Fabiana Gauy Fabiana Gauy

Na nossa cultura é comum o uso de estilo parental autoritário na educação onde os pais dão a ordem e os filhos obedecem. Sendo bastante comum os pais temerem que se não agirem desta forma estarão perdendo o comando e o controle nas situações de conflito. Contudo há os estudos na área infanto-juvenil têm demonstrado que tal estilo parental pode gerar comportamentos confrontadores nos filhos, desorganização emocional dos filhos e pais, e relação de dependência por parte dos filhos.

Bom, aí você se pergunta: Como fazer? 

Você pode fazer com que seu filho te obedeça pelo medo ou pelo respeito! Estabelecer limites/regras e consequências é inegavelmente importante e ninguém está condenado isso. Mas o respeito, a compreensão e a consistência da regra é que faz o seu filho ou filha mudar o comportamento. A dica de como fazer isso de forma mais leve é usar o lúdico, principalmente para as crianças. O uso de brincadeiras e de humor pode ser incluído inclusive para manejo de conflitos e traz leveza. Tal recurso pode tanto aumentar o cumprimento da ordem, como melhorar a qualidade da relação pais e filhos. Este é o assunto deste podcast.

O relaxamento progressivo de Jacobson adaptado para crianças 

Exercícios de meditação e de relaxamento ajudam no fortalecimento do sistema nervoso parassimpático. Dois tipos de relaxamento constam neste audio: Relaxamento Progressivo, aqui adaptado, e Relaxamento Autógeno. O relaxamento progressivo de Jacobson ajuda na discriminação do corpo tenso e relaxado, e na percepção de encurtamento da respiração na tensão muscular. Já o relaxamento autógeno emparelha comandos verbais ao relaxamento muscular, a partir do treino diário. Recomenda-se que iniciar o treinamento procure um lugar confortável e fique na posição deitada. Faça o treino diariamente, preferencialmente no mesmo horário e utilize a respiração diafragmática. Para a respiração diafragmática respire fundo, leve o ar até o diafragma, contando até 3, segure contando 3, e solte o ar devagar pela boca entreaberta, contando até 6. Para aumentar o seu autoconhecimento dê uma nota de 0-nem um pouco relaxada a 10 - muito relaxada, antes e depois do exercício.    

Você já ouviu falar de regulação emocional? A regulação das emoções está associada a estratégias que usamos para manejar e lidar com as nossas emocões. Incialmente, até os 2 anos, é caracterizada principalmente por influências extrínsecas fornecidas pelo cuidador. Após esta idade os processos intrínsecos, associados a fatores sociais, interpessoais e culturais ganham importância, tendo como cereja do bolo os avanços neurológicos, que se iniciam aos 6 anos e vão até a adolescência, como o desenvolvimento dos processos cognitivos, que são cruciais na regulação da emoção, e no domínio das funções executivas, e dos processos sociais (por exemplo, memória de trabalho, controle inibitório, pensamento abstrato, tomada de decisão e tomada de perspectiva), que favorecem a uma maior consciência e gerenciamento das emoções. Estudos na área têm demonstrado a importância da regulação emocional nos quadros psicopatológicos, no bem estar emocional, na relações interpessoais, e no sucesso acadêmico e profissional. Considerando a ansiedade uma emoção tão comum e de alto impacto em nossas vidas, fica aqui a dica para você avaliar o quanto está usando estratégias desadaptativas - evitação, supressão e ruminação; ou estratégias adaptativas - reavaliação cognitiva, solução de problemas e aceitação. Hora de refletir!!

O modelo cognitivo é a chave de toda intervenção da abordagem cogntivo-comportamental. Explicar de forma lúdica este conceito teórico para crianças muitas vezes é de grande desafio para muitos profissionais da área. Recomenda-se usar o que o paciente gosta, como jogos, livros, personagens, músicas, e linguagem apropriada a idade. Primeiro explique e aplique o modelo neste contexto mais lúdica e depois traga para realidade da criança/adolescentes.