O ANTI RODOVIARISTA Sidney Araujo Ferreira

Iniciada nas eras da invenção da roda, às trocas comerciais entre pólis gregas, passando pela pulsante rota da seda, até chegar nas eras industriais modernas, onde o conceito de mobilidade urbana se reinventou, com a chegada de trens, bondes elétricos, navios à vapor, e sua decadência, com os planos rodoviaristas brasileiros da segunda metade do século XX. 

Historicamente pode-se afirmar que a mobilidade urbana sempre foi importante para a vida humana desde o surgimento das cidades mais primitivas. É evidente que sua crise, ou seja, o surgimento do caos e desordem na mobilidade urbana no Brasil podem ser facilmente atribuídas à uma corrente relacionada ao movimento modernista de 1950-60, que influenciando o governo brasileiro, o fez apostar tudo nas rodovias, como a forma de transporte do futuro. Como exemplo, pode-se citar o abandono das principais ferrovias históricas do Brasil, como o projeto total da Belém-Bragança no Pará, a Madeira-Mamoré em Rondônia, que tinha em sua proposição de projeto cruzar e integrar norte à sul da América Latina.

Logicamente, a causa do atraso problemático da mobilidade urbana no Brasil tem muito mais haver com a falta de diversificação de meios. Nesse episódio, você verá o quanto pagamos historicamente por essas escolhas anteriores e como poderemos resolver um dos principais problemas de infraestrutura da América Latina.