
147 episódios

Ilustríssima Conversa Folha de S.Paulo
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- Artes
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4,6 • 287 avaliações
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A equipe de jornalistas da Ilustríssima, da Folha, entrevista autores de livros de não ficção ou de pesquisas acadêmicas.
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Bruno Paes Manso: Periferias criaram governo de baixo para cima com facções e igrejas
Um homicídio em 1993 deu origem a conflitos que resultaram em 156 mortes em cinco anos. Esse dado, incluído em "A Fé e o Fuzil", de Bruno Paes Manso, sintetiza o cenário de violência nas periferias de São Paulo na época: um assassinato levava a ciclos de vingança intermináveis, produzindo um efeito bola de neve.
A situação, que parecia não ter saída, foi pouco a pouco se distensionando. Não de cima para baixo, a partir das polícias ou da Justiça, mas principalmente de baixo para cima, argumenta o jornalista em seu livro recém-lançado.
Manso chama a atenção para o novo sistema de valores difundido por igrejas pentecostais e por facções criminosas e afirma que a reprogramação de mentes por meio da conversão permitiu que o Brasil popular das periferias inventasse mecanismos para se governar.
Neste episódio, o autor diz que a onda pentecostal recorre à imagem do Deus vingativo do Antigo Testamento e impulsiona discursos de batalha espiritual e perseguição a infiéis, em que a pretensa guerra do bem contra o mal logo passa a influenciar os rumos da política nacional.
Produção e apresentação: Eduardo Sombini
Edição de som: Raphael Concli
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Gabriela Leal: Grafitti não é tinta no muro, é reinvenção da cidade
O grafitti —uma das expressões da cultura hip-hop, que completa 50 anos— é muito mais que tinta no muro, diz a antropóloga Gabriela Leal.
Autora de uma dissertação de mestrado sobre os usos do espaço urbano no universo da arte de rua, ela afirma que o grafitti é uma maneira de existir nas cidades, que molda como seus praticantes concebem o mundo e se enxergam nele.
A pesquisa, agora editada no livro "Cidade: Modos de Ler, Usar e se Apropriar", descreve os princípios éticos e morais que regem a cena do grafitti em São Paulo.
Leal também registra as relações entre os praticantes e seus espaços de socialização na cidade, apontando como o conhecimento é transmitido entre as gerações e como os iniciantes se formam e constroem sua reputação.
Neste episódio, a pesquisadora discute como uma distinção entre arte e vandalismo passou a estruturar os discursos e as leis sobre o grafitti e a pixação e explora algumas das contradições que os grafiteiros enfrentam ao tentar se inserir no mercado de arte, um movimento que vem se intensificando nas últimas décadas.
Produção e apresentação: Eduardo Sombini
Edição de som: Raphael Concli
Ouça o novo podcast da Folha, Caso das 10 mil
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Antônio Bispo: Estado e partidos são colonialistas
O pensador quilombola Antônio Bispo dos Santos buscou no Gênesis o documento de fundação da humanidade eurocristã. Para ele, ao apartar os humanos da natureza e criar a imagem de um Deus terrorista, a Bíblia deu origem à cosmofobia, um regime monoteísta em que só cabe um modo de existir no mundo.
Essa impossibilidade de relacionamento orgânico com outras vidas, ele diz, é o pilar do colonialismo e explica a perseguição aos povos tradicionais, que se veem como criaturas da natureza e não têm a pretensão de se tornar criadores de um mundo sintético.
Bispo apresenta, em "A Terra Dá, a Terra Quer", sua crítica ao pensamento decolonial e defende que o Estado, os partidos políticos e os sindicatos carregam o colonialismo em suas estruturas e que, por isso, os governos reproduzem essa lógica, sejam de direita, sejam de esquerda.
Produção e apresentação: Eduardo Sombini
Edição de som: Raphael Concli
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Rosane Svartman: O presente e o futuro das novelas
As telenovelas não só sobreviveram às mudanças tecnológicas, mas também são a melhor aposta para o futuro do audiovisual brasileiro. É o que argumenta Rosane Svartman, autora da novela "Vai na Fé", um dos maiores sucessos recentes da TV Globo, que levou à telinha uma protagonista evangélica.
Além de trabalhar como criadora, Svartman também tem um trabalho como pesquisadora. Ela acaba de publicar "A Telenovela e o Futuro da Televisão Brasileira" (ed. Cobogó), fruto da pesquisa de doutorado dela na UFF (Universidade Federal Fluminense).
Na obra, Svartman explica as matrizes do gênero, conta como funciona a criação de uma história do tipo nos bastidores —e analisa como fica a novela com as transformações recentes do mercado audiovisual.
Convidada do Ilustríssima Conversa deste sábado (5), Svartman discute ainda o que as novelas brasileiras têm de particular, analisa a influência delas nos debates da sociedade e projeta qual será o papel dessas narrativas no futuro.
Produção e apresentação: Maurício Meireles
Edição de som : Raphael Concli
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Adriana Abujamra: Arqueóloga revolucionou a região da Serra da Capivara
A arqueóloga franco-brasileira Niéde Guidon, que recentemente completou 90 anos de idade, é a grande responsável pelo projeto que transformou a Serra da Capivara em parque nacional, e promoveu mudanças drásticas na vida da população que habitava a região.
Para contar essa história, a jornalista Adriana Abujamra viajou ao sertão do Piauí, onde conversou com a arqueóloga e com muitos dos outros personagens envolvidos no processo de construção do patrimônio cultural. Os relatos se somam à pesquisa de Adriana, convidada do Ilustríssima Conversa deste sábado (22), no livro "Niéde Guidon: uma arqueóloga no sertão", da editora Rosa dos Tempos.
Foi a partir dos anos 1970 que Niéde pôde ver de perto as pinturas rupestres e iniciar os trabalhos de escavação que, de tão surpreendentes, colocaram em dúvida a teoria corrente sobre a origem do homem nas Américas. A questão permanece um impasse científico entre especialistas.
Os sertanejos que ocupavam o local têm uma relação complexa com a arqueóloga. Alguns foram removidos de suas terras, e a culpam por isso, outros puderam ficar e veem nela o esforço contínuo por melhorar as condições de vida na Serra da Capivara.
Produção e apresentação: Caio Sens
Edição de som: Raphael Concli
Os áudios usados na entrevista foram gravados por Adriana Abujamra e cedidos ao podcast.
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Roberto Andrés: Junho de 2013 tornou passe livre um debate real
O Ilustríssima Conversa volta ao debate sobre os 10 anos de Junho de 2013. O convidado do episódio deste sábado (8), o urbanista Roberto Andrés, acaba de lançar o livro "A Razão dos Centavos - Crise Urbana, Vida Democrática e as Revoltas de 2013" (ed. Zahar).
Em um panorama amplo que vai do período imperial ao terceiro mandato de Lula, Andrés mostra como a urbanização descontrolada e os problemas de transporte público intensificam a desigualdade e estimularam revoltas ao longo da história.
Professor da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, Andrés realça em sua pesquisa o vínculo central da crise urbana com Junho de 2013, embora os protestos tenham depois sido associados a uma vasta gama de pautas e reivindicações.
Como legado positivo dos atos, ele destaca que a ideia da tarifa zero para o transporte público deixou de ser um sonho para se tornar um debate possível, encampado até por prefeitos de fora da esquerda. Por outro lado, o autor pondera que a agenda urbana continua sem receber a devida atenção por parte do governo federal.
Produção e apresentação: Marco Rodrigo Almeida
Edição de som: Raphael Concli
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Opiniões de clientes
Temas variados e conversas inteligentes
O Ilustríssima Conversa é uma ótima opção para se informar (e se distrair) sobre assuntos variados. Os entrevistados/as são bem escolhidos e trazem visões interessantes sobre os assuntos.
Excelente podcast
Sempre um bom papo com autores de pesquisas e livros interessantes e um apresentador que sabe conduzir a conversa. Recomendo!
Adoro
Adoro mas o apresentador precisa urgente de fono. Seu tom Eh triste parece deprê