Palavra De Deus Bruno Abreu

*Saudação*
Graça e paz sejam com os que sofrem, enquanto cristãos, com perseguições, fraquezas, injúrias e necessidades.

*Verso-chave: 2Coríntios 12.10 (ARA)*
_“Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.”_

*Masoquismo?*
Uma pessoa masoquista é aquela que se agrada do sofrimento ou da humilhação ou os procura.
Ao ler o que Paulo escreveu no verso-chave desse devocional, podemos ter a falsa impressão de que ele era masoquista.
Me refiro à falsa impressão porque temos que entender a exegese do texto, o seu contexto.
É bem verdade que não é preciso muito estudo e investigação a respeito desse texto para constatar o que Paulo quis dizer.
O prazer de Paulo não estava em sofrer ou ser humilhado. O seu prazer estava em passar por isso por amor à Cristo, entendendo que, em sua carne, ele era fraco pra suportar a dor e a humilhação a que estava sujeito; e, confiando em Deus, na sua graça, sabia que seria fortalecido.

*Reflexão*
Ao ler os capítulos 11 e 12 da segunda carta aos Coríntios, pode-se perceber o quanto Paulo sofreu para pregar o evangelho e viver a sua fé; o quanto lhe custou ser cristão.
Não estou dizendo que todo cristão deve sofrer no mesmo nível que Paulo. Mas acho que a reflexão a respeito do quanto sofremos por Jesus no dia a dia é válida. E não falo do sofrimento relacionado a carregar a cruz, negar a si mesmo e renunciar. Isso é inerente e obrigatório a todos que se dizem cristãos. Todavia, falo sobre o que deveríamos fazer pelo Reino, pra disseminar o evangelho, viver a fé e glorificar o nosso Senhor.
Não falo de ser masoquista, mas de sofrer por amor a Cristo.
O quanto estamos sofrendo por ele?
Há mais amor no cristão para com Jesus quando se é perseguido, zombado ou caluniado por ser cristão do que quando canta-se um louvor que só sabe-se o refrão, e não se vive o que é cantado com exatidão.
Em Atos 5 vemos alguns apóstolos sendo açoitados por pregarem sobre Cristo e o seu ministério, e a alegria deles por serem considerados dignos de sofrerem afrontas por causa do seu Nome.
Que essa alegria invada os nossos corações sempre que formos perseguidos pela nossa fé, se é que a exercitamos, ou se é que as pessoas sabem que a possuímos.

Abreu, 9 de agosto de 2021 (D 411) — Sofrer por amor a Cristo.

*Saudação*
Graça e paz sejam com os que receberam o poder de se tornarem filhos de Deus, pelo Espírito de adoção concedido pelo nosso Senhor Jesus Cristo.

*Verso-chave: Romanos 8.15 (ARA)*
_“Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai.”_

*Órfãos*
O homem era uma criatura suja, perdida e órfã, desde a Queda (o pecado de Adão que promoveu um abalo cósmico que derrubou o homem e o separou de seu Criador).
Perdido em seus devaneios, o homem sempre buscou, e alguns buscam até hoje, o sentido da sua vida. “De onde vim? para onde vou?” É o que se pergunta o homem, e, sem Deus, nunca encontrará respostas.
A criatura, chamada de homem, que você pode relacionar ao descrente (aquele que não segue Jesus), é um órfão que não conhece seu pai (a sua origem) e não sabe para onde vai.
É angustiante viver assim, porque quem não sabe de onde veio e nem pra onde vai, vive sem propósito. Vive uma escravidão pela falta de conhecimento. Está preso à indigência; é digno de pena e compaixão.

*A misericórdia*
Vendo, Deus, a angústia na alma do homem, teve misericórdia e enviou seu único Filho, gerado, não criado — porque quem é gerado é Deus como Deus, mas quem é criado, não o é, por isso somos criaturas feitas por Deus, não gerados por Deus como Jesus — para promover a reconciliação entre o homem e Ele.
Quem outrora caiu (o homem) e foi separado de Deus, agora, recebe a dádiva pelo perdão dos pecados, manifestado no sacrifício do Filho de Deus.
E, a todos os que receberam Jesus, àqueles que creram no seu nome, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus (veja João 1.12).
Em um ato misericordioso, Deus enviou seu Filho para morrer pela humanidade e conferir o poder, a todo o que receber Jesus em seu coração e crer no seu nome como seu Salvador e Senhor da sua vida, Autor da reconciliação com o Pai, de se tornar filho de Deus.

*Filhos*
No momento em que o homem reconhece o que Cristo fez, toma a Bíblia como palavra de Deus e passa a renovar a sua mente através dela e do Espírito de adoção, começa o processo de conversão.
Essa conversão o transforma de criatura, sem sentido, a filho de Deus, com propósito. Outrora ele não sabia de onde veio nem para onde ia. Mas agora, Deus lhe mostrou de onde veio (dEle, ainda que caído por causa do pecado de Adão) e, pela revelação bíblica, aprendeu que vai voltar para Ele, para o juízo final. E, se entregou a vida a Cristo com sinceridade, além de ter nova identidade, de filho de Deus, agora tem também um propósito: proclamar o evangelho a toda criatura. Contar aos outros homens órfãos e perdidos, quem o adotou e o deu direção e um motivo para viver.

*Liberdade*
Este homem, que recebeu a misericórdia de Deus, não está mais preso na ignorância, não possui mais uma mente cauterizada, porque passou a renová-la para ser transformado em filho. De agora em diante, este homem é livre. Livre do temor e do medo, da dúvida e da angústia, de não saber quem é, porque vive ou para onde vai. Este homem, pela misericórdia de Deus, não porque merecia, foi reconciliado com o seu Criador e recebeu o Espírito de adoção, pelo qual pode clamar, agora, ao seu Pai sempre que precisar; este é o Espírito que testifica que este homem passou de descrente a cristão, de órfão a filho; é o Espírito da liberdade e da identidade. Ele confirma ao mundo, físico e espiritual, que todo aquele que recebeu Jesus em seu coração e o confessou como seu Senhor e Salvador, é filho de Deus; é livre para viver a vontade de seu Pai.

*Saudação*
Graça e paz sejam com os que tem vida em Cristo.

*Verso-chave: 2Coríntios 5.15 (ARA)*
_“E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.”_

Jesus Cristo morreu e ressuscitou por todas as pessoas que foram predestinadas a serem salvas.
Se você, hoje, tem acesso à palavra de reconciliação (a Bíblia) que Deus preparou com zelo e diligência, é porque Ele teve misericórdia da sua alma, e te permitiu ter acesso a Ele para que pudesse ser vivificado pelo seu Espírito e ser salvo pelo sacrifício do seu Filho.
Este sacrifício rasgou o véu que nos separava de Deus, que nos separava da vida.
Sem Deus não há vida. Só há vida em Deus. E sem Deus o homem está morto em seus delitos e pecados; impossibilitado de viver para Deus ou de se reconciliar sozinho com Ele.

Cristo morreu para dar a todos o perdão pelas suas ofensas diárias e contínuas contra o Santo. E todos quantos reconhecem a validade desse sacrifício, recebem a esperança de uma vida eterna longe de corrupção, tragédias, dores e lamentos; e também forças para que a sua existência não seja mais destinada a satisfazer as suas vontades pessoais, mas a vontade daquEle que se entregou por eles. Esse é o motivo pelo qual Paulo escreve: “para que os que vivem não vivam mais para si mesmos”.
Em tudo somos chamados para sermos como Jesus. Ele não viveu para si mesmo, mas para fazer a vontade do Pai. E se O reconhecemos como Senhor de nossas vidas, devemos abrir mão de nossas vontades para fazer a vontade de Jesus e viver para Ele.

Se nós vivemos hoje e temos esperança em uma vida espiritual futura, é graças a Jesus. Nossa vida já não nos pertence, mas pertence a Ele.
Que tal, em oração, perguntarmos, com sinceridade, o que Ele quer de nós, em vez de expôr somente o que queremos dEle?
Nunca podemos esquecer que Ele morreu e ressuscitou por nós e que Ele já nos deu tudo o que precisávamos, mesmo sem saber que o precisávamos, pela graça.

Que em nossas orações possamos nos dispôr a Ele, entregando verdadeiramente nossa vida a Ele, porque como Ele nos comprou com Seu sangue, somos dEle, necessitamos viver para Ele, se de fato o seu sangue e o seu Espírito foram derramados sobre nós.

Abreu, 7 de agosto de 2021 (D 409).

*Saudação*
Graça e paz sejam com os que se entristecem diante do conhecimento de seus pecados, porque esse tipo de tristeza os leva ao arrependimento e, consequentemente, à salvação.

*Verso-chave: 2Coríntios 7.10 (ARA)*
“Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte.”

O cristão possui inúmeros pontos que o diferem do descrente, daquele homem que não é discípulo de Jesus.
Um deles é a relação com o pecado.
Enquanto o descrente não liga se peca ou não, ou age como se suas atitudes corruptas não fossem pecado, o cristão (aquele que realmente entregou a vida a Cristo) se entristece toda vez que tem conhecimento de seus pecados.
Cada pecado é uma tristeza.
Tristeza não somente pelo pecado em si, mas por sentir que desapontou a Deus, que o desagradou, que o negou.
Essa tristeza pode nos levar a dois estados: o de remorso ou de arrependimento.
Na própria Bíblia temos dois exemplos clássicos, antagônicos.
Judas, após se dar conta da barbaridade que cometera, teve imenso remorso. Tão grande que a vida perdeu totalmente o sentido. As moedas pelas quais havia negociado a traição a Cristo, já não tinham o mesmo valor. A tristeza pelo seu pecado tornou-se demasiadamente pesada.
Esse é o sentimento de culpa, não de arrependimento em si. Foi o que Judas sentiu.
Enquanto Pedro, chorou amargamente, após ter negado Jesus, pecado contra Ele. Só que, pelo que podemos investigar na sequência dos fatos e da história, Pedro se tornou um dos mais notáveis e honrosos pastores da igreja. Pregou o evangelho de forma exímia. Cuidou das ovelhas de Cristo, como este ordenara.
Porque a tristeza de Pedro o levou a analisar a sua conduta, perceber seu pecado, seu caminho pecaminoso, e o levou a mudar de rumo, de direção; o levou ao arrependimento.
Arrependimento não é chorar e chorar pelo seu pecado com aquele sentimento infernal de culpa. Não. Arrependimento é mudança de atitude. Se eu pequei, entristeci a Deus e me entristeci, vou lutar com todas as minhas forças contra esse pecado, e na hora que se esgotarem as minhas forças, devo clamar a Deus para que a sua graça me cubra e me leve à santidade, para além do que eu posso ir com as minhas próprias pernas.
Esse arrependimento, por sua vez, que teve origem na tristeza pela prática do pecado, tem como fim a salvação. Sem arrependimento ninguém será salvo. Se arrepender é sinal que você entendeu quem Deus é. E se você entendeu quem Ele é, passou a se conhecer mais e ver que tudo o que você faz, ainda que seja com boa intenção, mas que não é para a Sua glória (obviamente, de Deus), é pecado. E se é pecado, há uma tristeza na sua alma, porque você sabe que pecou contra o Deus que te salvou. Então se arrepende, luta contra seus pecados, se santifica, para, um dia, vivenciar a consumação da sua salvação.
Portanto, que a sua tristeza, pelo pecado, seja a semente para o arrependimento que tem como fruto a salvação, porque se ela for uma tristeza segundo o mundo, é somente um remorço, uma culpa, e ela não gera nada além do que morte.
Por isso, pecou? Se entristeça por ter profanado o santuário do Espírito, se arrependa e anseie pela salvação da sua alma, pela glória que em ti será revelada naquele Dia, pois Deus foi misericordioso e gracioso contigo, e te deixou a promessa da vida eterna, se tão somente for santo como Ele é santo. Amém?

*Saudação*
Graça e paz sejam com quem tem bom ânimo diante das tribulações, que, como cristãos, estão sujeitos diariamente.

*Verso-chave: 2Coríntios 4.16 (NAA)*
“Por isso não desanimamos. Pelo contrário, mesmo que o nosso ser exterior se desgaste, o nosso ser interior se renova dia a dia.”

O desânimo pode ser considerado falta de fé?
Se é falta de fé eu não sei, mas o que tenho certeza é que é falta de leitura bíblica constante.
Há muitas variáveis na equação da vida cristã. Grande parte delas são negativas. Não bastam as renúncias que fazemos, a cruz que carregamos e a negação que praticamos contra a nossa própria vontade carnal, ainda temos que lidar com aflições, tribulações, dores, perdas, perseguições, afrontas e calúnias.
O fruto do Espírito é constantemente exigido, talvez, ou, com certeza, para provarmos que o temos ou para que ele seja criado em nós; para que o caráter de Cristo seja manifestado em nós.
Tudo isso que eu citei pode nos fazer desanimar.
O desânimo é como a gravidade (nos empurra pra baixo).
As palavras de Jesus são para que olhemos para cima, para o que Ele fez na cruz e para a sua glória nos céus, e para que tenhamos bom ânimo, afinal, Ele venceu o mundo. E com vencer o mundo, Ele quer dizer que todas as nossas lutas foram vencidas por Ele.
Toda perseguição, calúnia, aflição, dor e tribulação foram derrotadas por Cristo na cruz.
Confira:
“Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (João‬ ‭16:33‬ ‭ARA‬‬)
Temos em Jesus, em meio a todo o peso da caminhada cristã, e tudo o que a envolve, a vitória para todas as nossas batalhas. NEle também temos paz, temos alívio, podemos ter bom ânimo, porque Ele venceu. Porque Ele vive posso crer que no amanhã tudo será melhor, e ainda que não seja, no último Dia será. Naquele dia, em que o Filho do Homem virá em glória com os seus anjos, e nos ressuscitará, e a outros transformará em um piscar de olhos, e todos estaremos com Ele na eternidade, no seu reino, desfrutando das promessas que Ele nos fez nas Escrituras.
E, quando nessas promessas estiverem o nosso foco, e em Deus o nosso coração, nada nesse mundo poderá nos abalar. Porque nada é capaz de nos separar do seu amor; nem anjo, nem demônio, nem principado, nem potestade, nem altura, nem profundidade, nem homem, nem mulher; nada, nada poderá nos separar do seu amor.
É pela fé que temos confiança nas promessas de Deus, e é também por isso que precisamos ler a Bíblia todos os dias, para sempre aprendermos sobre Deus e nos lembrarmos do que Ele prometeu.
Por isso não desanimamos. Pelo contrário, mesmo que o nosso ser exterior se desgaste, pelas aflições e tribulações que estamos sujeitos nesse mundo, o nosso interior se renova a cada dia, pela palavra de Deus e pela presença do Seu Espírito, que nos transformam em alguém capaz de reconhecer e viver as vitórias que Cristo conquistou naquela cruz.
Por isso, não desanime. Não desista. Persevere. Ore. Clame. Adore. Conheça e prossiga em conhecer ao seu Deus. Confie nEle. Fundamente-se nEle. Viva para Ele. Se alegre nEle. E renove a sua mente, o seu interior, por meio da palavra que purifica e vivifica. Amém?

*Saudação*
Graça e paz sejam com que são discípulos de Jesus.

*Verso-chave: Mateus 16.24 (NAA)*
“Então Jesus disse aos seus discípulos: — Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.”

Ser cristão é ser discípulo de Jesus. Muitos dizem que são cristãos, mas não tem o menor apreço pelos ensinamentos de Jesus, nem zelo pelas suas doutrinas, mandamentos e ordenanças.
Ele disse: “Se” —e aqui há uma condição; se e somente se— alguém quer vir após mim —ou seja, seguí-Lo, ser seu discípulo—, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.
Se alguém não nega a si mesmo, não toma a sua cruz, nem segue o que Jesus ensinou, este não é seu discípulo, e, portanto, não é cristão, ainda que tenha ouvido falar dEle ou fale o seu nome como quem O conhece. A verdade é que não O conhece.
Quem conhece Jesus, e é seu discípulo, largou ou tem disponibilidade para largar tudo (família, amigos, emprego e bens), por amor a Ele. Tem disponibilidade para renunciar tudo quanto possui de bom, honroso e prazeroso nessa vida, por temor e devoção a Ele.
Como está escrito: “Se alguém vier a mim, e não deixar a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e até mesmo a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14.26)
Note que Ele disse: “se alguém vier a mim…”
Trata-se de uma decisão pessoal. Decidir ir até Jesus. Aceitá-Lo como Senhor e Salvador. Reconhecê-Lo como o seu mestre, como o seu tutor, que te ensina a ser como Ele, a ser um filho de Deus.
Mas, para isso, antes de recebermos das mãos de Jesus, precisamos nos render a Ele, nos sujeitarmos a Ele.
“[…] qualquer de vós que não renuncia a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14.33)
Jesus está te mandando renunciar a tudo o que você tem agora? Nesse momento?
A resposta pode ser não. O que Ele está dizendo para nós é que se for preciso, se Ele determinar, temos que renunciar a tudo por Ele, inclusive a nossa própria vida.
Mas você pode pensar: “que pensamento mais extremista”. Ou ainda: “Jesus não vai me pedir nada difícil não”. Ou pior: “Não vou renunciar a nada; não posso renunciar a nada e não quero; Jesus perdoa os meus pecados e morreu por mim, se eu tiver um coração bom e não prejudicar ninguém, ele me salva”.
Mas será mesmo?