Os Pregões que fizeram história

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Os Pregões que fizeram história

Os bastidores de pregões marcantes para a Bolsa brasileira, seja por uma queda drástica ou por uma disparada. A cada novo episódio, Anderson Figo, editor de Mercados do InfoMoney, entrevista personagens importantes do mercado que estavam trabalhando nas datas históricas e eles contam o que viveram, além das lições aprendidas.

  1. 18/12/2020

    #15 - Coronavírus

    09/03/2020 — O temor com o avanço do coronavírus no mundo e seu impacto nas economias globais, além da guerra do petróleo, derrubaram as bolsas pelo mundo. O Ibovespa teve um circuit breaker, uma paralisação automática dos negócios, quando atingiu queda de 10,02% na primeira meia hora de pregão. No fim do dia, o índice fechou em baixa de 12,19%. A escalada da epidemia de coronavírus na China e o início do colapso do sistema de saúde na Itália deixaram claro que a Covid-19 se espalharia pelo mundo todo. Foi só o primeiro dia de caos nos mercados de uma série que viria. Em 11 de março, o Ibovespa acionou outro circuit breaker após bater queda de 10,11% com a notícia de que a Organização Mundial da Saúde, a OMS, tinha declarado pandemia de coronavírus. No dia seguinte, 12 de março: pânico. O Ibovespa acionou um novo circuit breaker ao cair mais de 10%. Quando as negociações voltaram, o índice continuou em queda livre e acionou o segundo circuit breaker daquele dia, ao cair mais de 15%. O Ibovespa ficou a um triz de uma terceira parada: no pior momento do dia, chegou a derreter 19,59%, indo aos 68.488 pontos — a menor pontuação intradiária até então desde 17 de agosto de 2017. Mas, no fim do dia, fechou com perda de 14,78%. Outros dois circuit breakers foram registrados em março de 2020, nos dias 16 e 18, quando o Ibovespa fechou com baixas de 13,92% e 10,35%, respectivamente. No acumulado de março, o Ibovespa caiu 29,9%, perdendo mais de 30 mil pontos. Convidados: Gilson Finkelsztain, presidente da B3, a bolsa do Brasil, Luiz Barsi, advogado, economista e o maior investidor pessoa física da B3, Thiago Salomão, analista e apresentador do podcast Stock Pickers, do InfoMoney, Rosana Richtmann, médica do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, e Esper Kallas, infectologista e professor da USP.

    1h17min
  2. 04/12/2020

    #13 - Naji Nahas

    09/06/1989 — A Bolsa de Valores de São Paulo, a Bovespa (hoje B3), despencou 5,6%, enquanto a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, a BVRJ, caiu outros 4,5% depois que estouraram na praça cheques sem fundos do empresário Naji Nahas no valor de 39 milhões de cruzados novos. Os cheques sem fundo começaram a aparecer depois que bancos e corretoras se recusaram a cobrir operações do investidor que ficaram conhecidas como "D + zero", usadas para manipular preços de ações. Três dias depois, a CVM, a Comissão de Valores Mobiliários, que regula e fiscaliza o mercado, determinou um recesso de 24 horas nas Bolsas de Valores. No mesmo dia, Nahas e os principais envolvidos foram impedidos pela Justiça de deixar o país. O golpe no mercado foi tão forte que a Bolsa do Rio, para onde Nahas foi obrigado a se transferir depois de atritos com a diretoria da Bolsa de São Paulo, nunca mais se recuperou, e fechou as portas no ano 2000. No escândalo que iniciou o declínio da Bolsa do Rio, Nahas ganhou muito dinheiro. Um relatório da Bolsa de São Paulo, entregue no dia 6 de julho de 1989 à CVM, estima que ele tenha lucrado 28 milhões de cruzados novos no dia 9 de junho, quando estourou a crise. Em 6 e 12 de julho, a Polícia Federal indiciou Nahas por crime de "colarinho branco" e estelionato. Pouco depois, o relatório final da CVM o acusou de usar "laranjas" para manipular preços de ações. A CVM multou Nahas em US$ 10 milhões. Convidados: Arthur Vieira de Moraes Neto, ex-agente autônomo da Socopa, e o jornalista Alcides Ferreira, ex-diretor de Comunicações da antiga BM&F Bovespa (hoje B3), co-autor do livro “BM&F: A História do Mercado Futuro no Brasil”, e hoje sócio da agência Fato Relevante.

    30min
  3. 27/11/2020

    #12 - Moratória da Rússia

    10/09/1998 — O Ibovespa despencou 15,83% em mais um pregão de pânico causado pela moratória da Rússia, que vivia uma grave crise com a forte desvalorização de sua moeda, o rublo. Só naquele pregão, a Bovespa, hoje B3, foi obrigada a acionar o circuit breaker por duas vezes. O mecanismo de paralisação automática dos negócios entrou em ação cinco vezes entre agosto e setembro daquele ano. A Rússia era governada por Boris Yeltsin e havia se tornado a maior tomadora do Fundo Monetário Internacional, o FMI. O país vivia em um emaranhado de dívidas, com desorganização econômica, sonegação fiscal e inadimplência interna generalizadas. Mais da metade da população não pagava impostos. Na primeira semana de agosto, o índice da bolsa de Moscou perdeu 24% de seu valor, e a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota das dívidas russas em moeda estrangeira. O presidente Yeltsin precisou interromper suas férias de verão para retornar a Moscou. Em 16 de agosto, o governo e o banco central russo sucumbiram às pressões sobre o rublo, e foi decretada moratória internacional de 90 dias. Houve desvalorização da moeda de 33% e foram suspensas as negociações com bônus internos de curto prazo. Era a senha para que o mercado internacional de crédito mergulhasse em novas e graves incertezas, com acelerada depreciação de todos os ativos financeiros ao redor do mundo. Convidado: Alexandre Schwartsman, colunista do InfoMoney e ex-diretor de assuntos internacionais do Banco Central (trabalhava no Credit Agricole na época).

    36min
  4. 20/11/2020

    #11 - Descoberta do pré-sal

    08/11/2007 — No final de 2007, a bolsa brasileira amanheceu com um fato novo que colocou o país em posição de destaque no mercado internacional. Pela primeira vez o mundo olhou para o Brasil como a próxima potência do petróleo. A descoberta do campo Tupi, na camada pré-sal, levou o governo aos noticiários e os acionistas da Petrobras à euforia. Para as ações da estatal, este fato novo foi tratado como um divisor de águas. O estudo inicial da estatal apontava para um volume recuperável de óleo leve estimado entre 5 e 8 bilhões de barris de petróleo e gás natural. Para se ter uma ideia, as reservas totais da empresa acumulavam 13,7 bilhões de barris no final de 2006. O leilão de abertura daquela quinta-feira apontava expressiva valorização de 6% para as ações da estatal, com os investidores tentando mensurar a descoberta. No fim do dia, o fechamento marcou impressionante disparada de 14,16% das ações preferenciais da Petrobras, que sozinhas movimentaram R$ 3,3 bilhões na sessão. Mais impressionante que a resposta da ação foi a movimentação no mercado de derivativos. Os comprados em calls viram suas posições dispararem mais de 1.800%. Por outro lado, os vendidos em opções da estatal amargaram prejuízos impressionantes. O Ibovespa acompanhava as perdas de Wall Street e caía naquele dia, mas a disparada da Petrobras fez o índice destoar do exterior e fechar em leve alta 0,11%. Convidados: Vinicius Canheu, sócio da Equitas, e Rossano Oltramari, ex-analista-chefe e sócio da XP Investimentos, e hoje sócio e estrategista da gestora 051 Capital.

    52min

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Os bastidores de pregões marcantes para a Bolsa brasileira, seja por uma queda drástica ou por uma disparada. A cada novo episódio, Anderson Figo, editor de Mercados do InfoMoney, entrevista personagens importantes do mercado que estavam trabalhando nas datas históricas e eles contam o que viveram, além das lições aprendidas.

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