57 episodios

Projeto documental sobre os reflexos da pandemia na cidade de São Paulo. Toda segunda, quarta e sexta-feira um paulista fala sobre o que pensa, o que sente e o que quer para o futuro.
Criado por Isabella Yoshimura.

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    • Sociedad y cultura

Projeto documental sobre os reflexos da pandemia na cidade de São Paulo. Toda segunda, quarta e sexta-feira um paulista fala sobre o que pensa, o que sente e o que quer para o futuro.
Criado por Isabella Yoshimura.

    #056: "Eu acho que é muito importante a gente ter mais essa dimensão do ser humano"

    #056: "Eu acho que é muito importante a gente ter mais essa dimensão do ser humano"

    "Acho que quando você conversa com pessoas que estão se preocupando com o que tá acontecendo, estão se sensibilizando, aí eu acho que a gente consegue ter uma dimensão maior de que a gente não tá sozinho, sabe? De que tem muitas outras pessoas lá fora que não são negacionistas, que estão olhando pra questão política de uma maneira bastante séria, e que estão se sensibilizando mesmo com todas essas mortes. Eu espero que isso possa fazer com que outras pessoas, que não necessariamente participaram do projeto, mas que escutem alguns episódios, ou algum episódio, possam sentir um pouco dessa força também, de que há muitas pessoas que estão se preocupando sim com essa pandemia, e estão sim pensando no futuro, e estão sim querendo contribuir. Por mais que seja muito pequeno, sabe, num contexto muito pessoal, eu acho que é muito importante a gente ter mais essa dimensão do ser humano mesmo, sabe? Isso faz com que a gente fique mais forte, nos fortaleça mesmo para enfrentar esse pós-pandemia no Brasil que eu acredito que vai ser bastante difícil, e já tá sendo".

    ISABELLA YOSHIMURA, 25 anos, em conversa no dia 25 de julho de 2021.

    Entrevista: Tomaz Volpi

    Foto: José Miguel Neto

    Pesquisa científica mencionada no episódio: https://revistapesquisa.fapesp.br/o-efeito-tranquilizador-da-narrativa/

    • 25 min
    #055: "A partir do momento que o mundo tá se curando, o profissional da saúde tá se vendo doente"

    #055: "A partir do momento que o mundo tá se curando, o profissional da saúde tá se vendo doente"

    "Eu acho assim, o profissional da saúde trabalhou ali naquele momento, como se diz? A gente não via o mundo, a gente focou naquilo. A partir do momento que o mundo tá se curando, o profissional da saúde tá se vendo doente né, psicologicamente. Eu acho que é mais ou menos assim a ideia, né? E aí agora a gente tá tendo esse apoio psicológico. O profissional da saúde não é só o profissional, a gente tem uma vida lá fora, a gente precisa viver. É o recomeço né do Brasil, eu acho que cada brasileiro ali ficou com sua sequela psicológica nesse momento. Né, assim, o desemprego, as perdas. Eu acho que não é só eu, quando eu olho assim, não é só eu né, gente? Eu acho que assim, eu nunca tinha estudado, visto falar, nunca tinha ouvido, nunca tinha ido a fundo sobre tantas pandemias que já teve no passado. Assim, ao mesmo tempo que olha para o Brasil com medo, eu olho para o Brasil com medo, mas ao mesmo tempo também a gente olha com esperança, baseado que já teve muitas pandemias e as pessoas superaram. Então isso também tem um lado assim da gente olhar, né?"

    MARIA CRISTINA SOUZA, 44 anos, em conversa no dia 6 de agosto de 2021.

    • 49 min
    #054: "O projeto humano faliu"

    #054: "O projeto humano faliu"

    "Eu acho que o projeto humano faliu. O projeto humano tá numa decadência assim bem grande, e a gente tá aprendendo de uma maneira bem custosa quais são os efeitos dessas ações que foram postas no mundo ao longo desses anos todos, e nos últimos anos com essas questões industriais, do capitalismo, das questões de consumo também".

    HELIO TOSTE, 32 anos, em conversa no dia 25 de setembro de 2021.

    • 43 min
    #053: "Eu quero um futuro democrático"

    #053: "Eu quero um futuro democrático"

    "Quero um futuro democrático. Que seja de esquerda, que seja de direita, mas que seja democrático. Eu acho que com a pessoa minimamente digna no poder e não esse cara que a gente elegeu, sabe? É isso e que, principalmente, além dessa pessoa melhor no poder - que acho que qualquer pessoa que entrasse agora ia ser melhor -, eu queria sei lá uma consciência no Brasil assim. Acho que é até clichêzão falar isso, de tipo, votaram, olha tudo que aconteceu. É isso mesmo? A gente vai continuar com isso? Olha tudo que aconteceu e olha para frente. Eu tenho medo desse cara ser reeleito por exemplo no nosso país, porque uma coisa que eu percebi muito é que hoje nosso país é um país muito preconceituoso. É um país muito homofóbico. A gente vê um presidente lá que tem claramente discursos racistas, homofóbicos, preconceituosos. Eu acho que isso é um pouco o reflexo da gente, porque se a gente não fosse diferente disso, talvez a gente não aceitaria uma voz dessa governando o nosso país. É sério que esse cara falou essa frase hoje? Ou sério que ele se comportou dessa maneira? Sério que aconteceu tudo o que a gente sabe que tá acontecendo desde que ele entrou, e principalmente na pandemia? Então que eu quero do Brasil do futuro é isso que você perguntou, mão na consciência. E pensamento no coletivo eu acho. Escolher alguém que, talvez não vai ser o melhor cara para você, mas você é só você assim, sabe? Olha ao redor, se conecta com as pessoas do seu lado, entende que a gente é uma coisa muito maior. A gente não é só gente assim, sabe?"

    JOSÉ MIGUEL NETO, 28 anos, em conversa no dia 24 de julho de 2021.

    • 19 min
    #052: "Acho que cada pessoa vai viver uma pós-pandemia de acordo com a sua vivência na pandemia"

    #052: "Acho que cada pessoa vai viver uma pós-pandemia de acordo com a sua vivência na pandemia"

    "Eu acho que vai ter diferentes pensamentos, diferentes perspectivas após a pandemia né. Acho que cada pessoa vai viver uma pós-pandemia de acordo com a sua vivência na pandemia. Se for uma pessoa que não teve essa oportunidade de refletir, de se auto descobrir, ela vai continuar a rotina normal do dia a dia. Mas se foram pessoas que utilizaram desse espaço pra aprender e observar o que realmente gosta, que conseguiram estar nesse lugar e tiveram essa oportunidade, vão ter uma outra forma de vida. É isso, acho que cada pessoa vai ter uma reação diferente de outra pessoa. Pra mim, eu tive a oportunidade de aproveitar. Aconteceram coisas difíceis, mas teve momentos de aprendizado e que eu pude ampliar a minha visão e melhorar a minha vida, enquanto [em] vida".

    RAPHAEL POESIA, 27 anos, em conversa no dia 8 de julho de 2021.

    • 21 min
    #051: "Se eu colocava o pé no chão eu já ficava sem ar"

    #051: "Se eu colocava o pé no chão eu já ficava sem ar"

    "Aí eu falei com o médico e ele falou: 'Ó, eu já tô pedindo a sua internação, porque o seu pulmão tá de 25 a 50% comprometido". Do nada. E só tava eu, porque não pode entrar acompanhante né. E eu: 'Como assim?'. Nisso já comecei a chorar né. [O médico falou] 'Não, calma. Isso é mais por prevenção, pra você ter um acompanhamento. Aí depois de sair, o enfermeiro já vem te buscar'. Não deu tempo de falar com ninguém. Aí o enfermeiro já chegou, me colocou numa salinha de espera, aí eu liguei para o Fê, ele fez uma mala e levou para lá. Eu nem vi ele, nada. Eu não conseguia comer. Eu não perdi o olfato nem o paladar, porque eu não conseguia. Só o cheiro da comida me dava enjoo. E era bizarro, [eles falavam:] 'você tem que comer, você precisa beber água'. Mas eu não bebia água, porque quando me dava vontade de ir ao banheiro, me dava desespero. Porque se eu colocava o pé no chão, eu já ficava sem ar. E a cada ida ao banheiro era uma eternidade pra mim. Era o pior desespero da vida".

    JÚLIA TOLEDO, 25 anos, em conversa no dia 24 de julho de 2021.

    • 37 min

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