O Poema Ensina a Cair Raquel Marinho
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Perseguindo a ideia de Lawrence Ferlinghetti - "a poesia é a distância mais curta entre duas pessoas" - esperamos, através das escolhas poéticas dos nossos convidados, ficar mais perto deles e conhecê-los melhor. Usamos o verso de Luiza Neto Jorge “O Poema Ensina a Cair” para dar título a este podcast sobre os poemas da vida dos nossos convidados.
Um projecto da autoria de Raquel Marinho.
"Melhor podcast de Arte e Cultura" pelo Podes 2021 - Festival de Podcasts.
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Katia Guerreiro (I): "A verdade é que este poema (Quando, Sophia) transformou-me. Deixei de ter medo da morte."
Katia Guerreiro nasceu na África do Sul em 1976
mas mudou-se para a Ilha de São Miguel, nos Açores, anda bebé, aos 11 meses, e foi lá que iniciou o seu percurso musical em plena adolescência, a tocar Viola da Terra (instrumento tradicional do arquipélago) no Rancho Folclórico de Santa Cecília.
Rumou a Lisboa para estudar Medicina, mas inicialmente pensou ser médica veterinária, talvez por essa ligação aos animais do campo, com os quais cresceu, nesse lugar chamado Açores, que até hoje continua a considerar o seu chão.
Depois de uma experiência numa banda de rock chamada Os Charruas, acabaria por receber o Fado como vocação e projecto para a vida. Tudo começou no ano 2000, quando se apresentou num concerto de homenagem a Amália Rodrigues, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, onde interpretou “Amor de Mel, Amor de Fel” e “Barco Negro”.
O primeiro disco, Fado Maior, saiu em 2001, e logo na altura, por exemplo, Rui Vieira Nery reconheceu-lhe uma filiação na tradição amaliana.
A carreira é longa e inclui reconhecimento em Portugal e no estrangeiro, e colaborações com muitos nomes da música portuguesa como, por exemplo, José Mário Branco, ou mais recentemente Tiago Bettencourt no disco "Mistura".
Diz que tem de se encontrar naquilo que quer ler a cantar e que aquilo que canta tem de ter um pouco de si.
Poemas:
Recado, António Lobo Antunes
Quando, Sophia de Mello Breyner Andresen
Açores, Sophia de Mello Breyner Andresen
Creio, Natália Correia
Até ao Fim, Vasco Graça Moura -
Francisca Camelo (II): "Um poema não tem de ser autobiográfico para ser bom, mas tem de ser verdadeiro"
Segunda parte da conversa com a poeta e psicóloga clínica Francisca Camelo.
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Francisca Camelo (I): "Poesia para mim sempre foi um exercício de fruição de liberdade"
Francisca Camelo nasceu no Porto em 1990: é poeta e diseuse.
Tem poemas espalhados em diversas antologias e revistas, sobretudo em Portugal e na América Latina, tendo sido traduzida em espanhol, grego, francês e alemão.
Os seus poemas podem também ser lidos na revistas Enfermaria 6, Pulsar, Tutano, Nervo e PRIMA (Portugal), Círculo de Poesía e Barca de Palabras (México), Palavra Comum (Galiza), Ruído Manifesto e Gueto (Brasil), entre outras.
Autora de “Cassiopeia” (Apuro Edições, 2018); “Photoautomat” (Enfermaria 6, 2019); “O Quarto Rosa” (semi-finalista do Prémio Oceanos 2019, Corsário-Satã (Brasil)), “A Importância do Pequeno-almoço” (Fresca Edições, 2020) e “Quem me comeu a carne” (Nova Mymosa, 2022).
Organiza performances de Spoken Word e conversas mensais com outros poetas, no seu projecto Sin.cera. Gosta de tomar o pequeno-almoço devagar e com calma e de ouvir Chavela Vargas.
Poemas:
1 - Elizabeth Bishop, One Art
2 - Alexandre O’Neill, Um Adeus Português
3 - Adília Lopes, A propósito de estrelas
4 - Frank O’Hara, Poem
5 - Zeca Afonso, Era um redondo vocábulo
6 - Herberto Helder, Poemacto II
7 - Mário Cesariny, de profundis amamus
8 - Maria Teresa Horta, Segredo
9 - Marília Garcia, no dia 7 de março de 2019, Expedição: nebulosa, edição Companhia das Letras
10 - Sharon Olds, Sex Without Love
Livro de não poesia:
“Your silence will not protect you, Essays and Poems” da Audre Lorde (Silver Press, 2017) -
Direito de Resposta - poetas nascidos depois do 25 de Abril conversam com poetas do passado
Assinalamos os 50anos do 25 de Abril com uma conversa com Ricardo Marques sobre o livro "Direito de Resposta", Flan de Tal, 2024.
Poeta e tradutor, é de Ricardo Marques a selecção, prefácio e revisão deste livro editado pela Flan de Tal, com grafismo e paginação lina&nando, publicado no mês em que se assinalam os 50 anos da revolução.
No prefácio, que tem como título "TODO O POETA É PUNK", Ricardo Marques faz a pergunta: e se, de repente, pudéssemos responder com um poema a outro poema do passado?
É isso que fazem 25 autores contemporâneos nascidos depois de 25 de Abril de 74, que escolheram poemas do passado para lhes escreverem uma resposta.
Os autores que integram esta antologia, por ordem alfabética, são: Álvaro Seiça, André Tecedeiro, Beatriz de Almeida Rodrigues, Catarina Nunes de Almeida, Catarina Santiago Costa, Ederval Fernandes, Fernanda Drumond, Filipa Leal, Francisca Camelo, Henrique Manuela Bento Fialho, Inês Dias, Inês Francisco Jacob, João Bosco da Silva, José Pedro Moreira, Mariana Varela, Miguel Cardoso, Miguel-Manso, Paola D´Agostino, Pedro Korres, Rafael Mantovani, Rafa (Rafaela Jacinto), Raquel Serejo Martins, Ricardo Marques, Ricardo Tiago Moura e Tatiana Faia.
Entre os poetas do passado com quem dialogam encontram-se autores como Mário de Sá-Carneiro, Ângelo de Lima, Emily Dickinson, Alberto Caeiro, Francisco Sá de Miranda, Gertrude Stein, Matsuo Bashô Soror Juana Inés de la Cruz, Safo ou Mariana Alcoforado. -
Luísa Sobral (II): “Gosto da ideia de ser outra pessoa, de ter outra vida dentro da minha”
Segunda parte do podcast com a cantautora e compositora Luísa Sobral.
Poemas:
José Régio, Cântico Negro
Márcia, Hoje apetece-me
ser eu mesma
Álvaro de Campos, Todas as
Cartas de Amor são Ridículas
Miguel Torga, Sísifo
José Luís Peixoto, O passado tem de provar constantemente que existiu
Livro – Jon Fosse, Manhã e Noite, tradução de Manuel Alberto Vieira, edição Cavalo de Ferro -
Luísa Sobral (I): “Valsinha: Esta é a canção que eu mais gostava de ter escrito na minha vida.”
A nossa convidada de hoje escreve canções desde os 12 anos e a primeira canção que cantou sozinha “com um radiozinho pequeno” foi escrita por Carlos Tê e chama-se “Não Há Estrelas no Céu”.
Luísa Sobral nasceu a 18 de setembro de 1987. Cantautora e compositora, sempre quis ser cantora ou atriz (de teatro) e, para tentar chegar a esse objetivo (Luísa é dada a organizar e planear), além de participar num programa de talentos da televisão, tentou entrar no conservatório. Uma professora disse-lhe que nunca iria ser cantora na vida porque tinha nós nas cordas vocais. Enganou-se, e ainda bem.
6 discos de originais, onde se incluem canções para todas as idades e até canções de embalar, colaborações com nomes importantes da música cá dentro e lá fora, tanto como compositora como como letrista ou produtora.
Poemas primeira parte:
1 - Matilde Campilho, O último poema do último príncipe
2 - Maria do Rosário Pedreira, Lábios
3 - Maria do Rosário Pedreira, Costas
4 - Sophia de Mello Breyner Andresen, Quando
5 - Tim Burton, Robot Toy
6 - Vinícius de Moraes, Valsinha