Weligton Souza Weligton Souza

Me sinto mal
É isso não faz bem
Necessito de aliviar esse nó da garganta
Tá difícil respirar.

Sinto uma facada nas costas
Um punhal atravessando a espinha
Meus sentimentos foram descartados
Seu caráter duvidoso entrou em cena.

Como que um ser que confiei
Que arrisco dizer que amei
Pode ignorar minhas lamentações dessa forma?
Que descaso com o próximo
Que horrível, que desprezível .

Arrependimento exacerbado
Que canalhice fizeste comigo
Será que o erro foi meu?
Por confiar demais ou até mesmo, amar demais.

Toda essa alagazara mental e emocional
Transmutam meus minutos em uma monotonia infernal
Meu consciente nos julga mas também não deixa de me culpar.

Estou farto dessa rotina
É esperada a hora que isso tudo ganhe um fim
Pois do contrário não sei o que será de mim
Em pensar que você ocasionou tudo, você tem a culpa sobre tudo, a desgraça que minha vida se tornou, teve seu dedo no meio.

Nasci de uma mulher.
Isso mesmo, de um ser humano que
Desde sua existência sofre,
Sofre simplesmente por ser quem é.

Nasci de um ser que é molestado
É molestado porque "HOMENS TEM DESEJOS"
É molestado porque "FOI SÓ UM ELOGIO"
É molestado somente por ser MULHER!

Um nó que fica preso na garganta,
O medo de ter o mesmo destino,
Medo de nascer de uma pessoa "de cor" pois meu azar duplicaria,
Tenho medo de que meu caso se torne o mais novo ESTUPRO CULPOSO!

Devo me calar?
Devo abaixar a cabeça por não ter DINHEIRO pra provar minha inocência?
Bando de machos hipócritas!

Em quem confiar?
Não posso me vestir como quero,
Não posso andar sozinha na rua,
Pela noite então, JAMAIS.

Eu cansei.
Cansei de me fingir de surda,
Cansei de ser abusada,
CANSEI DE SER CENSURADA!

Agora vão ter que me engolir!
Do crente ao ateu,
Da feminista ao conservador,
Vai defender as "mina"?
#tamojunto
Escolheu nos apedrejar?
Pode vir que tem mais gente atrás.

OH MORTE!

Eu sei que tu caminhas ao meu lado
De ti não tenho medo,
Medo tenho de partir e deixar quem amo a sofrer.
Tens o poder magnânimo de trazer a dor e o alívio, ambos no mesmo ser
Porém quando tu chegas não és bem recebida...
Te xingam, te amaldiçoam, te cospem na cara, trazem a ti toda a vilania,
Por simplesmente fazer seu trabalho.
Tua chegada as vezes inesperada,
Ceifa não só a vida, mas a vontade de viver de quem ama o ceifado.
Tua notória beleza escondida por trás desse manto negro que te cobre,
Poderia ser substituída por cetim?
Peço que quando meus lábios vieres beijar,
Seja rápida e sucinta,
E que eu adormeça de tal modo
Que nem mesmo as mais belas memórias possam se manifestar.
Porque se do pó viemos e ao pó voltaremos,
Que seja só e nada além...
Do Pó.

Não há como esquecer
Aquela primeira vez
A primeira troca de olhares
A respiração ofegante ao se encontraram.

Indescritível é a palavra,
Um frio na barriga incompreensível
As borboletas no estômago
Deram o veredito.

Tu és um ser humano incrível
E eu um mero mortal
Não sei o que enxerga em mim
E também não sei se é real.

Meu sentimento não passa
de uma grande confusão
Ou até quem sabe,
Uma verdadeira ilusão.

Sou encantado pelo teu olhar
O teu sorriso me faz suspirar
Porém minha insuficiência diante de ti
Me faz desistir de acreditar .

Não sei mais o que é dormir
Pois agora pensando em ti
Apenas sonho
Um sonho confuso, obscuro
E provavelmente, só um sonho.

Tudo é questão de tempo
Logo as borboletas irão em bora
Não sei como será
Pois ainda não organizei meu agora .

Pancrácio trás em mais uma de suas reflexões o poema "solidão" é mostra como pode ser a convivência com ela.

PANCRÁCIO NOS CONTA COMO É ESCREVER EM MAIS UMA DE SUAS PRODUÇÕES