Elizangela Elizangela Alves

Sempre gostei, quase que por destino humano, de nomear as coisas, mas é tamanha a minha dificuldade de dar sentido para aquilo que nasce dentro de mim. Assim, já que raramente sei o que sinto, com frequência, invento meus sentimentos só para ter a sensação de que compreendo. Só que às vezes, esse algo que nasce dentro de mim exige que seja levado a sério, e, hoje, por puro descuido, questionei os meus sentimentos, com a ingênua intenção de conseguir nomeá-los, mas a pergunta que eu me fazia repetidas vezes voltava e não trazia com ela respostas. Até que, inevitavelmente, cheguei a terrível conclusão de que o sentimento é uma pergunta: o que sinto?

Quando vier a Primavera,

Se eu já estiver morto,

As flores florirão da mesma maneira

E as árvores......