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6 min.
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Domingo: entre o eco e o oco dos dias cinzentos Allison Fernandes
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- Muziek
Eu odeio os domingos, acho que sinto isso desde pequeno, honestamente, não me pergunte o porquê, porque provavelmente eu direi que é um dia oco, vazio, amplo demais, e cinza. Mas não é bem isso, a verdade é que não sei ao certo, nunca soube, mas sempre pesou demais pra mim.
Mas há uma verdade irremediável, há um eco etéreo e gigante dentro dos domingos. A vida talvez isso mesmo, esse eco constante. Por vezes me sinto como a Clarice: “Fiquei sozinha um domingo inteiro. Não telefonei pra ninguém e ninguém me telefonou. Estava totalmente só. Fiquei sentada num sofá com o pensamento livre. Mas no decorrer desse dia até a hora de dormir tive umas três vezes um súbito reconhecimento de mim mesma e do mundo que me assombrou e me fez mergulhar em profundezas obscuras de onde saí para uma luz de ouro. Era o encontro do eu com o eu. A solidão é um luxo.”
Eu odeio os domingos, acho que sinto isso desde pequeno, honestamente, não me pergunte o porquê, porque provavelmente eu direi que é um dia oco, vazio, amplo demais, e cinza. Mas não é bem isso, a verdade é que não sei ao certo, nunca soube, mas sempre pesou demais pra mim.
Mas há uma verdade irremediável, há um eco etéreo e gigante dentro dos domingos. A vida talvez isso mesmo, esse eco constante. Por vezes me sinto como a Clarice: “Fiquei sozinha um domingo inteiro. Não telefonei pra ninguém e ninguém me telefonou. Estava totalmente só. Fiquei sentada num sofá com o pensamento livre. Mas no decorrer desse dia até a hora de dormir tive umas três vezes um súbito reconhecimento de mim mesma e do mundo que me assombrou e me fez mergulhar em profundezas obscuras de onde saí para uma luz de ouro. Era o encontro do eu com o eu. A solidão é um luxo.”
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