PORQUE PRECISAMOS DOS OUTROS PARA SERMOS NÓS. Irmãs Hospitaleiras Idanha | Sintra
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- Science
Um podcast que pretende ser um lugar de diálogo sobre a vida e sobre a morte e as relações que criamos no intervalo. Falaremos sobre o luto, as perdas, a doença, a morte nas diferentes perspectivas éticas, estética, clínica, cultural, filosófica, artística e as demais que a vida contém.
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EPISÓDIO #10 - Alexandra Coelho
“Susan Sontag uma vez escreveu: o tempo existe para que não te aconteça tudo de uma só vez e o espaço existe para que não aconteça tudo somente a ti. Talvez uma metáfora para dizer que há dores que são grandes demais para nos chegarem inteiras. E no dor de um luto? Quanto tempo é tempo suficiente e como fica o espaço - dentro e fora de nós - quando perdemos alguém que amamos?
A clínica do luto tem-se revelado importante para a facilitação da adaptação à perda. No episódio de hoje, Ricardo Fernandes conversa com a Dr.ª Alexandra Coelho sobre o luto enquanto eventual problema de saúde mental, abordando fatores de risco, manifestações de luto e de que forma o processo de luto é tão único quanto a pessoa que o vive.” -
EPISÓDIO #9 - Miguel Aguiar
Mais do que aquilo que está à nossa frente, o futuro é sempre aquilo que esteve atrás de nós. A humanidade é a continuidade do seu passado.
A história enquanto disciplina académica, ajuda-nos na compreensão do quão dependente estamos dos outros e da forma como viveram antes de nós. As heranças, deixadas em testamento, são um exemplo claro disto mesmo: o futuro é um sintoma do passado. O legado que deixamos após a nossa morte foi o ponto de partida para pensar o episódio de hoje.
Neste episódio, Ricardo Fernandes conversa com Miguel Aguiar, para nos ajudar a pensar e a descobrir alguns detalhes e curiosidades sobre os testamentos em Portugal ao longo da Idade Média.
Miguel Aguiar é doutorado em História pela Universidade do Porto e pela Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne e especialista em História Medieval. É, desde 2021, membro do Instituto de Estudos Medievais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É investigador contratado no projeto Vincullum – Entailing Perpetuity: Familiy, Power, Identity. The Social Agency of a Corporate Body, liderado por Maria de Lurdes Rosa e financiado pelo European Reasearch Council. -
EPÍLOGO.
Findada a primeira temporada de episódios apoiada pela fundação La Caixa, a Casa de Saúde da Idanha prossegue com este lugar de fala para nos respondermos – e também para nos perguntarmos – porque precisamos dos outros para sermos nós.
Ricardo Fernandes continuará à conversa com convidados onde a morte, a perda, o luto, os cuidados paliativos e, sobretudo, a vida são o tema central de cada episódio. -
EPISÓDIO #8 - Inês Meneses
“A minha mãe foi o meu primeiro país. O primeiro lugar em que vivi. Nayyairah Waheed escreveu este verso onde cabe uma das maiores dores de todas.
A findar a primeira temporada deste podcast, Inês Meneses retorna ao lugar onde esteve no primeiro episódio. Desta vez, para falar na primeira pessoa sobre o seu processo de luto pela perda da sua mãe. Autora do livro de crónicas “O Coração Ainda Bate”, Inês confessa de forma intimista episódios de uma viagem de regresso a seu país, e à sua geografia que só ela conhece: a sua mãe. Embora não soubesse, algumas destas crónicas foram um caminho que fez para o seu luto. “As mães deviam viver para sempre!”, escreveu numa das suas partilhas no instagram, após a morte da sua. Talvez por isso, diga que “o coração da sua mãe bata agora dentro do seu.” Não é uma metáfora, é o pragmatismo maior da vida: quando se silencia um coração, resta o nosso a bater por ele.
Inês Meneses é radialista, escritora e há 15 anos que assina a coautoria do projeto “O Amor é” com o psiquiatra Júlio Machado Vaz. Conduz entrevistas no programa “Fala com Ela”, da Antena1. Neste episódio, Ricardo Fernandes fala com ela sobre a vida e a morte, e o amor que pode acontecer nesse intervalo. O amor, esse substantivo que se pressente nas suas publicações e que está sempre lá quando a espaços fala da perda e do seu luto. Afinal de contas, o amor e a dor da perda, são duas faces da mesma moeda, são duas leituras do mesmo parágrafo. -
EPISÓDIO #7 - Sofia Figueiredo
As crianças, que têm todas as perguntas do mundo, lembram-nos que há respostas a menos para explicar o que muitas vezes os adultos não conseguem descrever. No entanto, para onde vão as coisas que perdemos?
Os adultos tendem a proteger as crianças do impacto da perda de alguém significativo: adia-se a transmissão da má notícia, distorce-se a verdade, veda-se o acesso da criança ao velório ou ao funeral, evita-se chorar perto da criança. Enfim, tenta-se minorar o impacto da circunstância, partindo-se da crença errada de que as crianças não têm capacidade para entender a morte e o morrer, correndo-se o risco de as deixar sozinhas a viver sentimentos e pensamentos muito confusos.
Para nos ajudar a entender um pouco melhor sobre o luto nas crianças, Sofia Figueiredo conversa com Ricardo Fernandes. É psicóloga clínica e da saúde, especialista em psicoterapia. É psicanalista de adulto e Psicanalista candidata de crianças e adolescentes da Sociedade Portuguesa de Psicanálise.
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EPISÓDIO #6 - Rafaela Ferraz
A nossa última morada. É assim que chamamos ao lugar onde situamos quem morreu: os cemitérios. São lugares de contrastes, intensificados por aquele que é o mais óbvio de todos: a morte observada pelos vivos. São um lugar de respeito, de recordação, de saudades, de lamento, de assombro, mas também de expressão artística e arquitetónica, contendo um espólio e património cultural único. Em todo o caso, contam as histórias das suas aldeias e cidades e, paradoxalmente, da vida das suas pessoas.
Mas qual a origem do espaço cemiterial e como é que evoluiu ao longo dos tempos até aos dias de hoje? Como serão no futuro? São diferentes nas demais geografias e difentes latitudes?
Neste episódio, Ricardo Fernandes convidou Rafaela Ferraz para conversar sobre o espaço cemiterial numa perspetiva histórica, legal, estética, e regulamentar. É escritora, investigadora e coautora do livro “Death and Funeral Practices in Portugal”, publicado em 2022. Os seus interesses centram-se nas práticas funerárias portuguesas atuais e emerges e na sua evolução do ponto de vista legal e regulamentar.