um deles, pois desafiou os exércitos do Deus vivo!”(ISm 17:36)



São as experiências do pasto que te prepararão para assumir o palácio. Primeiro leões, depois ursos e o natural é que a luta fique mais intensa. O que você não sabe é que os gigantes também virão, mas quem tem histórico no secreto vive as promessas do palácio. O secreto te prepara para os lugares de influência. O pasto te habilita para os lugares de excelência. Davi não se apoiou no óleo. Ele não disse eu fui ungido ao lutar com o gigante, até porque a unção que ele recebeu foi de rei, não foi de guerreiro. Mas ele entendeu que o leão era um instrumento necessário para forjar seu caráter e fazer dele um valente. O leão o treinou para o urso, o urso para o gigante e o gigante para Saul. Por isso que Tiago 1:2-4 diz: “Meus irmãos, sintam-se felizes quando passarem por todo tipo de aflições. Pois vocês sabem que, quando a sua fé vence essas provações, ela produz perseverança. Que essa perseverança seja perfeita a fim de que vocês sejam maduros e corretos, não falhando em nada!” Deus primeiro te esconde para depois te lançar. Te prepara pra depois te estabelecer. Só alcança palácio quem tem o histórico do pasto. Só toca coroa quem dedilhou primeiro a harpa. Antes de você derrotar inimigos públicos será necessário derrotar inimigos pessoais. Lutas que serão só você e o leão, só você e seu urso. O que você não domina, te governa. Lute suas guerras, mas saiba que se intensificarem as batalhas, elas não virão para te matar, mas serão meios que te farão governar. O que te desafia, te promove.

“E levou consigo a Pedro, Tiago e João, e começou a sentir grande temor e profunda angústia. “( Mc 14:33)



Relacionamentos carregam influências. Todos nós somos movidos por reinos espirituais e a forma como nos posicionamos diante deles confirma a essência que manifestamos. Muitos afirmam que você é a média das cinco pessoas que estão próximas a sua rotina. Se isso é verdadeiro eu não sei, mas Pedro andava com Tiago, andava com João e Jesus andava com os três. Homens de propósito caminham por aliança e não por conexões. Por afinidades e não por necessidades. A Palavra nos ensina que é necessário ter relacionamento de paz com todos e Jesus interagia com a multidão, mas o sentar à mesa era com os doze, para compartilhar milagres com os três e para revelar segredos com apenas um. Seus milagres e segredos só podem ser divididos com pessoas que contribuirão para o crescimento do seu propósito, que protegerão sua integridade e te ensinarão a alcançar promessas. Homens de propósito carregam respostas e destravam nosso destino. Ande com Pedros e você saberá o que é andar sobre as águas. Com João, e você descobrirá o poder do amor. Com Tiagos, e você será chamado Filho do Trovão. Não é sobre eleição. É sobre comunhão. Não é sobre eleger, e sim corresponder. Caminhe com quem te faz gerar e os céus não limitarão o número de promessas que você irá tocar, nem o número de milagres que você irá celebrar.

“Depois voltou para seus discípulos e, encontrando-os dormindo, perguntou a Pedro: Nem ao menos uma hora pudestes vigiar comigo? ( Mt 26:40)



O Espírito Santo é uma pessoa. A falta de relacionamento com Ele causa angústia, irritação e um peso se instala em nossa rotina. É incrível que em questão de horas tudo fica mais difícil. Coração fica apertado e uma sensação de sufocamento espreme a alma. É Ele que me faz sorrir. É o seu abraço que me tira o medo. Essa madrugada eu dizia: “Espírito Santo, eu não posso ficar sem ouvir a sua voz. Meu coração fica desarticulado sem te sentir. E eu repetia… não posso ficar sem ouvir a sua voz! E senti Ele responder : “ eu também não. Também não posso ficar sem ouvir a sua. “ Ahh….o choro foi instantâneo. E em meu coração Ele dizia: “ Filha, assim como você se desespera quando não me ouve, meu coração também aperta quando não te escuto. Quando te procuro e não te acho, te espero e você não vem!” Não é fácil permanecer num propósito. Só consegue colocar lenha todos os dias no altar quem se tornou viciado por Ele. Quem se move por convicção e não por conveniência. Pelo cansaço, não consegui acordar algumas noites e o Senhor falava: “…. então quando estiver cansada eu não vou ter você?” Eu pude entender que Ele também sofre por desejar me ouvir, por desejar o som do meu coração e não ter. Ele espera eu me levantar para me dar colo, descanso, e eu não chego. O Espírito Santo me deseja muito mais que eu O desejo. Quem ama, se aproxima. Sua dor é a minha ausência. Ele nos espera. Então, levante sua voz para O amar, e até que seus olhos se fechem, pela presença Dele, valerá renunciar

“Desci ao jardim das nogueiras, para ver os renovos do vale, para ver se floresciam as vides e se as romanzeiras estavam em flor.”( Ct 6:11)



O jardim das nogueiras ou jardim das amendoeiras eram o mesmo jardim. Nogueiras porque frutificavam nozes, amêndoas, e era nesse ambiente que Salomão se encontrava com sua sulamita. Nogueiras falam de unção, de óleo que hidrata, que cura, que perfuma. A intimidade no jardim faz nascer o caráter da fidelidade. A vara de Arão floresceu, brotou e frutificou amêndoas em seguida ( Nm 17:8). Era uma vara de amendoeira, mas estava seca, sem vida, porém a fidelidade do Amado fez nascer sobre uma estrutura desacreditada a beleza de poder manifestar sua essência outra vez. Como eu desejo permanecer nesse lugar!!! A fidelidade de Jesus faz o que está morto em mim brotar. Suas promessas reagem sobre minha morte e minha essência revive diante do seu caráter . Uma vara saudável não conseguiria florescer, brotar e frutificar numa mesma noite, muito menos uma vara morta. Mas com a vara de Arão foi assim. Isso fala de pressa, de aceleração. Promessas não se prendem a etapas e frutos não se prendem a processos. Quando é dada a ordem para frutificar, vara morta gera. O céu tem pressa de sarar sua noiva para que suas sementes produzam óleo outra vez. É dentro da arca que seus brotos serão como renovo e seus frutos permanecerão. As flores de uma amendoeira eram de um branco puríssimo rosado, e elas eram tomadas como antídoto contra mordeduras de serpentes. Serpentes não contaminam quem produz óleo. Não matam quem floresce no Espirito. Não adoecem quem está guardado na Presença. Encontre com Jesus nesse jardim, produza óleo outra vez e o veneno do inferno será anulado pelo poder de suas sementes.

“Tirando uma pedra de seu alforje, arremessou-a com a atiradeira e atingiu o filisteu na testa, de tal modo que ela ficou encravada, e ele caiu, dando com o rosto no chão.”(1Sm 17: 49)



A guerra expõe as armas improváveis do secreto. Os armamentos gerados na intimidade serão as mesmas ferramentas em combate. O que é comum se torna ofensivo no ataque. Era uma funda nas mãos de Davi , mas na hora do embate uma simples pedra adquiriu a força de um projétil. Não é sobre a eficiência da arma, mas sim sobre o fogo que a forjou. É o fogo que intensifica a resiliência da espada, da lança e do armamento mais simples . O que te defende não é a estrutura, e sim o fogo que te aferiu no secreto. A visitação da presença sobre os teus dias movimenta tuas guerras. Inimigos não são vencidos com pedras; são vencidos pelo Espirito. Eles não cairão pela funda que você carrega, mas cairão pela unção que te empodera. Armas farão você avançar; mas unção te fará possuir. Quem está mergulhado no Espirito não enxerga gigantes, enxerga oportunidades de governo. Não enxerga condições desfavoráveis, enxerga milagres. Não se aflige com as ameaças, mas avança pela Verdade. O céu ministra o comando daqueles que priorizam a intimidade com o Pai, e foi por isso que Davi se tornou gigante e o gigante se tornou pequeno. Para vencer no campo de batalha não olhe para sua altura, olhe para sua cobertura. Quem é coberto pela unção carrega a Pedra do Secreto, e esta é suficiente para fazer qualquer inimigo cair à sua porta.

“Ao se aproximar da porta da cidade, estava saindo o enterro do filho único de uma viúva; e uma grande multidão da cidade estava com ela.”(Lc 7:12)



As ruas de Naim eram tão frias. Poucos amigos me acompanhavam. Eu carregava meus sonhos em um caixão. Estavam ali, sem vida, sem reação e completamente lacrados. Tudo que eu esperava, tudo que eu havia imaginado quando criança se contrastavam com a minha realidade. Eu imaginava celebrar um diploma, uma família, conquistas, mas carregava naquele esquife só meu luto e minhas perdas. Meu coração esperava viver algo novo, eu não havia desistido de encontrar a verdadeira vida, mas a dor insistia em me lembrar o que estava morto. O que eu não sabia é que realidades não estabelecem destinos. O caixão que eu carregava não era a marca do meu luto; era a marca do meu milagre. Não era o fim, mas sim o meio do céu me encontrar. A direção que eu seguia com o cortejo do meu filho parecia um caminho de dor, mas na verdade, era o mesmo caminho que a Vida caminhava. Jesus estava vindo ao meu encontro, e a cada passo a minha morte se conectava à sua eternidade. A essência do Filho não enterra, ressuscita. Ele encontrou meu caixão, tocou minha morte e sua voz ressuscitou minha sorte. “Levante-se!!“A ordem foi dada e o que estava lacrado, preso, deixou de ser sem forma e vazio. O céu sempre ativará a terra. Uma ordem do Trono movimenta o que a morte paralisou. Antes, um esquife. Hoje, uma nova história. Minha dor se tornou meu milagre e um caminho chamado Naim, um memorial para mim.