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"Podcast da Semana" e episódios especiais em áudio da Gama Revista.

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"Podcast da Semana" e episódios especiais em áudio da Gama Revista.

    Felipe Fortes: "O abuso de telas é o grande tema da parentalidade contemporânea"

    Felipe Fortes: "O abuso de telas é o grande tema da parentalidade contemporânea"

    A vida digital dos adolescentes virou um assunto emergencial. Isso porque problemas de saúde mental como ansiedade e depressão estão cada vez mais comuns e presentes nas vidas dos jovens e são vistos por muitos especialistas como efeitos do uso do celular. O médico hebiatra, especialidade focada em adolescentes, Felipe Fortes afirma ao Podcast da Semana que vê esse como o grande desafio da parentalidade contemporânea.

    “Telas é algo muito recente e esse é um dos grandes problemas também. Temos que trocar o pneu do carro com ele andando e principalmente depois do momento pandêmico. Fomos obrigados, para poder sobreviver, a mergulhar de cabeça dentro do mundo conectado”, disse em entrevista a Gama. “Demos o doce na boca da criança e agora temos que tirar. (…) E esse tem que ser um esforço coletivo, precisamos estar juntos enquanto sociedade: o poder público, escolas, ciência, big techs”, afirma o hebiatra.

    Fortes, que há 22 anos se especializou na saúde do adolescente na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, hoje faz parte do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente da instituição e atende adolescentes em consultórios no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, além de fazer vídeos para conscientizar pais e jovens sobre saúde física e mental nessa fase da vida. Em suas duas décadas como hebiatra, ele diz notar uma diferença no jeito que o adolescente se porta, hoje com muito mais dificuldade para se expressar e entender o que está acontecendo com ele mesmo, quase como se o raciocínio tivesse dificuldade de seguir.

    Neste episódio, o entrevistado aponta caminhos e fala da importância de se aproximar dos filhos. Ele fala da importância de regular o uso do celular e das redes sociais pelos jovens e dá dicas de como fazê-lo.

    Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

    • 39 min
    Renata Silveira: “A pessoa nunca ouviu uma narração sua, mas só porque é mulher fala mal e abaixa o volume”

    Renata Silveira: “A pessoa nunca ouviu uma narração sua, mas só porque é mulher fala mal e abaixa o volume”

    Durante 40 anos, as mulheres não podiam jogar futebol, a prática foi proibida por um decreto assinado pelo então presidente Getúlio Vargas, em 1941. Se ser jogadora profissional era algo impensável, a carreira de narradora de futebol em uma grande emissora era algo impossível de acontecer.



    Só em 2022, o Brasil presenciou a primeira mulher a narrar um jogo de futebol de Copa do Mundo na TV aberta. Era Renata Silveira, 34, entrevistada deste episódio do Podcast da Semana.



    Ela, que irá narrar os jogos das Olimpíadas de Paris, não cobre apenas futebol, mas definitivamente é quando Silveira grita "gooool" que sua voz parece incomodar os ouvidos de quem não está acostumado com uma mulher ocupando esse posto.



    Principalmente nas redes, a narradora precisa lidar com xingamentos e comentários maldosos que debocham de seu trabalho. "Às vezes, a pessoa nunca nem ouviu uma transmissão minha, nunca acompanhou um jogo, mas se é uma mulher que está narrando o cara troca de canal, fala mal, abaixa o volume", diz a Gama.



    Ja seu filho, Bernardo, de dez anos, joga bola com amigas e amigos da escola e não vê problema em ter uma mãe trabalhando nessa área. Pelo contrário. "Para ele e para a geração dos amigos, é normal menina jogar bola, eles jogam com as meninas da turma dele no recreio da escola", diz a Gama.



    Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

    • 26 min
    Tatiana Roque: "O governo está emparedado, com restrições, mas a comunidade científica está precisando de alguns gestos a mais"

    Tatiana Roque: "O governo está emparedado, com restrições, mas a comunidade científica está precisando de alguns gestos a mais"

    A ciência no Brasil vive um momento desafiador. Além do negacionismo, que se revelou especialmente durante a pandemia da covid-19, a carreira de cientista enfrenta uma crise marcada por restrições orçamentárias e falta de estímulo à essa comunidade. O que, como consequência, compromete o seu avanço em diferentes frentes e também o desenvolvimento do país.

    Neste episódio do Podcast da Semana, Tatiana Roque, professora titular do Instituto de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-secretária de Ciencia e Tecnologia da cidade do Rio de Janeiro trata desse momento.

    A convidada é autora de "História da Matemática: uma visão crítica, desfazendo mitos e lendas" (Zahar, 2012), que foi um dos vencedores do Prêmio Jabuti 2013; e de "O Dia em que Voltamos de Marte: As relações entre ciência e política em quatro séculos de história" (Crítica, 2021), que foi finalista do Prêmio Jabuti 2022.

    Na conversa com Gama, Roque fala dos desafios da ciência hoje e também das possibilidades de transformação da sociedade por meio da pesquisa e da tecnologia. "A ciência e a tecnologia tem um papel estratégico para um projeto de desenvolvimento do país", diz.

    A professora também trata das críticas ao programa do Governo Federal apresentado recentemente e que pretende repatriar pesquisadores brasileiros que vivem e trabalham em outros países, uma resposta a chamada "fuga de cérebros", relacionada a falta de oportunidades e investimento em ciência do país. A maioria das críticas parte de profissionais da área e está relacionada ao fato desse programa não colaborar diretamente para melhorar os problemas que a pesquisa enfrenta hoje.

    "Entendo perfeitamente todas as restrições, o governo está muito emparedado, tem uma série de restrições do Congresso, tem o arcabouço fiscal, mas eu acho que a gente está precisando de alguns gestos a mais para a comunidade científica, para as universidades", diz a Gama.

    Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

    • 32 min
    Ana Lima Cecilio: "É um momento muito rico para a poesia, eu consigo ver uma geração de poetas"

    Ana Lima Cecilio: "É um momento muito rico para a poesia, eu consigo ver uma geração de poetas"

    A curadora da 22ª edição da Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty, Ana Lima Cecilio tem 20 anos de experiência no mercado editorial de ponta a ponta, de editora a livreira. Foi ela, por exemplo, quem trouxe a tetralogia italiana de Elena Ferrante ao Brasil, editou obras importantes de Balzac e selecionou os títulos a serem lidos pelos clubes de livros mais pops dos últimos tempos.

    Mas, acima de tudo, Cecilio sempre foi uma grande leitora. Ainda muito pequena, na infância, descobriu o mundo dos livros ao ver os pais, médicos, usarem qualquer tempinho de folga para mergulhar na leitura. E foi assim, em casa, aos 11 anos, que se encantou de vez e totalmente pela poesia. Ela conta essa história na edição do Podcast da Semana desta semana em que o assunto é poesia.

    "Eu tinha uns 11 anos, foi mais ou menos quando Leminski morreu, e eu me apaixonei de um jeito louco ao entender essa facilidade da poesia. A gente tem um preconceito de achar que a poesia são as redondilhas, os sonetos e aquela ordem trocada, que é difícil entender poesia, mas depois do modernismo brasileiro — e principalmente depois que você passa por essa geração da poesia marginal — a poesia é um estalo. A rima só vem confirmar uma coisa que você já estava vendo", afirma na conversa.

    Conhecedora profunda da obra da Hilda Hilst, ela mostra entusiasmo pela poesia feita no Brasil hoje. "É um momento muito rico, eu consigo ver uma geração de poetas", afirma e cita nomes como Ana Martins Marques, Marília Garcia, Bruna Mitrano, Fabiano Calixto e Rodrigo Lobo Damasceno. Segundo a curadora, essa geração tem em comum uma visão para o cotidiano mas também consegue falar de grandes temas políticos.

    Na entrevista, Cecilio fala ainda sobre a relação da poesia brasileira com a MPB, "Quando alguém fala para mim que não gosta de poesia, eu pergunto você não ouve Chico, Caetano?", diz —, sobre a ponte que pode fazer com o humor, e sobre como é uma boa porta de entrada para a literatura. "As pessoas têm um preconceito com poesia, é mais inalcançável que é muito difícil, mas ela é um bom começo para quem quer ler e não sabe por onde começar", afirma. "Procure esse poetas contemporâneos, são pessoas que vão te dar a mão."

    Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

    • 40 min
    Jerá Guarani: "Tem Guarani muito seguro de que tem que viver todos os dias como se fosse o último, com um agradecimento"

    Jerá Guarani: "Tem Guarani muito seguro de que tem que viver todos os dias como se fosse o último, com um agradecimento"

    Quando Jerá Guarani tinha onze anos ela não falava o português. Mas sua mãe a mandou para uma escola para que ela pudesse aprender se comunicar com as pessoas de fora da aldeia, com os não indígenas. Foi aí que começou uma trajetória que envolve uma relação também com os juruá -- os brancos, em Guarani -- além de seu povo. Por saber falar mais o português, ela se torna uma mediadora entre essas duas realidades. "Nasce também a necessidade de falar, de divulgar a cultura Guarani, as culturas indígenas e o modo de vida, [dizer] que é absolutamente possível, normal, saudável e necessário viver junto dentro da natureza", diz ao Podcast da Semana, da Gama.

    Após ter se formado pedagoga pela Universidade de São Paulo (Usp), e trabalhado como professora e diretora da Escola Estadual Indígena Gwyra Pepó, Jerá voltou seus esforços especialmente para a sua aldeia. Aos 42 anos, ela se tornou uma liderança que tem uma presença importante na defesa dos direitos e da cultura de seu povo. Mas é especialmente uma voz ativa na sua aldeia, que fica na Terra Indígena Tenondé Porã, no extremo sul de São Paulo.

    Esse trabalho inclui, por exemplo, a recuperação do trato com a terra e da alimentação tradicional. Jerá e membros de sua aldeira viajaram para diferentes partes da Argentina, Brasil e por outras aldeias Guarani para buscar sementes tradicionais e retomar essa relação com o que vem da terra. "O alimento tem que alimentar seu corpo e fortalecer o seu espírito, consequentemente vai trazer várias outras coisas boas para você. Como ser inteligente, ser generoso, ter capacidade para saber lidar em situações adversas. Comida com veneno, comida ruim, não vai fazer isso com com as pessoas", diz.

    Ela também participou da implementação de uma liderança mais coletiva e feminina, o que, como afirma, melhorou significativamente a vida de mulheres e crianças e trouxe mais harmonia à aldeia. Em breve, Jerá deve lançar um livro pela editora Jorge Zahar.

    Na conversa com Gama, a liderança fala de sua trajetória e dos valores e da cultura do seu povo.

    Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

    • 34 min
    André Alves: "É a insatisfação que nos move"

    André Alves: "É a insatisfação que nos move"

    Estar satisfeito com a vida, com o trabalho, com os relacionamentos é privilégio de poucos. Até porque, hoje é possível passar o dia se comparando com outras pessoas, rolar o feed do Instagram e do Tik Tok e achar que a vida, o corpo, a família do outro é mais interessante do que a nossa realidade.

    Quando nos comparamos fica difícil encontrar a satisfação. Mas será que existe essa possibilidade? O psicanalista André Alves, entrevistado do novo episódio do Podcast da Semana acha que não. Pra ele, ninguém está 100% bem. "A satisfação e a insatisfação fazem parte de um jogo que é travado dentro de nós todos os dias", diz a Gama.

    Alves é psicanalista, pesquisador e cofundador do Floatvibes — um instituto que faz pesquisa comportamental e cultural. É também coapresentador do "Vibes em Análise", podcast que faz uso da psicanálise para trazer reflexões sobre o estado atual do mundo, sobre os temas do nosso tempo. E também é coautor do livro "Vibes em Análise: psicanálise para escutar as vibrações da cultura contemporânea" (Editora Nacional, 2023).

    Na conversa com Gama, o psicanalista trata do sentimento de satisfação em diferentes frentes da vida e discute até que ponto é saudável tê-lo como objetivo. "É a insatisfação que nos move. Atender questões que são colocadas dentro de nós ou que brotam dentro de nós é um dos desafios que a gente tem na vida", diz.

    Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

    • 33 min

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