Devocional McCheyne Robert Murray McCheyne

Já aprendemos que Deus disse a Israel: “Vocês são minhas testemunhas” (Isaías 43:10, 12). Pois os israelitas deveriam testemunhar que Deus e somente Deus haviam predito todas essas coisas e, assim, haviam dado evidências de que ele as havia feito, pois somente ele é o Deus soberano. Em Isaías 44:6–23, esses temas são resumidos (44:6–8). Somente Yahweh é “Rei e Redentor de Israel, o Senhor Todo-Poderoso” (44:6). Deus diz: “Eu sou o primeiro e sou o último; sem mim não há Deus” (44:6). Quanto ao seu povo: “Não tremam, não tenham medo. Eu não proclamei e previ isso há muito tempo? Vocês são minhas testemunhas. Existe algum Deus além de mim? Não, não há outra Rocha; não conheço nenhum” (44:8). Mas se somente Deus é Deus, todos os pretendentes são ídolos. Assim, o resumo deste tema apresenta uma das mais condenatórias acusações de idolatria na Bíblia.

Da perspectiva de Deus, a idolatria é sempre repulsiva. Em certo sentido, é o pecado fundamental, pois destrona Deus e o substitui por algo ou outra pessoa. É por isso que a ganância é idólatra (Cl 3:5): buscamos o que cobiçamos, e o que buscamos com mais ardor torna-se nosso deus. O contexto histórico dessa denúncia é crítico, pois a idolatria foi praticada não apenas por todas as pequenas nações ao redor de Israel, mas também pelas potências regionais e pela sucessão de superpotências. Inevitavelmente, egípcios, assírios e babilônios creditaram seu sucesso ao poder de suas próprias divindades. No entanto, aqui está o Deus do pequeno Israel – esmagado, derrotado, exilado, patético pequeno Israel – afirmando ser o único Deus, o Senhor soberano, o poderoso Criador e Governante providencial sobre todos os reinos da terra. E ele está esperando que seu povo da aliança dê testemunho desta verdade em vez de sucumbir à idolatria ao seu redor que, infelizmente, eles acham perenemente atraente.

A questão do poder Deus tratará a longo prazo. Aqui, o foco está em tornar a idolatria absurda e, assim, destruir sua plausibilidade (44:9-20). O que inicialmente parece atraente se mostra ridículo. A idolatria que é profundamente ofensiva a Deus também é profundamente estúpida.

A solução é dupla. (a) Israel é chamado a lembrar o que Deus disse, o que Deus fez (44:21), inclusive o fato de que Deus constituiu Israel e fez de Israel seu servo privilegiado. (b) Israel é chamado a retornar a Deus, pois ele os redimiu (44:22). Estas devem ser as prioridades constantes do povo de Deus: lembre-se de tudo o que Deus é, tudo o que ele disse e fez; e quando nos desviarmos, retornemos a ele imediatamente e prontamente (1 João 1:7-9).

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