DEUS NÃO ME ADICIONOU‪!‬ Vizente Maia

Muitos místicos podem até dizer que essas críticas, só os afastam da Ciência, pois um dos aspectos mais triste da vida, é que quanto mais a Ciência avança, mais ela se afasta de Deus. Mas não percebem que em relação ao aspecto mais triste da vida, não é constatarmos que os avanços na Ciência são proporcionais ao retrocesso em relação aos deuses, que há muito já deveriam desaparecer junto com as mentiras que os fizeram “existir” e nem que as religiões perdem adeptos à medida que as pessoas adquirem conhecimento, discernimento e bom senso. Mas saber que a Ciência ganha conhecimento mais rapidamente que a sociedade em sabedoria, como prognosticou Isaac Asimov. Se você concorda, então não se esqueça: se o tempo não para e nem espera, é porque a vida não tem botão de pausa, o que passou, passou, o ontem é história, o amanhã é um enigma e o hoje é o presente que nos ajudará superar os erros antigos para tentarmos descobrir novos conhecimentos que gerarão sabedoria para que vocês continuem buscando explicações para o milagre da vida e os mistérios da morte. Você poderia corretamente contrapor isso, dizendo que para entendermos a vida, devemos olhar para trás. Sim, mas se o importante na estrada da vida são as decisões que tomamos no caminho, pois são elas que nos ajudam a chegar na reta final, olhemos para trás somente para avaliar as nossas marcas e assim corrigirmos a rota, pois se partirmos do princípio de que na estrada da vida o passado é contramão, devemos deixar para trás tudo o que não nos leva para frente.


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Devemos realmente basear nossas vidas no passado?

Para entendermos tudo que a bíblia, essa coleção de muitos livros escritos durante séculos quer dizer e ensinar precisamos conhecer a história da época em que ela foi escrita, conhecer um pouco dos homens que a escreveram e para quem escreveram. Eu sei que ela foi escrita dentro de um contexto histórico, por homens que viveram numa determinada época e que a mesma foi dirigida a um povo primitivo. Ou seja, essa lenda cuja origem perde-se na noite dos tempos foi escrita por homens assim como você e eu, e não por seres sobre-humanos. Tudo bem que os místicos acreditam que a bíblia tenha sido inspirada por Deus, que os homens que a escreveram eram guiados por Deus e por isso, a bíblia é o livro de Deus para nós, como escrito em II Pedro 1:21 e que suas doutrinas antigas ainda sirvam para os homens contemporâneos. Que fique claro meu caro leitor,  que o principal objetivo desta conversa não consiste em mostrar se devemos, ou não dizer às pessoas que caminho seguir e nem como fazer as coisas, o seu objetivo é fazê-las capazes de fazer coisas novas e mostrar novas estradas para que simplesmente não repitam o que outras gerações fizeram e para que não percorram caminhos já traçados por outras, que não as levaram a lugar nenhum.


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Um recado ao amigo religioso!

Tudo bem que o mal de quase todos nós, observado por Norman Vincent Peale, “é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos por críticas que nos corrigem.” Mas se na vida devemos brindar aos nossos defeitos, já que com as nossas qualidades ninguém se importa mesmo, passemos a elogiar as pessoas, mais pelos seus muitos defeitos inatos do que pelas suas poucas qualidades inerentes, até porque se não somos capazes de tolerar nos outros os defeitos que nós próprios possuímos, não podemos exigir dos outros, qualidades que ainda não temos.  Eu sei que os homens em geral formam suas opiniões guiando se antes pelas aparências, pois todos sabem ver, mas poucos conseguem distinguir o que parecemos ser, do que realmente somos, ou ver que somos principalmente o que fazemos para mudar o que somos. Por isso não devemos nos preocupar com o que as outras pessoas estão pensando a nosso respeito, mesmo que não estejamos fazendo nada para mudarmos, por que em muitos casos elas estão muito ocupadas preocupando-se com o que estamos pensando a respeito delas. E esse é um ótimo motivo para que todos nós devêssemos nos tornar tão especiais quanto imaginamos, para sermos na realidade, o que parecemos ser, mesmo que não sejamos.


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SÓ PARA ILUSTRAR!

No Gênesis está escrito que antes da criação só havia um caos de trevas que a “tudo” cobria... Mas se antes da criação só havia um caos de trevas que a “tudo” cobria, então como é que pode haver algo antes da criação, se antes dela não havia nada? De onde veio esse "tudo?” Do nada? Vamos à outra explicação que também não explica quem projetou o projetista do Universo. O senhor diz que tudo só pode ser obra de um criador perfeito e onipotente. Mas que explicação lógica teria para vir a existir do nada esse criador perfeito, quando você não admite ser possível surgir sequer uma proteína do acaso? De onde não pode surgir o micro, pode surgir o macro?  Agora vamos refletir sobre duas improbabilidades quase absolutas de Deus ser o criador do Universo e de si mesmo. Na primeira, John Hospers discorre sobre esse tema de uma forma muito elucidativa, observando que "um dos argumentos para existência de Deus é o de que tudo deve ter uma causa. Deus seria a causa da existência do Universo e não teria ele próprio, uma causa. Mas isto contradiz o próprio argumento, que supostamente implica na existência Dele. Se tudo tem uma causa, Deus também deveria ter uma. Ou seja, se o pressuposto é verdadeiro, a conclusão é falsa e se a conclusão é verdadeira, o pressuposto é falso. É um argumento autocontraditório, mas as pessoas não se dão conta disto, por que uma vez tendo chegado aonde queriam, preferem não examinar mais a questão."


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Se a bíblia fosse um manual de instruções, os mandamentos da lei de Deus seriam amplamente respeitados e jamais a moral dos princípios dos 10 mandamentos Satânicos seriam considerados por muitos, superior à dos 10 Mandamentos. Veja que mandamentos como não roubarás e não matarás, está entre nós há aproximadamente 3 mil anos e, no entanto na bíblia, há cerca de 2,5 milhões de assassinatos em nome de Deus e apenas 5 imputados a Satanás, quando da aposta de Deus em relação a Jó. E ainda me vem um tal de Michael Green, nos dizer que “ninguém concebeu progressos morais desde os ensinos de Jesus”, como se para a imposição de um código de valores seculares, morais e éticos à Humanidade, fosse necessária uma legitimação divina. Veja que no século 18, por exemplo, os ideais de igualdade e justiça social, aceitos hoje como uma preocupação Ética, surgiram de formulações dos filósofos iluministas que acreditavam ser possível defendê-los com base na razão, não na religião.   Dr. WLC, dentre os filósofos que mais admiro pela qualidade de seus textos acerca do ateísmo, um deles é o francês Jean-Paul Sartre, o mais proeminente do existencialismo, que em meados do século 20, em sua obra “O Ser e o Nada”, demonstra a existência como sendo validada por si própria e fala da má-fé que a crença em Deus e na religião, trazem ao anular a responsabilidade do homem perante a sua existência, pois de nada adianta buscar um propósito da existência para além da vida humana, já que a nossa própria condição de seres que vivem em sociedade é suficiente para justificar a prática de valores solidários.


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Muitos crentes ficariam horrorizados ao ouvir tais heresias, mas não percebem, primeiro: se Deus não existisse e tudo fosse permitido, então Deus não poderia ser brasileiro (se existisse, claro!), pois no Brasil tudo é permito! Segundo: Kant, o proponente de “O argumento moral”, também criou um argumento moral, quanto à existência de Deus e o mesmo se tornou grandemente popular durante o século XIX. Tem hoje toda a espécie de formas e uma delas é a que afirma que não haveria o bem ou o mal, a menos que Deus existisse, mas mesmo assim você afirma que se Deus não existe, tudo seria permitido, sem nunca se perguntar, se Deus existe, se por outro lado, valeria à pena fazer alguma coisa.    Vocês ateus podem até afirmar que se existe Deus, então todos os esforços da Humanidade para se entender e se autogerir, toda a Ciência e toda a Filosofia, de nada valeriam. Pois se existe Deus, então não existe ética ou moralidade: somente adequação ou não às regras impostas pela divindade. Mas claro que valeria!   Não para nós! Nós não alimentamos a perspectiva de necessidade de encontrar uma base fatual que prove a inexistência de Deus, pois a sua própria existência faria a própria vida não ter sentido, uma vez que condenaria ao fracasso qualquer iniciativa do ser humano para mudar o estado das coisas, visto que tudo estaria predestinado, diferente do ateísmo, que conduz à responsabilização do indivíduo pelos seus atos. Pois da mesma maneira que o culpa pelos seus erros, lhe dá também todo o mérito pelos seus acertos e ainda o incentiva a não mais colocar culpa nos outros, ou se apoiar em algo imaginário.


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