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Vitória da extrema-direita em França põe em “risco projecto europeu”
Milhares de franceses saíram às ruas, no último fim-de-semana, para se manifestarem contra a extrema-direita. Ontem, foi o primeiro dia de campanha destas eleições legislativas antecipadas, que o presidente Emmanuel Macron convocou para 30 de Junho e 7 de Julho.
Macron dissolveu a Assembleia Nacional, depois de uma estrondosa derrota nas europeias, com o argumento de que “chegou a altura de clarificação”. As sondagens atribuem ao partido de Marine Le Pen uma diferença de três pontos face à frente popular, que reúne as forças políticas de esquerda. O que parece mais provável é que a extrema-direita saia vitoriosa e que a esquerda fique em segundo lugar.
Neste cenário, o partido de Macron fica numa posição delicada e a direita republicana ameaçada de extinção. A direita tradicional, herdeira de Charles de Gaulle e de Jaques Chirac, tornou-se num apêndice ideológico da extrema-direita e uma parte dela revê-se até nas posições ao centro do partido presidencial.
Neste episódio do P24, Álvaro Vasconcelos, Fundador do Fórum Demos, considera que os franceses não votariam na extrema-direita se o “fundamental não fosse a questão do poder de compra e o debate completamente podre sobre a identidade”. C0m o resultado das europeias, e caso Le Pen vença em França, Álvaro Vasconcelos afirma que o “projecto europeu está em risco”.
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Rio Grande do Sul: e ainda há quem negue as alterações climáticas?
A gravidade das inundações no Rio Grande do Sul, no Brasil, tem uma explicação óbvia: as alterações climáticas, amplificadas pelo padrão El Niño.
Uma equipa de cientistas do grupo World Weather Attribution confirma que as emissões de gases com efeito de estufa duplicaram a probabilidade de as inundações terem ocorrido. Não é possível ignorá-lo.
O que é preciso é prevenir que fenómenos como este tenham consequências tão trágicas. Melhorar a absorção de água pelos solos, evitar a impermeabilização excessiva do território ou travar a construção junto aos rios podem, por exemplo, ser algumas das soluções.
Mas, no Rio Grande do Sul, com o nível das águas a descer, este é o momento da limpeza, da reconstrução e do início do regresso a casa, ao que resta das casas e da região.
Os problemas são vários: aumentaram os casos de leptospirose, uma doença transmitida pela urina de animais infectados, a população atingida sofre com quadros de trauma, ansiedade e depressão e a desigualdade social também se extremou.
Andreia Azevedo Soares, jornalista do Azul, site do PÚBLICO dedicado à crise climática, ajuda-nos a perceber o antes, o durante e o depois das inundações do Rio Grande do Sul.
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Gaza. “Nunca me esquecerei das crianças vivas, mas mortas por dentro”, diz Jorge Moreira da Silva
A ajuda humanitária não chega a quem mais precisa em Gaza. Há 19 mil crianças órfãs, 50 mil crianças desnutridas e um milhão de pessoas em situação de fome. Como era previsível, a situação deteriorou-se com os ataques a Rafah, no sul do enclave.
A guerra tem impossibilitado as agências das Nações Unidas, e outras organizações humanitárias, de prestarem auxílio à população civil. 250 instalações, escolas e outras instalações da agência das Nações Unidas para os Refugiados na Palestina foram atacadas e já morreram mais de 200 funcionários. É uma circunstância inédita: trabalhar nas Nações Unidas ou em agências humanitárias já não é uma garantia de protecção.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução a apoiar a proposta dos EUA para pôr fim aos combates entre Israel e o Hamas . Para Jorge Moreira da Silva, subsecretário-geral das Nações Unidas e director executivo dos serviços de projectos da agência, a solução passa, não só por um cessar-fogo, mas também pelo regresso a uma solução de dois Estados. “Israel tem direito à sua segurança, mas a Palestina também tem direito a ser um Estado”.
Neste episódio, Jorge Moreira da Silva partilha com os ouvintes do P24 as imagens que não consegue esquecer dos dias que passou em Rafah.
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Euro 2024: vamos ter surpresas a meio-campo e somos favoritos
A selecção portuguesa apurou-se para este europeu com toda a tranquilidade, evitando o desespero de outros apuramentos, mas teve um comportamento mais inconstante nos jogos de preparação, que servem para que os treinadores experimentem outras soluções. O que não deveria ser um drama. Mas é, às vezes.
O que acontece quando falamos da selecção nacional de futebol é que oscilamos sempre entre a confiança e a desconfiança total. Não há meio-termo. A vitória sobre a Irlanda pode contribuir para restaurar essa confiança, que o mínimo desaire corrói.
O europeu que começa amanhã na Alemanha deverá ser o último de Cristiano Ronaldo e aquele em que Bruno Fernandes e Bernardo Silva serão as principais estrelas da selecção.
Todavia, nesta equipa de talento único é bem possível que outros jogadores se destaquem de forma evidente. Quem? Só lhe posso dizer que eles estarão no meio-campo.
Para saber mais, ouça este episódio do P24. Nuno Sousa, editor do Desporto do Público, faz os seus prognósticos na altura certa e garante que Portugal é um dos candidatos à vitória nesta competição.
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Só não há cessar-fogo em Gaza se Israel não quiser
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou a proposta dos EUA para um acordo de cessar-fogo em Gaza. A Rússia absteve-se na votação e 14 dos 15 membros do conselho votaram a favor.
O Hamas reagiu a esta votação, afirmando estar disponível para colaborar como os mediadores na aplicação deste plano de cessar-fogo, mas Israel ainda não se pronunciou.
Este plano tem três fases e pressupõe o cessar-fogo permanente em Gaza, a retirada total das tropas israelitas, a troca de prisioneiros e, claro está, a entrega dos reféns nas mãos do grupo terrorista.
Os EUA tentam com este plano pressionar o primeiro-ministro israelita a terminar a ofensiva e a aceitar um cessar-fogo. Mas os aliados mais radicais de Benjamin Netanyahu ameaçam fazer cair o governo caso este aceite o acordo de paz.
Esta será a última tentativa de Joe Biden de colocar sobre Benjamin Netanyahu o ônus da aceitação ou não do plano, o que obviamente aumenta a pressão da opinião pública. Caso Netanyahu o recuse, fica claro que quem não quer um cessar-fogo é o primeiro-ministro de Israel.
É isto e muito mais o que nos explica Joana Ricarte, especialista em Médio Oriente, professora e investigadora na Universidade de Coimbra.
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Que geometrias políticas saem das eleições, em Portugal e na Europa?
"O PS é a primeira força política em Portugal!" Pedro Nuno Santos reagiu assim à vitória deste domingo, por curta margem, nas eleições europeias. Os socialistas ficaram à frente na votação, com 32,10% - uma diferença de quase um ponto percentual para o segundo classificado, a Aliança Democrática (31,12%). Ainda assim, o secretário-geral do PS afirmou que "não será pelo PS que haverá instabilidade política".
Já Luís Montenegro considerou que o resultado da Aliança Democrática, ainda que não tenha chegado ao objectivo traçado, dá "muito, mas mesmo muito alento" à coligação para continuar "a caminhada que nos trouxe até aqui".
O Chega cai a pique em relação às últimas eleições, Iniciativa Liberal sobe e fica quase empatada com a terceira força política. À esquerda, Bloco de esquerda e CDU conseguem eleger um deputado cada. Livre e PAN ficam à porta do Parlamento Europeu.
Em Bruxelas, a esperada subida da direita radical aconteceu, mas com menos peso do que o esperado.
Como se medem agora os equilíbrios de forças, no Parlamento Europeu, mas também na política portuguesa?
Neste P24, ouvimos David Santiago, editor de política do PÚBLICO, e também Rita Siza, correspondente em Bruxelas.
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