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Olá! Já pensou, você receber um poema todos os dias, daqueles que nos enche o peito de alegria, arranca suspiros e sorrisos e nos permite levar um dia mais leve?

Então: “Um Poema por dia” é um projeto do Programa de Educação Tutorial do CEFET-MG e está aí, para nos ajudar a passar de forma mais leve, por esse tempo necessário de reclusão.

De alma livre e coração aberto, esperamos, que vocês desfrutem desse momento de inspiração junto com a gente!

Um Poema Por Dia Um Poema Por Dia

    • Arts
    • 5.0 • 1 Rating

Olá! Já pensou, você receber um poema todos os dias, daqueles que nos enche o peito de alegria, arranca suspiros e sorrisos e nos permite levar um dia mais leve?

Então: “Um Poema por dia” é um projeto do Programa de Educação Tutorial do CEFET-MG e está aí, para nos ajudar a passar de forma mais leve, por esse tempo necessário de reclusão.

De alma livre e coração aberto, esperamos, que vocês desfrutem desse momento de inspiração junto com a gente!

    Emergência

    Emergência

    Emergência por Odilon Esteves.



    Quem faz um poema abre uma janela.

     Respira, tu que estás numa cela abafada,

     esse ar que entra por ela.

     Por isso é que os poemas têm ritmo 

    Para que possas profundamente respirar.  

    Quem faz um poema salva um afogado.



    Autor: Mário Quintana.

    Assista este poema narrado pelo Odilon Esteves também no Youtube pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=SGxpH2xtEUk

    • 1 min
    Fragmento de Vida e Proezas

    Fragmento de Vida e Proezas

    Fragmento de Vida e Proezas por Sérgio Gomide



    " [...] Lembrei-me de certa manhã, num Pinheiro encontrei um casulo, no instante em que a borboleta dentro dele rompia a casca e se preparava para surgir. Eu esperava, esperava, estava demorando e eu tinha pressa. Então me inclinei sobre ela e comecei a aquecê-lá com o meu hálito, impacientemente eu aquecia e um milagre começou a se desenrolar diante de mim com um ritmo veloz e antinatural, a casca abriu-se completamente e a borboleta surgiu. Jamais esquecerei o meu horror, suas asas ficaram frisadas, não se desdobraram, todo seu corpinho esforçava-se para desenrolá-las, mas não conseguia.

    Com o meu hálito, eu também me esforçava para ajudá-la, em vão, ela necessitava de um paciente amadurecimento e desdobramento ao sol, mas agora já era tarde. Meu sopro havia forçado a borboleta a surgir antes da hora, enrugada e temporam. Saiu imatura, moveu-se desesperada e logo depois morreu na palma da minha mão. Acho que esse penugento corpo morto da Borboleta é o maior peso que carrego na consciência. Eu compreendi então em profundidade, é pecado mortal infringir as leis eternas, temos o dever de seguir o ritmo perpétuo com confiança.

    Para assimilar calmamente essa reflexão de ano novo empolerei-me em um Rochedo. Aí se eu pudesse, dizia para mim mesmo, neste novo ano ritmar minha vida assim: sem paciência histéricas. Se essa pequena borboleta que eu matei porque tive demasiada pressa para fazer viver, voasse sempre diante de mim mostrando-me o meu caminho e assim uma borboleta que morreu precocemente talvez ajudasse uma irmã, uma borboleta humana a não se apressar e a conseguir desenrolar as asas em ritmo lento [...]"



    Autor: Alexis Zorbas

    • 2 min
    Cântico Negro

    Cântico Negro

    Cântico Negro por Odilon Esteves.



    "Vem por aqui" — dizem-me alguns com olhos doces,

    Estendendo-me os braços, e seguros

    De que seria bom que eu os ouvisse

    Quando me dizem: "vem por aqui!"

    Eu olho-os com olhos lassos,

    (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)

    E cruzo os braços,

    E nunca vou por ali...

    A minha glória é esta:

    Criar desumanidade!

    Não acompanhar ninguém.

    — Que eu vivo com o mesmo sem-vontade

    Com que rasguei o ventre a minha Mãe.

    Não, não vou por aí! Só vou por onde

    Me levam meus próprios passos...

    Se ao que busco saber nenhum de vós responde,

    Por que me repetis: "vem por aqui!"?

    Prefiro escorregar nos becos lamacentos,

    Redemoinhar aos ventos,

    Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,

    A ir por aí...

    Se vim ao mundo, foi

    Só para desflorar florestas virgens,

    E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!

    O mais que faço não vale nada.

    Como, pois, sereis vós

    Que me dareis impulsos, ferramentas, e coragem

    Para eu derrubar os meus obstáculos?...

    Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,

    E vós amais o que é fácil!

    Eu amo o Longe e a Miragem,

    Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

    Ide! Tendes estradas,

    Tendes jardins, tendes canteiros,

    Tendes pátrias, tendes tectos,

    E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.

    Eu tenho a minha Loucura!

    Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,

    E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

    Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.

    Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;

    Mas eu, que nunca princípio nem acabo,

    Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

    Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!

    Ninguém me peça definições!

    Ninguém me diga: "vem por aqui"!

    A minha vida é um vendaval que se soltou.

    É uma onda que se alevantou.

    É um átomo a mais que se animou...

    Não sei para onde vou,

    Não sei para onde vou

    - Sei que não vou por aí!



    Autor: José Régio.

    Assista este poema narrado pelo Odilon Esteves também no Youtube pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=7ZA4mfovFOM

    • 3 min
    Ismália

    Ismália

    Ismália por Alexsandre da Silva Carvalho.



    Quando Ismália enlouqueceu
    Pôs-se na torre a sonhar
    Viu uma lua no céu
    Viu outra lua no mar

    No sonho em que se perdeu
    Banhou-se toda em luar
    Queria subir ao céu
    Queria descer ao mar

    E num desvario seu
    Na torre pôs-se a cantar
    Estava perto do céu
    Estava longe do mar

    E como um anjo pendeu
    As asas para voar
    Queria a lua do céu
    Queria a lua do mar

    As asas que Deus lhe deu
    Ruflaram de par em par
    Sua alma subiu ao céu
    Seu corpo desceu ao mar

    Autor: Alphonsus de Guimarães.

    • 1 min
    Elegia

    Elegia

    Elegia por Odilon Esteves.



    Um dia, amor, tudo o que existe agora,

    Tudo o que forma o nosso grande orgulho,

    A pureza e o esplendor de nossas almas,

    Terá morrido, sem deixar lembrança,

    Na velha terra indiferente aos homens.



    Nada do que hoje nos parece eterno

    Terá ficado do naufrágio imenso.



    Esquecidas de nós, as novas almas

    Levantarão para as estrelas mudas

    O milagre feliz dos novos sonhos,

    Sem talvez meditar que a terra outrora

    Vira prodígios e deslumbramentos

    Semelhantes aos seus, sob um céu puro.



    Uma névoa de pó terá coberto

    As cidades vaidosas, onde os homens

    Hoje, lutando, desvairados, sofrem.

    E apenas raros monumentos tristes

    Lembrarão, no candor da branca pedra,

    A fronte sacratíssima de um sábio,

    De um herói, de um guerreiro, de um poeta,

    Que a glória cinja com a divina palma.



    Novos deuses, em templos majestosos,

    Receberão, no plácido silêncio,

    O murmúrio das preces comovidas,

    O perfumado fumo das oblatas

    E o amor das multidões...

    Ah! nesse tempo

    Eu terei recebido dos destinos

    O bem do esquecimento imperturbável...

    Deste homem que hoje sou - das minhas crenças,

    Dos meus sonhos de amor, dos meus desejos,

    Das minhas ambições mais rutilantes -

    Nada mais restará, nada, na terra!



    Mas, quem sabe? Talvez, um dia, um homem,

    Amigo das pesquisas minuciosas,

    Visite longamente as bibliotecas,

    Onde durmam os livros seculares,

    Que as traças lentas vão destruindo a custo.

    E esse homem, cheio de um amor antigo,

    Curioso do viver das eras mortas,

    Talvez encontre, entre outros livros velhos,

    Estes versos que escrevo, e em que minha alma

    Fala à tua alma em longas confidências.



    E então, meu lindo amor, como evadidos

    De um sepulcro, nós dois ressurgiremos

    Aos olhos caridosos desse amigo,

    Vindos das densas sombras do passado.



    Talvez...

    Seremos belos!

    Nossa fronte,

    Há de doirá-la a mesma juventude,

    Que hoje nos cerca de um clarão sagrado!

    Haverá nos teus lábios esse mesmo

    Beijo vibrante que me trazes hoje!

    E nos olhos terás o mesmo encanto

    Que neles me seduz e prende agora!



    Sim: no milagre desse instante ardente,

    Nessa ressurreição maravilhosa,

    Nós brilharemos juntos, aureolados

    De um novo amor e de um carinho novo!



    E então esse paciente amigo nosso

    Volverá para nós, nos dias de hoje,

    Toda a sua saudade religiosa,

    E invejará, talvez, piedosamente,

    Essa breve, ligeira hora de sonho,

    Que hoje os destinos deixam que vivamos...



    Autor: Múcio Leão.

    Assista este poema narrado pelo Odilon Esteves também no Youtube pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=IzW8roQ95Gw

    • 4 min
    Pela Luz dos Olhos Teus

    Pela Luz dos Olhos Teus

    Pela Luz dos Olhos Teus por Paloma Leite.



    Quando a luz dos olhos meus
    E a luz dos olhos teus
    Resolvem se encontrar,
    Ai que bom que isso é meu Deus,
    Que frio que me dá o encontro desse olhar.
    Mas se a luz dos olhos teus
    Resiste aos olhos meus só pra me provocar,
    Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar.
    Meu amor, juro por Deus,
    Que a luz dos olhos meus já não pode esperar,
    Quero a luz dos olhos meus
    Na luz dos olhos teus sem mais lará-lará.
    Pela luz dos olhos teus
    Eu acho, meu amor, que só se pode achar
    Que a luz dos olhos meus precisa se casar.



    Autor: Vinicius de Moraes

    • 55 sec

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